Charingado é um termo algarvio polivalente que significa lixado,chateado,zangado,e que é usado correntemente com expressões e intenções diversas.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
quinta-feira, 7 de maio de 2015
SOMAR E NÃO SUBTRAIR
O tempo passa rápido, e sabemos já que teremos eleições para Setembro,
segundo o Cavaco, que não quer misturar a campanha eleitoral com banhistas em
poses menos dignas.
Quanto mais tempo passar, pensará o homem, mais tempo terá o
actual (des)governo para tecer a sua
obra malfazeja e, quem sabe, uma folga financeira inesperada poderá dar de novo
a vitória aos maus da fita.
Além do mais a memória social é curta, e a desmotivação e a descrença
provocada pela austeridade, tão acarinhada por este governo, pode agir a favor
do seu prolongamento, favorecendo a abstenção e deixando uma minoria activa decidir pela maioria. Não
seria caso inédito. Há eleições decididas por 15% a 25% dos eleitores, caso do
Presidente dos USA, o qual com tão pouca percentagem de americanos influencia
todo o mundo.
Entretanto a sociedade vai ficando mais passiva, a confiança na
democracia diminui, os partidos desacreditam-se, as pessoas face ao aumento da
pobreza, ao desemprego, à degradação do SNS, às reformas de miséria e aos
salários que não correspondem à parte de
riqueza criada pelo trabalho que nunca é dignificado, sentem que são vítimas de
situações que não causaram mas das quais são acusadas injustamente.
Sentem que não é só injusto mas também ilegítimo, não precisam do
tribunal Constitucional para saberem que esta austeridade pode ser igualmente
ilegal.
Parece piada mas na Democracia, dizem, o Povo é que é soberano, mas a experiência
que têm é que a sua vontade não conta, fica esquecido e ignorado pelos senhores
que foram eleitos por minorias.
As esquerdas têm o dever político e moral se querem realmente alterar
esta situação de se entenderem. Há alternativas, não basta saírem juntas nas
manifestações do 25 de Abril, de somarem os mesmos protestos e contestações se
a seguir subtraiem e dispersam as suas forças não dando aos votos recebidos capacidade
para, ao menos, travar a tragédia.
Conheço os argumentos usados para justificarem a recusa apesar de haver
denominadores comuns, mas aqui também há alternativas, não é uma fatalidade.
As nossas leis não permitem que a sociedade seja representada a nível
do poder político senão por partidos. Então se estes não se entendem, se
minimamente não convergem, não é ficando de braços cruzados, resignados, que
podemos sair deste beco. Para além dos partidos há pessoas e são a estas que
têm os mesmos problemas sejam de que partidos forem que temos de chamar a
convergir, a apelar para intervirem e exigirem que a sua vontade de confiança e
futuro seja possível.
Se os partidos de esquerda recusam falar uns com os outros é forçoso
lançar no combate um outro partido que diz claramente ao que vai, o seu
objectivo é o de tentar ser um elo de ligação, um partido que quer ajudar a
juntar e a somar forças. Essa ambição vai depender mais do apoio que os
portugueses lhe derem votando nele do que da vontade ou falta dela dos outros
partidos. Será a expressão conseguida eleitoralmente que determinará a
possibilidade de haver uma frente de esquerda.
Pelas razões aqui invocadas vou dar todo o meu apoio ao Livre/Tempo de
Avançar, por conhecer muitas das pessoas empenhadas neste projecto, pelos
combates que já travámos em comum, por saber que são sérias, honestas , com
vontade de terminar com esta divisão da esquerda que já dura há mais de trinta
anos. Continuando divididos será sempre a política de direita que governará, estamos
fartos e o resultado está à vista.
É Tempo de todos nós nos empenharmos em fazer Avançar.
Deixem o vosso contacto através de comentários, o vosso mail para poderem receber documentos, informação e datas de encontros e iniciativas.
Saudações,
Martins Coelho
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