Charingado é um termo algarvio polivalente que significa lixado,chateado,zangado,e que é usado correntemente com expressões e intenções diversas.
terça-feira, 31 de maio de 2011
domingo, 29 de maio de 2011
sábado, 28 de maio de 2011
FRASES
Duas frases da manif. de hoje, em Lisboa, dos jovens à rasca :
- quando tudo à tua volta está sujo, o pouco que está limpo passa a ser a nódoa!;
- com o teu voto, ganhe quem ganhar, quem perde és tu!
- quando tudo à tua volta está sujo, o pouco que está limpo passa a ser a nódoa!;
- com o teu voto, ganhe quem ganhar, quem perde és tu!
sexta-feira, 27 de maio de 2011
ARTIGO DE PAUL KRUGMAN, PRÉMIO NOBEL DA ECONOMIA
Quarta-feira, 25 de Maio de 2011Quem bem avisa amigo é
Paul Krugman é “bête noire” para os nossos economistas de serviço. Não é cómodo lidar com tal crítico áspero do neoliberalismo e da política económica europeia, ainda por cima quando é um Nobel da Economia. “When Austerity Fails”, o seu último artigo no “The New York Times” (22.5.2011) parece-me notável, apesar de eu ser leigo. Por isto me senti na obrigação de o traduzir, para leitura de muita gente. Afinal, o jornal “i” de hoje poupou-me trabalho, publicando “Quando a austeridade falha”. Para abrir o apetite, deixo aqui uma passagem:
Na Europa, pelo contrário, são eles que mandam há mais de um ano, insistindo que a estabilidade da moeda e o equilíbrio orçamental são a resposta a todos os problemas. Por trás desta insistência estão algumas fantasias económicas, em particular a da fada da confiança - isto é, a convicção de que cortar na despesa vai de facto criar emprego, porque a austeridade vai criar confiança no sector privado. Infelizmente, a fada da confiança está a fazer-se rogada e a discussão em torno da melhor maneira de lidar com esta realidade desagradável ameaça tornar a Europa o centro de uma nova crise financeira.
(…) a fada da confiança até agora ainda não apareceu. A crise económica nos países europeus com problemas de endividamento agravou-se, como seria de esperar, e a confiança, em vez de aumentar, está em queda livre. Tornou-se evidente que a Grécia, a Irlanda e Portugal não serão capazes de pagar as suas dívidas na totalidade, embora Espanha talvez se aguente.
(…) Se quiser ser realista, a Europa tem de se preparar para aceitar uma redução da dívida (…) aos credores privados, que terão de se contentar com receber menos em troca de receber alguma coisa. Só que realismo é coisa que não parece abundar.
Por um lado, a Alemanha adoptou uma atitude dura em relação a qualquer ajuda aos vizinhos em dificuldades - isto apesar de uma das principais motivações do actual programa de resgates ser proteger os bancos alemães de perdas. (…) Por outro lado, o Banco Central Europeu está a comportar-se como se estivesse determinado a provocar uma crise financeira.
Vale a pena também a conclusão (tradução minha, por não concordar muito com a do jornal):
Então o que está o BCE a pensar? O meu palpite é que simplesmente não está disposto a encarar a falência das suas fantasias.E se isto pode parecer incrivelmente pateta, bem, quem é que disse que o mundo é governado pela sabedoria?
Na Europa, pelo contrário, são eles que mandam há mais de um ano, insistindo que a estabilidade da moeda e o equilíbrio orçamental são a resposta a todos os problemas. Por trás desta insistência estão algumas fantasias económicas, em particular a da fada da confiança - isto é, a convicção de que cortar na despesa vai de facto criar emprego, porque a austeridade vai criar confiança no sector privado. Infelizmente, a fada da confiança está a fazer-se rogada e a discussão em torno da melhor maneira de lidar com esta realidade desagradável ameaça tornar a Europa o centro de uma nova crise financeira.
(…) a fada da confiança até agora ainda não apareceu. A crise económica nos países europeus com problemas de endividamento agravou-se, como seria de esperar, e a confiança, em vez de aumentar, está em queda livre. Tornou-se evidente que a Grécia, a Irlanda e Portugal não serão capazes de pagar as suas dívidas na totalidade, embora Espanha talvez se aguente.
(…) Se quiser ser realista, a Europa tem de se preparar para aceitar uma redução da dívida (…) aos credores privados, que terão de se contentar com receber menos em troca de receber alguma coisa. Só que realismo é coisa que não parece abundar.
Por um lado, a Alemanha adoptou uma atitude dura em relação a qualquer ajuda aos vizinhos em dificuldades - isto apesar de uma das principais motivações do actual programa de resgates ser proteger os bancos alemães de perdas. (…) Por outro lado, o Banco Central Europeu está a comportar-se como se estivesse determinado a provocar uma crise financeira.
Vale a pena também a conclusão (tradução minha, por não concordar muito com a do jornal):
Então o que está o BCE a pensar? O meu palpite é que simplesmente não está disposto a encarar a falência das suas fantasias.E se isto pode parecer incrivelmente pateta, bem, quem é que disse que o mundo é governado pela sabedoria?
quarta-feira, 25 de maio de 2011
OS JOVENS MOBILIZAM-SE E PROTESTAM
Comunicado N.º 5
25.05.2011
25.05.2011
‘Tod@s
ao Rossio!’
Foi aprovada com grande ovação a continuidade da vigília no Rossio e a marcação da 6.ª Assembleia Popular aberta a tod@s quant@s queiram dar o seu contributo na discussão por uma democracia verdadeira e participativa. Na última Assembleia Popular, com mais de quinhentas pessoas, estiveram presentes estudantes de Coimbra e elementos da manifestação na Puerta del Sol, em Espanha, solidários com o acampamento.
Depois de mais um debate vivo, e de dezenas de participações de cidadãos que aproveitaram o “microfone aberto” para dar voz à sua indignação e para apresentar as suas propostas, foram aprovadas as seguintes decisões:
- foi criado um espaço de informação permanente que dará a conhecer as intenções da vigília a quem passe pelo Rossio e questione o seu propósito;
- foi aprovado que as Assembleias Populares decorrerão todos os dias pelas 19 horas, sendo decidida a sua marcação em cada véspera;
- o trabalho dos diversos grupos estará em contínuo desenvolvimento - Acção Directa e Cultura, Comunicação e Informação, Manifestação (28 de Maio), Manifesto (em construção) e Debates, Organização Formal das Assembleias Populares, Logística, Assessoria Jurídica e de Segurança;
- A cada dia intensificam-se os apelos a apoio logístico: - água, azeite, geleiras, sacos térmicos, latas de conserva, pratos, copos e talheres reutilizáveis, corda grossa, lonas de tecido e plástico para proteger do sol e da chuva, cavaletes, etc…
‘Isto é só o princípio!’
Foi aprovada com grande ovação a continuidade da vigília no Rossio e a marcação da 6.ª Assembleia Popular aberta a tod@s quant@s queiram dar o seu contributo na discussão por uma democracia verdadeira e participativa. Na última Assembleia Popular, com mais de quinhentas pessoas, estiveram presentes estudantes de Coimbra e elementos da manifestação na Puerta del Sol, em Espanha, solidários com o acampamento.
Depois de mais um debate vivo, e de dezenas de participações de cidadãos que aproveitaram o “microfone aberto” para dar voz à sua indignação e para apresentar as suas propostas, foram aprovadas as seguintes decisões:
- foi criado um espaço de informação permanente que dará a conhecer as intenções da vigília a quem passe pelo Rossio e questione o seu propósito;
- foi aprovado que as Assembleias Populares decorrerão todos os dias pelas 19 horas, sendo decidida a sua marcação em cada véspera;
- o trabalho dos diversos grupos estará em contínuo desenvolvimento - Acção Directa e Cultura, Comunicação e Informação, Manifestação (28 de Maio), Manifesto (em construção) e Debates, Organização Formal das Assembleias Populares, Logística, Assessoria Jurídica e de Segurança;
- A cada dia intensificam-se os apelos a apoio logístico: - água, azeite, geleiras, sacos térmicos, latas de conserva, pratos, copos e talheres reutilizáveis, corda grossa, lonas de tecido e plástico para proteger do sol e da chuva, cavaletes, etc…
‘Isto é só o princípio!’
terça-feira, 24 de maio de 2011
Artigo de António Pina
Os 20 magníficos
01h24m
Com 689 000 desempregados e 204 000 "inactivos" (pessoas que desistiram já de procurar emprego), isto é, 15,5% de gente sem trabalho que os critérios estatísticos transformaram em 12,4%, o país já há muito teria soçobrado não fosse o patriótico esforço daqueles que, para compensar a calaceirice nacional, se desdobram por sucessivos postos de trabalho, correndo incansavelmente de um para outro, indiferentes à tensão arterial, ao colesterol, aos triglicerídeos e à harmonia familiar.
01h24m
Com 689 000 desempregados e 204 000 "inactivos" (pessoas que desistiram já de procurar emprego), isto é, 15,5% de gente sem trabalho que os critérios estatísticos transformaram em 12,4%, o país já há muito teria soçobrado não fosse o patriótico esforço daqueles que, para compensar a calaceirice nacional, se desdobram por sucessivos postos de trabalho, correndo incansavelmente de um para outro, indiferentes à tensão arterial, ao colesterol, aos triglicerídeos e à harmonia familiar.
O Relatório Anual sobre o Governo das Sociedades Cotadas em Portugal - 2009, da CMVM, agora tornado público, refere "cerca de 20" desses magníficos, todos membros de conselhos de administração de empresas cotadas, muitas delas públicas, que "acumulavam funções em 30 ou mais empresas distintas, ocupando, em conjunto, mais de 1000 lugares de administração".
Revela a CMVM que, por cada um destes lugares, os laboriosos turbo-administradores recebem, em média, 297 mil euros/ ano, ou, no caso dos administradores-executivos, 513 mil, havendo um recordista que, em 2009, meteu ao bolso 2,5 milhões de euros.
Surpreendente é que, no meio de tanta entrega ao interesse nacional, estes heróis do trabalho ainda encontrem nas prolixas agendas tempo para ir às TV exigir salários mais baixos e acusar desempregados, pensionistas e beneficiários dos "até" (como nos saldos) 189,52 euros de RSI de viverem "acima das suas possibilidades".
domingo, 22 de maio de 2011
POEMA ADEQUADO AO MOMENTO
Poema de agradecimento à corja
Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz.
Obrigado
pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem
dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.
Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz.
Obrigado
pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem
dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.
Joaquim Pessoa
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sábado, 21 de maio de 2011
La guerre secrète au Portugal [Réseau Voltaire]
La guerre secrète au Portugal [Réseau Voltaire]
Pena que esteja em lingua francesa, mas vale uma leitura que tem a ver com o nosso passado recente.
Pena que esteja em lingua francesa, mas vale uma leitura que tem a ver com o nosso passado recente.
Sócrates ou Passos? Passo. - Arrastão: Os suspeitos do costume.
Sócrates ou Passos? Passo. - Arrastão: Os suspeitos do costume.
Um artigo que encontrará eco em muitos eleitores: - que fazer com o meu voto?
Um artigo que encontrará eco em muitos eleitores: - que fazer com o meu voto?
quinta-feira, 19 de maio de 2011
PESOS E CONTRAPESOS
Quando vamos às compras ao mercado ou ao super, procuramos distribuir o peso das compras pelas duas mãos para equilibrar o corpo, e a coluna serve de fiel da balança, fica direita e impede que tenhamos problemas nas "cruzes", como popularmente se diz.
A crise e não só, é o resultado do país andar descompensado há mais de 30 anos. Votamos maioritariamente nos mesmos sacos e o peso eleitoral é mal distribuído e cai fortemente para a direita.
O PS que em teoria devia ser uma espécie de fiel da balança avariou há muito e tem ferrugem do lado esquerdo, pelo que pende sempre para a direita obrigando a caminhar enviesado com grandes dores nas nossas pobres cruzes.
Enquanto não equilibrarmos mais a distribuição do peso eleitoral pela esquerda e direita vamos continuar a não ser saudáveis e teremos grandes e graves problemas de saúde política, financeira e económica.
No próximo dia 5 de Junho caso não se puxe um pouco mais o fiel da balança política para o centro e o contrapeso da esquerda não subir um bocado vamos passar por um período de tragédias. Não é exagero, ou não ouviram hoje o patronato reclamar o fim do despedimento com justa causa na Constituição?
Na canção dos Deolinda é preciso estudar para ser escravo, agora querem que se trabalhe para ser escravo. Depois não digam como na canção, "mas que parvo que eu sou".
PUBLICADA HOJE,19 DE MAIO,NO JORNAL DO ALGARVE
NOTA CHARINGADA
A TROIKA E A REGIONALIZAÇÃO
A Rádio Universitária do Algarve entrevistou recentemente os responsáveis actuais do PS e do PSD do Algarve, Miguel Freitas e Luís Gomes.
A conversa foi sobre a regionalização e, como sempre, em palavras consideraram que a regionalização é fundamental para o desenvolvimento do país, “projecto essencial para o país” afirma Miguel Freitas, “a regionalização deve ser a mãe de todas as reformas administrativas do país”, na frase um pouco chinesa de Luís Gomes.
Mas em política os actos é que contam, as palavras são quase sempre biombos atrás das quais se mascaram as intenções e o certo, constatamos, é que 35 anos após a Constituição ter consagrado a criação de regiões as mesmas não existem.
Igualmente se constata que os dois partidos referidos foram os que governaram Portugal quase em exclusividade depois do 25 de Abril, e se as regiões não foram criadas é porque não quiseram, ponto final.
Não quiseram até agora e continuam a não querer e só a Troika os vai obrigar a mexer no problema, se calhar mal e no momento errado.
Talvez seja coincidência mas o facto é que os três países mais atrapalhados com a crise, Portugal, Irlanda e a Grécia, são aqueles em que a regionalização não foi feita ou foi realizada há meses forçada pelos da Troika.
No caso da Grécia o número de municípios passou de 1030 para 325, e as regiões que existiam que não eram bem regiões, pois os responsáveis não eram eleitos, passaram de 57 para 13, suprimindo quatro mil empresas municipais e 54 prefeituras, uma espécie de governos civis. A poupança está calculada em 1.500 milhões de euros, e os municípios e as empresas municipais ficam impedidas de gastar sem aprovação prévia.
Foram abolidos cerca de 25.000 cargos de topo.
A mãozinha da troika é visível, a mesma que exige agora a nós a redução anual de 2% do pessoal das autarquias, cerca de 3.000 trabalhadores no total, e a redução de empresas municipais.
Existe a Europa das Regiões, organismo onde participam a Madeira e os Açores mas não o resto do país, andamos sempre atrasados e com um peso enorme sobre os ombros de conformismo e resignação. O Alexandre Herculano, perante a situação de concelhos sem dinheiro e sem iniciativa, sufocados pelo centralismo e dele dependente, dizia que era preciso “criar no país os hábitos da vida pública, desterrar a indiferença política do povo, resultado de uma tutela absurda”. São infelizmente ainda actuais estas palavras.
O país tende para uma desertificação humana acelerada, de acordo com estudos recentemente feitos a zona da Grande Lisboa terá em breve 45% do total da população do país, o Grande Porto e o litoral cerca de 33% e o resto do país (interior), 22%.
O centralismo é inimigo do desenvolvimento democrático, sustentado e harmonioso de todo o Portugal. Será que ainda teremos de agradecer à Troika ter dado o impulso para efectivar a regionalização?
Martins Coelho
A TROIKA E A REGIONALIZAÇÃO
A Rádio Universitária do Algarve entrevistou recentemente os responsáveis actuais do PS e do PSD do Algarve, Miguel Freitas e Luís Gomes.
A conversa foi sobre a regionalização e, como sempre, em palavras consideraram que a regionalização é fundamental para o desenvolvimento do país, “projecto essencial para o país” afirma Miguel Freitas, “a regionalização deve ser a mãe de todas as reformas administrativas do país”, na frase um pouco chinesa de Luís Gomes.
Mas em política os actos é que contam, as palavras são quase sempre biombos atrás das quais se mascaram as intenções e o certo, constatamos, é que 35 anos após a Constituição ter consagrado a criação de regiões as mesmas não existem.
Igualmente se constata que os dois partidos referidos foram os que governaram Portugal quase em exclusividade depois do 25 de Abril, e se as regiões não foram criadas é porque não quiseram, ponto final.
Não quiseram até agora e continuam a não querer e só a Troika os vai obrigar a mexer no problema, se calhar mal e no momento errado.
Talvez seja coincidência mas o facto é que os três países mais atrapalhados com a crise, Portugal, Irlanda e a Grécia, são aqueles em que a regionalização não foi feita ou foi realizada há meses forçada pelos da Troika.
No caso da Grécia o número de municípios passou de 1030 para 325, e as regiões que existiam que não eram bem regiões, pois os responsáveis não eram eleitos, passaram de 57 para 13, suprimindo quatro mil empresas municipais e 54 prefeituras, uma espécie de governos civis. A poupança está calculada em 1.500 milhões de euros, e os municípios e as empresas municipais ficam impedidas de gastar sem aprovação prévia.
Foram abolidos cerca de 25.000 cargos de topo.
A mãozinha da troika é visível, a mesma que exige agora a nós a redução anual de 2% do pessoal das autarquias, cerca de 3.000 trabalhadores no total, e a redução de empresas municipais.
Existe a Europa das Regiões, organismo onde participam a Madeira e os Açores mas não o resto do país, andamos sempre atrasados e com um peso enorme sobre os ombros de conformismo e resignação. O Alexandre Herculano, perante a situação de concelhos sem dinheiro e sem iniciativa, sufocados pelo centralismo e dele dependente, dizia que era preciso “criar no país os hábitos da vida pública, desterrar a indiferença política do povo, resultado de uma tutela absurda”. São infelizmente ainda actuais estas palavras.
O país tende para uma desertificação humana acelerada, de acordo com estudos recentemente feitos a zona da Grande Lisboa terá em breve 45% do total da população do país, o Grande Porto e o litoral cerca de 33% e o resto do país (interior), 22%.
O centralismo é inimigo do desenvolvimento democrático, sustentado e harmonioso de todo o Portugal. Será que ainda teremos de agradecer à Troika ter dado o impulso para efectivar a regionalização?
Martins Coelho
segunda-feira, 16 de maio de 2011
DEMOCRACIA E JUSTIÇA
Sem justiça a democracia não funciona. Sem justiça social é um desastre e sem justiça económica uma catástrofe.
A chamada troika impôs a Portugal medidas e datas apertadas para alterações na justiça. É lamentável que após décadas e toneladas de palavras sobre o não funcionamento da justiça, a nossa passividade e deixa-andar, seja, mais uma vez, a pressão exterior que nos obriga a fazer o que já devia ter sido feito há dezenas de anos.
Não foi feito por que não quizeram, uma justiça a sério é contrária ao caciquismo e interesses reinantes.
Agora vem a troika e manda executar e depressa alterações na justiça, não por causa da injustiça social que é a maior da UE, mas para que funcione melhor a nível económico para garantir que os empréstimos sejam pagos.
Encontram-se por resolver nos tribunais 1,1 milhões de processos pendentes de cobranças de dívidas. Estudos feitos calculam que o não funcionamento da justiça causa um prejuízo económico anual na cas dos 7 mil milhões de euros.
Agora temos por imposição de reduzir as actais 232 comarcas para 39 até fins de 2012; todos os processos de cobraça de dívida têm de estar resolvidos até Junho de 2013 e a simplificação do Código do Processo Civil tem de ser realizada.
Não se brinca com o dinheiro da troika, pois no final dos sete anos e meio previstos para pagamento do empréstimo, pagaremos cerca de 30 mil milhões de euros de juros.
Grande parte do empréstimo de 78 mil milhões de euros nem passarão por Portugal, irão directamente para os credores, isto é bancos alemães, franceses etc.
Resta saber se mesmo a toque de caixa a incompetência política nacional consegue cumprir os prazos.
A chamada troika impôs a Portugal medidas e datas apertadas para alterações na justiça. É lamentável que após décadas e toneladas de palavras sobre o não funcionamento da justiça, a nossa passividade e deixa-andar, seja, mais uma vez, a pressão exterior que nos obriga a fazer o que já devia ter sido feito há dezenas de anos.
Não foi feito por que não quizeram, uma justiça a sério é contrária ao caciquismo e interesses reinantes.
Agora vem a troika e manda executar e depressa alterações na justiça, não por causa da injustiça social que é a maior da UE, mas para que funcione melhor a nível económico para garantir que os empréstimos sejam pagos.
Encontram-se por resolver nos tribunais 1,1 milhões de processos pendentes de cobranças de dívidas. Estudos feitos calculam que o não funcionamento da justiça causa um prejuízo económico anual na cas dos 7 mil milhões de euros.
Agora temos por imposição de reduzir as actais 232 comarcas para 39 até fins de 2012; todos os processos de cobraça de dívida têm de estar resolvidos até Junho de 2013 e a simplificação do Código do Processo Civil tem de ser realizada.
Não se brinca com o dinheiro da troika, pois no final dos sete anos e meio previstos para pagamento do empréstimo, pagaremos cerca de 30 mil milhões de euros de juros.
Grande parte do empréstimo de 78 mil milhões de euros nem passarão por Portugal, irão directamente para os credores, isto é bancos alemães, franceses etc.
Resta saber se mesmo a toque de caixa a incompetência política nacional consegue cumprir os prazos.
domingo, 15 de maio de 2011
O QREN e o Al(l)garve
Segundo a imprensa o Algarve vai ter apoio para 12 projectos no valor de 8 milhões de euros. O Programa Operacional do Algarve que aprovou os projectos, financiados em 8,4 milhões pelo QREN, concentram-se no turismo, serviços e comércio (80%), 15% indústria e 3% na construção.
Agricultura e pescas nada, e com tão pouco apoio à indústria não se percebe como vamos criar riqueza e postos de trabalho e pagar o que devemos.
A taxa de execução do QREN no Algarve está neste momento em 15%, consta que estão aprovados 135 projectos para o período do QREN, 2007/2013, o que atinge a taxa de 65% caso sejam implementados.
É pouco, é necessário até 2013 esgotar os apoios do QREN, pois a UE não será no futuro tão generosa connosco.
Esperemos que esses projectos sejam mesmo de apoio ao desenvolvimento industrial, agrícola e das pescas do Algarve, a melhor garantia de que o comércio e o turismo também sairão beneficiados.
Agricultura e pescas nada, e com tão pouco apoio à indústria não se percebe como vamos criar riqueza e postos de trabalho e pagar o que devemos.
A taxa de execução do QREN no Algarve está neste momento em 15%, consta que estão aprovados 135 projectos para o período do QREN, 2007/2013, o que atinge a taxa de 65% caso sejam implementados.
É pouco, é necessário até 2013 esgotar os apoios do QREN, pois a UE não será no futuro tão generosa connosco.
Esperemos que esses projectos sejam mesmo de apoio ao desenvolvimento industrial, agrícola e das pescas do Algarve, a melhor garantia de que o comércio e o turismo também sairão beneficiados.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
A chamada troika (UE/BCE/FMI), apresentou um documento que é um programa de governo para os próximos três anos, detalhado, abarcando todos os sectores da governação, estipulando as medidas a tomar, o prazo, e a fiscalização trimestral da aplicação das mesmas pela troika. O seu incumprimento pode levar ao interrompimento da "ajuda" financeira à economia com as consequências nefastas que se imaginam.
Os partidos que assinaram o documento e com ele se comprometeram, PS/PSD/CDS, podem discutir o que quiserem e apresentarem programas eleitorais, mas quando chegarem ao poder só lhes resta aplicar o programa da troika, com juizinho, espinha curvada e chapéu na mão.
Os que se negaram a falar com a troika, PCP/BE, podem igualmente barafustar, denunciar com razão a gravidade de tal programa, a ingerência externa na nossa economia, mas ficaram excluídos por opção própria do voto dos portugueses como as sondagens demonstram. Quando se vota num partido por haver consonância de ideias ou das propostas, esperamos que tenha a frontalidade de as defenderem em todas as circunstâncias. E neste caso não houve a coragem de ir à troika e dizer bem alto, olhos nos olhos, que tal programa não servia e que havia propostas diferentes e melhores para Portugal e os portugueses.
O que vai mudar, pergunta-se, com preocupação. Sem pretendermos ser exaustivos listamos:
- aumentos no tabaco, nos automóveis, na energia, no gás, nos impostos (IVA,IMI etc.), nos transportes;
- cortes nos salários e vencimentos da Função Pública (e por arrasto no sector privado), horas extraordinárias mais baratas e bancos de horas negociados directamente com os trabalhadores passando sobre os sindicatos, despedimentos individuais por justa causa com alteração para pior da "justa causa", despedimento de 8.000 funcionários públicos ano e redução do pessoal das autarquias, diminuem os descontos patronais para a segurança social, subsídio de desemprego passa a 18 meses e passa a contar no IRS;
- cortes com a despesa na saúde de 550 milhões de euros, aumento das taxas moderadoras, pensões superiores a 1.500 euros sofrem reduções assim como os apoios na saúde e segurança social e na ADSE, aumento do custo dos medicamentos;
- obrigação de privatizar empresas estatais como a TAP, EDP, REN, dando-as a preços de saldo ao capital privado dado o momento pouco favorável à sua venda, fim das "Golden shares" do Estado até Julho, cortes na Transtejo e no Metro de Lisboa, venda do BPN até Julho, venda da actividade seguradora da CGD, dos seus interesses internacionais assim como das participações da CGD em empresas nacionais;
- diminuição do número de câmaras e freguesias e das empresas municipais;
- aumento da concorrência em sectores importantes como as telecomunicações e outros;
- reforma do mercado de arrendamento, sua liberalização, aumento do IMI, maior dificuldade em obter crédito para compra de casa e a juros mais altos;
- travão no investimento público e nas parcerias, as PPP´s etc. etc. etc. etc. etc.
Ao contrário aumenta o já forte apoio à Banca que vai absorver 12 mil milhões de euros dos 78 mil milhões do empréstimo a juros superiores a 5,5%, pagos elos contribuintes. A Portugal humilhado e pedinte a UE e o BCE emprestam a 5,5% ou mais, à Banca o BCE emprestou a 1% que depois a agiotagem emprestava ao estado a juros muito superiores. Significativo que só hoje, 10 de Maio, após os três partidos terem assinado a submissão é que nos revelaram os juros do empréstimo. Ou o governo não sabia ou se "esqueceram" de perguntar, o que demonstra a irresponsabilidade e incompetência dos personagens.
Este pacote é recessivo, aperta a garganta e não deixa a economia crescer, elimina todos os obstáculos ao privado e enfraquece o Estado, deixando os portugueses mais desprotegidos na saúde, no trabalho, no ensino e na pobreza, é um recuo civilizacional e desumano, as pessoas não contam, só o mercado e a economia ao serviço do lucro a qualquer preço. O homem transformou-se em mercadoria e zelosamente os partidos do "arco do poder" vão aplicar este castigo aos portugueses, e sabem o que estão a fazer. Não têm perdão.
Os partidos que assinaram o documento e com ele se comprometeram, PS/PSD/CDS, podem discutir o que quiserem e apresentarem programas eleitorais, mas quando chegarem ao poder só lhes resta aplicar o programa da troika, com juizinho, espinha curvada e chapéu na mão.
Os que se negaram a falar com a troika, PCP/BE, podem igualmente barafustar, denunciar com razão a gravidade de tal programa, a ingerência externa na nossa economia, mas ficaram excluídos por opção própria do voto dos portugueses como as sondagens demonstram. Quando se vota num partido por haver consonância de ideias ou das propostas, esperamos que tenha a frontalidade de as defenderem em todas as circunstâncias. E neste caso não houve a coragem de ir à troika e dizer bem alto, olhos nos olhos, que tal programa não servia e que havia propostas diferentes e melhores para Portugal e os portugueses.
O que vai mudar, pergunta-se, com preocupação. Sem pretendermos ser exaustivos listamos:
- aumentos no tabaco, nos automóveis, na energia, no gás, nos impostos (IVA,IMI etc.), nos transportes;
- cortes nos salários e vencimentos da Função Pública (e por arrasto no sector privado), horas extraordinárias mais baratas e bancos de horas negociados directamente com os trabalhadores passando sobre os sindicatos, despedimentos individuais por justa causa com alteração para pior da "justa causa", despedimento de 8.000 funcionários públicos ano e redução do pessoal das autarquias, diminuem os descontos patronais para a segurança social, subsídio de desemprego passa a 18 meses e passa a contar no IRS;
- cortes com a despesa na saúde de 550 milhões de euros, aumento das taxas moderadoras, pensões superiores a 1.500 euros sofrem reduções assim como os apoios na saúde e segurança social e na ADSE, aumento do custo dos medicamentos;
- obrigação de privatizar empresas estatais como a TAP, EDP, REN, dando-as a preços de saldo ao capital privado dado o momento pouco favorável à sua venda, fim das "Golden shares" do Estado até Julho, cortes na Transtejo e no Metro de Lisboa, venda do BPN até Julho, venda da actividade seguradora da CGD, dos seus interesses internacionais assim como das participações da CGD em empresas nacionais;
- diminuição do número de câmaras e freguesias e das empresas municipais;
- aumento da concorrência em sectores importantes como as telecomunicações e outros;
- reforma do mercado de arrendamento, sua liberalização, aumento do IMI, maior dificuldade em obter crédito para compra de casa e a juros mais altos;
- travão no investimento público e nas parcerias, as PPP´s etc. etc. etc. etc. etc.
Ao contrário aumenta o já forte apoio à Banca que vai absorver 12 mil milhões de euros dos 78 mil milhões do empréstimo a juros superiores a 5,5%, pagos elos contribuintes. A Portugal humilhado e pedinte a UE e o BCE emprestam a 5,5% ou mais, à Banca o BCE emprestou a 1% que depois a agiotagem emprestava ao estado a juros muito superiores. Significativo que só hoje, 10 de Maio, após os três partidos terem assinado a submissão é que nos revelaram os juros do empréstimo. Ou o governo não sabia ou se "esqueceram" de perguntar, o que demonstra a irresponsabilidade e incompetência dos personagens.
Este pacote é recessivo, aperta a garganta e não deixa a economia crescer, elimina todos os obstáculos ao privado e enfraquece o Estado, deixando os portugueses mais desprotegidos na saúde, no trabalho, no ensino e na pobreza, é um recuo civilizacional e desumano, as pessoas não contam, só o mercado e a economia ao serviço do lucro a qualquer preço. O homem transformou-se em mercadoria e zelosamente os partidos do "arco do poder" vão aplicar este castigo aos portugueses, e sabem o que estão a fazer. Não têm perdão.
domingo, 8 de maio de 2011
DADOS
OS VERDADEIROS FACTOS DA CAMPANHA
Nos últimos dias, a "campanha" eleitoral tem sido constituida por um rol de "factos" que só servem para distrair os(as) portugueses(as) daquilo que realmente é essencial. E o que é essencial são os factos. E os factos são indesmentíveis. Não há argumentos que resistam aos arrasadores factos que este governos nos lega. E para quem não sabe, e como demonstro no meu novo livro, os factos que realmente interessam são os seguintes:
1) Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos
Nos últimos dias, a "campanha" eleitoral tem sido constituida por um rol de "factos" que só servem para distrair os(as) portugueses(as) daquilo que realmente é essencial. E o que é essencial são os factos. E os factos são indesmentíveis. Não há argumentos que resistam aos arrasadores factos que este governos nos lega. E para quem não sabe, e como demonstro no meu novo livro, os factos que realmente interessam são os seguintes:
1) Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos
2) Temos a pior dívida pública (em % do PIB) dos últimos 160 anos. A dívida pública este ano vai rondar os 100% do PIB
3) Esta dívida pública histórica não inclui as dívidas das empresas públicas (mais 25% do PIB nacional)
4) Esta dívida pública sem precedentes não inclui os 60 mil milhões de euros das PPPs (35% do PIB adicionais), que foram utilizadas pelos nosso governantes para fazer obra (auto-estradas, hospitais, etc.) enquanto se adiava o seu pagamento para os próximos governos e as gerações futuras. As escolas também foram construídas a crédito.
5) Temos a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (desde que há registos). Em 2005, a taxa de desemprego era de 6,6%. Em 2011, a taxa de desemprego chegou aos 11,1% e continua a aumentar.
6) Temos 620 mil desempregados, dos quais mais de 300 mil estão desempregados há mais de 12 meses
7) Temos a maior dívida externa dos últimos 120 anos.
8) A nossa dívida externa bruta é quase 8 vezes maior do que as nossas exportações
9) Estamos no top 10 dos países mais endividados do mundo em praticamente todos os indicadores possíveis
10) A nossa dívida externa bruta em 1995 era inferior a 40% do PIB. Hoje é de 230% do PIB
11) A nossa dívida externa líquida em 1995 era de 10% do PIB. Hoje é de quase 110% do PIB
12) As dívidas das famílias são cerca de 100% do PIB e 135% do rendimento disponível
13) As dívidas das empresas são equivalente a 150% do PIB
14) Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado
15) Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos
16) Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE
17) Temos a pior taxa de poupança dos últimos 50 anos
18) Nos últimos 10 anos, tivemos défices da balança corrente que rondaram entre os 8% e os 10% do PIB
19) Há 1,6 milhões de casos pendentes nos tribunais civis. Em 1995, havia 630 mil. Portugal é ainda um dos países que mais gasta com os tribunais por habitante na Europa
20) Temos a terceira pior taxa de abandono escolar de toda a OCDE (só melhor do que o México e a Turquia)
21) Temos um Estado desproporcionado para o nosso país, um Estado cujo peso já ultrapassa os 50% do PIB
22) As entidades e organismos públicos contam-se aos milhares. Há 349 Institutos Públicos, 87 Direcções Regionais, 68 Direcções-Gerais, 25 Estruturas de Missões, 100 Estruturas Atípicas, 10 Entidades Administrativas Independentes, 2 Forças de Segurança, 8 entidades e sub-entidades das Forças Armadas, 3 Entidades Empresariais regionais, 6 Gabinetes, 1 Gabinete do Primeiro Ministro, 16 Gabinetes de Ministros, 38 Gabinetes de Secretários de Estado, 15 Gabinetes dos Secretários Regionais, 2 Gabinetes do Presidente Regional, 2 Gabinetes da Vice-Presidência dos Governos Regionais, 18 Governos Civis, 2 Áreas Metropolitanas, 9 Inspecções Regionais, 16 Inspecções-Gerais, 31 Órgãos Consultivos, 350 Órgãos Independentes (tribunais e afins), 17 Secretarias-Gerais, 17 Serviços de Apoio, 2 Gabinetes dos Representantes da República nas regiões autónomas, e ainda 308 Câmaras Municipais, 4260 Juntas de Freguesias. Há ainda as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e as Comunidades Inter-Municipais.
22) Nos últimos anos, nada foi feito para cortar neste Estado omnipresente e despesista, embora já se cortaram salários, já se subiram impostos, já se reduziram pensões e já se impuseram vários pacotes de austeridade aos portugueses. O Estado tem ficado imune à austeridade
Isto não é política. São factos. Factos que andámos a negar durante anos até chegarmos a esta lamentável situação. Ora, se tomarmos em linha de conta estes factos, interessa perguntar: como é que foi possível chegar a esta situação? O que é que aconteceu entre 1995 e 2011 para termos passado termos de "bom aluno" da UE a um exemplo que toda a gente quer evitar? O que é que ocorreu entre 1995 e 2011 para termos transformado tanto o nosso país? Quem conduziu o país quase à insolvência? Quem nada fez para contrariar o excessivo endividamento do país? Quem contribuiu de sobremaneira para o mesmo endividamento com obras públicas de rentabilidade muito duvidosa? Quem fomentou o endividamento com um despesismo atroz? Quem tentou (e tenta) encobrir a triste realidade económica do país com manobras de propaganda e com manipulações de factos? As respostas a questas questões são fáceis de dar, ou, pelo menos, deviam ser. Só não vê quem não quer mesmo ver.
A verdade é que estes factos são obviamente arrasadores e indesmentíveis. Factos irrefutáveis. Factos que, por isso, deviam ser repetidos até à exaustão até que todos nós nos consciencializássemos da gravidade da situação actual. Estes é que deviam ser os verdadeiros factos da campanha eleitoral. As distracções dos últimos dias só servem para desviar as atenções daquilo que é realmente importante.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
quarta-feira, 4 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
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