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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

NEGÓCIOS LUSOS QUE O ZÉ PAGA

O BPN concedeu um crédito à Amorim Energia para esta comprar uma participação na GALP. Isto passou-se em 2006, e o créditozinho foi de 1.600 milhões de euros, e nunca foi pago. O BPN é o tal banco que vai ser vendido, entre outros, à filha do "democrata" que governa Angola.
O Estado, isto é os governos que tiveram o caso nas mãos, Sócrates e agora Passos, pelo visto não cobraram a dívida ao Amorim, o tal que não é rico mas sim trabalhador, mas vai cobrar parte substancial do 13º mês para tapar buracos da dívida,e anunciado esta semana mais um pacote de medidas fiscais no valor de 2,5 mil milhões de euros a pagar pelo pagode, que nada teve a ver com o assunto.
O Ministério Público acusa o BPN e a Sociedade Lusa de Negócios de crimes no valor de 9,7 mil milhões de euros.
A dívida da Madeira parece que já vai em 8 mil milhões e está escondida por causa das eleições regionais.
Alguém acredita que estes senhores sofrerão as consequências dos seus actos que empobreceram o país e transformaram a vida de milhões de portugueses num inferno?
Nos EUA, a nação capitalista por excelência, vão ser processados os maiores bancos do país por terem colocado o sistema financeiro quase em colapso e causado uma recessão mundial, não esquecendo os vários "madofes" já presos e condenados.
Em Portugal administradores e ex-administradores do BPN e da tal Sociedade Lusa de Negócios onde Cavaco teve umas continhas, foram agora nomeados para cargos dirigentes em ministérios.
O crime cá compensa mesmo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ANTES O ZÉ DO TELHADO

Ainda ontem aqui referia que o trabalho paga 46,5% no escalão mais alto do IRS e hoje, ao ler o jornal, verifico que já é 49%,mais 2,5 pontos percentuais.
A velocidade do esmifranço ao trabalho é da fórmula 1, aos rendimentos do capital ou do património a velocidade anda de burro quando não de caranguejo.
Qual equidade qual carapuça nos esforços para resolver a crise que as políticas do passado e do presente criaram e agravam.
Todos falam em cortar despesas mas só aumentam as receitas com mais e mais e mais impostos. O Zé do Telhado ou o Robin dos Bosques roubavam os ricos, segundo consta, mas infelizmente chegaram ao poder especialistas em sugar quem trabalha. Eram mais humanos do que estes senhores doutores engravatados.
Para satisfazer o populismo e dar um ar de preocupação com as despesas PSD e PS acordaram reduzir para metade o número de vereadores municipais, aumentando os poderes de fiscalização das assembleias municipais.
Os mais distraídos ou ingénuos são capazes de acharem bem e aplaudirem a "poupança". Olhemos então para um caso concreto para se perceber o que está em causa. Por exemplo Vila Real de Santo António. Metade dos 7 actuais quantos são?, ou ficam três ou quatro vereadores. Agora são 6 PSD e um PS e é o que se vê. Caso sejam só três e todos da mesma cor melhora ou piora a democracia? Piora pois fica sem controlo e oposição a câmara, menos informação terá a população e a tendência para o quero, posso e mando que já existe será acentuada. É para rir essa do aumento dos poderes das assembleias municipais, hoje a esmagadora maioria dos seus elementos desconhece o que está a votar, estão lá para levantar o braço  e cumprir ordens, numa completa irresponsabilidade e desprezo por quem os elegeu.
Também não irão diminuir as despesas, hoje em todas as câmaras uma percentagem dos eleitos está a tempo inteiro, nem poderia ser de outra maneira caso se queira realizar trabalho. Menos vereadores significa todos a tempo inteiro o que não vai alterar nada de significativo.
Em democracia a representatividade das opiniões políticas e sociais da sociedade devem estar representadas se queremos debate de ideias, de propostas e soluções, não podem ficar reféns de custos, manter a liberdade custa dinheiro mas vale a pena. Cortem nos gastos inúteis, limitando por exemplo os gastos em carros e nos preços dos carros comprados.
Não foi o número de eleitos que provocou a situação desastrosa das dividas camarárias, foi a ocultação disso às populações e a falta de fiscalização das assembleias e o deixa andar dos partidos e, mais grave, a incapacidade da sociedade de exigir que lhe prestem contas. Temos uma democracia fraca, não é com medidas destas que a iremos fortalecer, pelo contrário, caminhamos para uma democracia de caciques, o que é muito perigoso. 

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O PARAÍSO SUIÇO

Na verdade é um belo país. Tudo limpo e bem tratado, florido, respeita-se o ambiente, não se vê os graffitis como em VRSA, abandalhando prédios, escolas, estátuas, papeleiras, recipientes do lixo etc., não se cospe no chão nem se leva o cão a fazer necessidades à porta da casa do vizinho.
Mas a Suíça é uma flor sobre uma estrumeira, tal como o Luxemburgo ou o Liechtenstein, ou a Madeira, paraísos fiscais dentro da Europa, onde o dinheiro mais sujo do mundo proveniente da fuga aos impostos, do tráfego da droga, das armas, de seres humanos ou de órgãos humanos pode ser colocado pacatamente sem perguntas embaraçadoras.
Qualquer ditador pode lá colocar o dinheiro roubado ao seu povo sem problemas.
A Suíça (e os outros referidos), países cultos e civilizados, dormem de consciência tranquila sobre colchões de violência e miséria. A sua opulência e prosperidade alimenta-se da fome e do atraso de outros.
Tudo isto é sabido e conhecido, mais, é consentido e protegido. Este meu magoado e indignado desabafo foi provocado por uma posição pública do novo Secretário do PS, o Seguro.
Disse, e bem, que o Passos, nesta sua viagem pela UE deveria defender o fim dos off-shores e que a UE "de uma vez por todas possa taxar os movimentos financeiros como foi proposto recentemente".
É pena que só se digam estas coisas publicamente quando se está na oposição, e quando se chega ao poder ficam sepultadas sob uma forte amnésia. Como dizia o samba antigo, "não há sinceridade nisto".
No final de 2007 o cálculo de euros de cidadãos europeus depositados na Suíça era de 700 mil milhões.
Agora serão muito mais. Dinheiro fugido ao fisco e retirado da circulação dos países da UE, coisa que o cidadão que recebe o seu salário ou a sua pensão não pode fazer, e paga impostos desse pouco que recebe.
Claro que um trabalhador não pode dizer ao fisco que mora na Holanda e por isso não deve pagar nada cá, tal como a banca e algumas das grandes empresas privadas portuguesas fazem. O rendimento sobre o trabalho paga 46,5% de taxa, o rendimento do capital paga no máximo só 21,5% quando paga.
O último estudo conhecido sobre a política fiscal vem, de novo, com o argumento hipócrita de que "a tributação sobre as grandes fortunas teria um efeito imediato de fuga em capitais e bens imóveis". É de pasmar, então qual a razão, dado que não existe tributação sobre as grandes fortunas em Portugal, da fuga para os off-shores, anualmente, de milhares de milhões de euros?
A verdade é que não taxam o capital porque não querem, é de propósito, arranjam sempre falsos argumentos para continuarem a esmifrar a arraia miúda e beneficiar a "nobreza" do capital, e o resto são cantigas como diz o povo.
O próprio "estudo" reconhece que os paraísos fiscais são formas de fazer desaparecer riqueza dos estados e "põem em risco a segurança do sistema financeiro e a própria segurança dos Estados e da Humanidade".
Afinal sabem, como se vê, então qual a razão da sua continuidade?
Mas que raio de coisa esta de chamar "paraíso" à merda mais mal cheirosa produzida pela humanidade.
É esclarecedor.