No dia de Sº Pedro, 29 de Junho, realizou-se o almoço anual de confraternização de uns "meninos" que fizeram a 4ª Classe há mais de 60 anos, na Escola Primária de VRSA, que na altura tinha um jardim e um pequeno tanque com peixinhos.
A maioria saiu da escola directamente para o mundo do trabalho, sem infância, nesses tempos duros de pobreza, exploração, repressão, emigração e guerra colonial.
Muitos venceram e conseguiram triunfar apesar do ponto de partida ser tão adverso. Outros emigraram para melhorarem a sua vida. Ficamos anos e anos sem nos vermos, agora na reforma voltamos a nos encontrar. Recordamos com saudade e emoção os que já partiram. Somos a tal "peste grisalha" de quem um senhorito do PPD há tempos falava, talvez desejoso que morrêssemos para aliviar os cofres do Estado das reformas que nos pagam, esquecendo-se ou fazendo-se esquecido que o que recebemos hoje, cada vez menos e roubados por um bando desumanizado, foi pago por nós em dezenas de anos de trabalho mais as remessas das reformas dos que emigraram, as quais ajudam a economia a não ser pior.
É a "peste grisalha" que hoje, com as suas poupanças e reformas roubadas representam uma almofada social que ampara os filhos desempregados e os netos com necessidades. É fácil abusar dos "velhos", estão desorganizados, não têm sindicatos nem associações que os defendam, nem já energia para lutarem. Só por tal infâmia este governo tem de sair para bem do país e dos portugueses.
Para o ano lá estaremos com a esperança que não haja mais baixas.
Charingado é um termo algarvio polivalente que significa lixado,chateado,zangado,e que é usado correntemente com expressões e intenções diversas.
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segunda-feira, 1 de julho de 2013
quarta-feira, 15 de junho de 2011
POSIÇÃO DA RENOVAÇÃO COMUNISTA SOBRE AS ELEIÇÕES
A esquerda saiu derrotada neste ciclo eleitoral mas tem condições para se reorganizar resistir e preparar uma alternativa.
Muito embora dispusessem de maioria no parlamento, o PS e as forças à sua esquerda não souberem ou recusaram explorar quaisquer possibilidades de convergência que permitissem avanços para os trabalhadores e projectassem o caminho para a saída da espiral de dependência em que Portugal caiu.
O raro momento de convergência, esboçado na candidatura presidencial de Manuel Alegre, foi demasiado hesitante e efémero para alterar os dados da consciência social e política dos eleitores.
Conseguiu a direita empunhar a ideia de que dispunha de condições para formar maioria e retirar o país da grave crise em que se encontra. A crise foi percebida como problema económico, mas também político, dada a situação minoritária do governo do Partido Socialista e a incapacidade de se gerar uma solução consistente à esquerda.
Não obstante a vitória eleitoral da direita, obtida que foi com deslocações de eleitorado do PS mas igualmente do BE e menos da CDU, é sem dúvida de salientar que subsiste um importante pólo eleitoral à esquerda e sobretudo que foi muito vasta a expressão de desconformidade entre eleitores e representantes com avanços na abstenção, votos nulos e brancos e votos em pequenas formações partidárias. A direita ganhou mas não convenceu a maioria aritmética dos recenseados nem sequer dos votos expressos.
Para este resultado são porventura de salientar aspectos prejudiciais no desenvolvimento da luta social no ciclo precedente, onde o economismo das reivindicações sectoriais, desligadas que surgiram de uma clara perspectiva de reforma e de avanço político, fulanizaram a luta contra este ou aquele governante, iludindo as opções políticas de fundo e facilitando escolhas contra-natura do voto à direita. Isto aconteceu em contingentes tão importantes como os professores, a função pública e a magistratura. Voto de protesto esse visto à última da hora como a forma expedita de estes sectores se livrarem do governo de Sócrates, a qualquer preço, mesmo que isso significasse entregar o país às forças do grande capital, tanto mais absolvida que apareceu essa escolha pela demagogia pseudo-esquerdizante que o CDS, soube desenvolver.
Mesmo a emergência nos últimos meses de novas formas de invenção política inorgânica com as manifestações da juventude, exigindo mais democracia e um novo roteiro económico para as novas gerações, em si mesmo um fenómeno muito positivo e pleno de potencial de remodelação política, pode ter acabado por alvejar a esquerda e sobretudo o partido Socialista. A súbita emergência das novas gerações na acção política apanhou de surpresa tanto o Partido Socialista como o BE e o PCP e tarda ainda a necessária adaptação para acolher e dar saliência a este fenómeno.
Pesou certamente a conduta do PS no recente agravamento da crise na procura de compromissos internacionais de austeridade mais e mais penalizadores da situação social na tentativa de escapar a um pedido imediato de resgate pelas instituições financeiras internacionais. Esta táctica não impediu que a amarração do país a politicas ortodoxas impedisse a espiral de dependência e o PS, ao insistir nela, deixou-se enfraquecer na sua base de apoio sem procurar qualquer viregem nas suas alianças e orientação.
Todavia, a orientação do BE e do PCP de recusarem qualquer austeridade primeiro e recusarem depois qualquer pedido de resgate, sem apontar como poderia o país escapar à ameaça de bancarrota, inquietou muitos sectores intermédios e atirou-os para os braços da direita.
Com o avolumar da crise agravou-se a conflitualidade do PCP e BE contra o governo do PS e deu-se então o espectáculo das moções de censura e o voto final em aliança com a direita que motivou a decisão do primeiro ministro se demitir.
A hesitação do primeiro Ministro José Sócrates em confrontar o Presidente da República, o centro da manobra da direita, fez com que este não fosse questionado no seu discurso de 9 de Março de 2011 onde desferiu um ataque premonitório do que se estava a preparar contra o governo em ruptura com o que deve ser o relacionamento entre órgãos de soberania. O ter-se deixado passar este momento merecedor de clarificação permitiu à direita prosseguir os preparativos para o derrube do governo para a altura mais oportuna para a sua agenda. A decisão de ir para eleições aconteceu portanto muito mais segundo um calendário e os interesses da direita do que segundo qualquer perspectiva de reforço popular para uma alternativa.
É ainda de assinalar o autismo da direcção socialista que, perante o desenvolvimento da manobra da direita para a sua derrota, não foi capaz de encetar naquelas semanas qualquer esforço de conversação séria com as forças à sua esquerda permitindo a continuação e aprofundamento da crise.
De facto, o erro táctico de que tanto podem ser acusados o PS e os partidos à sua esquerda, ao avançar para um confronto nesta altura, aconteceu ao mesmo tempo que convergia a direita para assaltar o poder em consonância com a Presidência da República e eram máximas as divisões no campo popular e as vacilações no campo socialista , o inverso do que deveria ser uma situação de ofensiva.
Como pano de fundo a marcar o precedente ciclo de oportunidades perdidas pela maioria de deputados do PS e da esquerda está o facto de PCP e BE não romperem com um o seu verbalismo oposicionista descurando gravemente a construção de soluções concretas para minorar o resvalar da crise capitalista, dando contínuas mostras de não considerarem saídas de compromisso governativo. A percepção de um Partido Socialista que governa, mas à direita, não foi superada por uma esquerda que não serve nem quer governar ou ser parte de saídas de governo.
Contudo, o retomar de iniciativa à esquerda e a construção de condições de uma alternativa, para além da montagem de um forte movimento popular de apoio a uma nova política, implica necessariamente a repetição em novos moldes de uma situação parlamentar de maioria do PS e da esquerda e esse deverá ser o sentido da acção popular.
Só que o mau ensaio do ciclo que agora termina implica necessariamente a correcção dos erros que tanto contribuíram para este desenlace.
Implica o surgimento de uma nova mentalidade de forte compromisso e reclamação em relação à constituição de um governo, implica romper com o economismo das reclamações sectoriais totalmente desligadas de uma ideia de reforma e remodelação com a necessária repolitização do movimento social que não poderá continuar ignorar a premência de reformas profundas na economia e no Estado. Implica sobremaneira a apreensão das novas tendências de participação da juventude e acolher a sua crítica ao estilo e à falta de representação dos seus interesses por partidos de esquerda demasiado cristalizados e envelhecidos. Implica finalmente romper com o sectarismo que vem impedindo o diálogo e a negociação entre os partidos de esquerda e com o PS. Só através de uma reconfiguração politica à esquerda e com o eventual surgimento de novos protagonistas é que será possível inverter a situação criada pela vitória da direita.
A Renovação Comunista sublinha que as tarefas imediatas que se colocam passam por combater qualquer tentativa de desmantelamento da Constituição com que a Direita pretende abrir caminho para o seu programa liberal.
Importa gerar a mobilização popular para defender todos os activos sociais da nossa economia das consequências nefastas da crise
Impõe-se iniciar um debate sobre a futura governabilidade à esquerda para retirar o país da grave crise em que se encontra e conquistar um desenvolvimento autónomo livre da interferência das instituições financeiras internacionais.
Importa ainda erguer no plano nacional e europeu a luta para regular e colocar na ilegalidade as actividades do capitalismo especulativo ao mesmo tempo que o país deve gerar um pólo financeiro público para a dinamização da resposta económica à crise, em moldes renovados, no objectivo de alcançar uma expansão sustentada.
No seu pluralismo a esquerda saberá encontrar os protagonistas e as soluções para retomar o futuro.
Muito embora dispusessem de maioria no parlamento, o PS e as forças à sua esquerda não souberem ou recusaram explorar quaisquer possibilidades de convergência que permitissem avanços para os trabalhadores e projectassem o caminho para a saída da espiral de dependência em que Portugal caiu.
O raro momento de convergência, esboçado na candidatura presidencial de Manuel Alegre, foi demasiado hesitante e efémero para alterar os dados da consciência social e política dos eleitores.
Conseguiu a direita empunhar a ideia de que dispunha de condições para formar maioria e retirar o país da grave crise em que se encontra. A crise foi percebida como problema económico, mas também político, dada a situação minoritária do governo do Partido Socialista e a incapacidade de se gerar uma solução consistente à esquerda.
Não obstante a vitória eleitoral da direita, obtida que foi com deslocações de eleitorado do PS mas igualmente do BE e menos da CDU, é sem dúvida de salientar que subsiste um importante pólo eleitoral à esquerda e sobretudo que foi muito vasta a expressão de desconformidade entre eleitores e representantes com avanços na abstenção, votos nulos e brancos e votos em pequenas formações partidárias. A direita ganhou mas não convenceu a maioria aritmética dos recenseados nem sequer dos votos expressos.
Para este resultado são porventura de salientar aspectos prejudiciais no desenvolvimento da luta social no ciclo precedente, onde o economismo das reivindicações sectoriais, desligadas que surgiram de uma clara perspectiva de reforma e de avanço político, fulanizaram a luta contra este ou aquele governante, iludindo as opções políticas de fundo e facilitando escolhas contra-natura do voto à direita. Isto aconteceu em contingentes tão importantes como os professores, a função pública e a magistratura. Voto de protesto esse visto à última da hora como a forma expedita de estes sectores se livrarem do governo de Sócrates, a qualquer preço, mesmo que isso significasse entregar o país às forças do grande capital, tanto mais absolvida que apareceu essa escolha pela demagogia pseudo-esquerdizante que o CDS, soube desenvolver.
Mesmo a emergência nos últimos meses de novas formas de invenção política inorgânica com as manifestações da juventude, exigindo mais democracia e um novo roteiro económico para as novas gerações, em si mesmo um fenómeno muito positivo e pleno de potencial de remodelação política, pode ter acabado por alvejar a esquerda e sobretudo o partido Socialista. A súbita emergência das novas gerações na acção política apanhou de surpresa tanto o Partido Socialista como o BE e o PCP e tarda ainda a necessária adaptação para acolher e dar saliência a este fenómeno.
Pesou certamente a conduta do PS no recente agravamento da crise na procura de compromissos internacionais de austeridade mais e mais penalizadores da situação social na tentativa de escapar a um pedido imediato de resgate pelas instituições financeiras internacionais. Esta táctica não impediu que a amarração do país a politicas ortodoxas impedisse a espiral de dependência e o PS, ao insistir nela, deixou-se enfraquecer na sua base de apoio sem procurar qualquer viregem nas suas alianças e orientação.
Todavia, a orientação do BE e do PCP de recusarem qualquer austeridade primeiro e recusarem depois qualquer pedido de resgate, sem apontar como poderia o país escapar à ameaça de bancarrota, inquietou muitos sectores intermédios e atirou-os para os braços da direita.
Com o avolumar da crise agravou-se a conflitualidade do PCP e BE contra o governo do PS e deu-se então o espectáculo das moções de censura e o voto final em aliança com a direita que motivou a decisão do primeiro ministro se demitir.
A hesitação do primeiro Ministro José Sócrates em confrontar o Presidente da República, o centro da manobra da direita, fez com que este não fosse questionado no seu discurso de 9 de Março de 2011 onde desferiu um ataque premonitório do que se estava a preparar contra o governo em ruptura com o que deve ser o relacionamento entre órgãos de soberania. O ter-se deixado passar este momento merecedor de clarificação permitiu à direita prosseguir os preparativos para o derrube do governo para a altura mais oportuna para a sua agenda. A decisão de ir para eleições aconteceu portanto muito mais segundo um calendário e os interesses da direita do que segundo qualquer perspectiva de reforço popular para uma alternativa.
É ainda de assinalar o autismo da direcção socialista que, perante o desenvolvimento da manobra da direita para a sua derrota, não foi capaz de encetar naquelas semanas qualquer esforço de conversação séria com as forças à sua esquerda permitindo a continuação e aprofundamento da crise.
De facto, o erro táctico de que tanto podem ser acusados o PS e os partidos à sua esquerda, ao avançar para um confronto nesta altura, aconteceu ao mesmo tempo que convergia a direita para assaltar o poder em consonância com a Presidência da República e eram máximas as divisões no campo popular e as vacilações no campo socialista , o inverso do que deveria ser uma situação de ofensiva.
Como pano de fundo a marcar o precedente ciclo de oportunidades perdidas pela maioria de deputados do PS e da esquerda está o facto de PCP e BE não romperem com um o seu verbalismo oposicionista descurando gravemente a construção de soluções concretas para minorar o resvalar da crise capitalista, dando contínuas mostras de não considerarem saídas de compromisso governativo. A percepção de um Partido Socialista que governa, mas à direita, não foi superada por uma esquerda que não serve nem quer governar ou ser parte de saídas de governo.
Contudo, o retomar de iniciativa à esquerda e a construção de condições de uma alternativa, para além da montagem de um forte movimento popular de apoio a uma nova política, implica necessariamente a repetição em novos moldes de uma situação parlamentar de maioria do PS e da esquerda e esse deverá ser o sentido da acção popular.
Só que o mau ensaio do ciclo que agora termina implica necessariamente a correcção dos erros que tanto contribuíram para este desenlace.
Implica o surgimento de uma nova mentalidade de forte compromisso e reclamação em relação à constituição de um governo, implica romper com o economismo das reclamações sectoriais totalmente desligadas de uma ideia de reforma e remodelação com a necessária repolitização do movimento social que não poderá continuar ignorar a premência de reformas profundas na economia e no Estado. Implica sobremaneira a apreensão das novas tendências de participação da juventude e acolher a sua crítica ao estilo e à falta de representação dos seus interesses por partidos de esquerda demasiado cristalizados e envelhecidos. Implica finalmente romper com o sectarismo que vem impedindo o diálogo e a negociação entre os partidos de esquerda e com o PS. Só através de uma reconfiguração politica à esquerda e com o eventual surgimento de novos protagonistas é que será possível inverter a situação criada pela vitória da direita.
A Renovação Comunista sublinha que as tarefas imediatas que se colocam passam por combater qualquer tentativa de desmantelamento da Constituição com que a Direita pretende abrir caminho para o seu programa liberal.
Importa gerar a mobilização popular para defender todos os activos sociais da nossa economia das consequências nefastas da crise
Impõe-se iniciar um debate sobre a futura governabilidade à esquerda para retirar o país da grave crise em que se encontra e conquistar um desenvolvimento autónomo livre da interferência das instituições financeiras internacionais.
Importa ainda erguer no plano nacional e europeu a luta para regular e colocar na ilegalidade as actividades do capitalismo especulativo ao mesmo tempo que o país deve gerar um pólo financeiro público para a dinamização da resposta económica à crise, em moldes renovados, no objectivo de alcançar uma expansão sustentada.
No seu pluralismo a esquerda saberá encontrar os protagonistas e as soluções para retomar o futuro.
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