quarta-feira, 2 de maio de 2012

O 1º de MAIO !


Este quadro do pintor Pelliza de Volpedo, IL QUARTO STATO, foi exposto pela primeira vez em 1902, e era ao mesmo tempo uma afirmação das ideias socialistas que ganhavam expressão entre o proletariado, e uma homenagem à Revolução Francesa e ao POVO que derrubara os três estados anteriores : nobreza, clero e burguesia, no entender de Pelliza.
Como vemos, a caminhada pela democracia e os direitos dos trabalhadores, pela dignidade de quem trabalha, é uma longa marcha, que dura há séculos, e os direitos que hoje usufruímos não caíram dos céus, não foram oferecidos, foram duramente conquistados e regados a sangue por dezenas de milhões de trabalhadores e democratas e nós somos os herdeiros, e temos a responsabilidade não só de os manter como de os passar acrescidos às futuras gerações.
Recordamos que alguns desses direitos são recentes em Portugal, chegaram com o 25 de Abril.
Com o triunfo do neoliberalismo assistimos nos EUA e na Europa a uma ofensiva contra as conquistas sociais que se expandiram após a II Guerra Mundial. O que hoje se vê claramente nos objectivos dos actuais governos, desde a Merkel/Sakorzy até ao Passos Coelho, é que esses direitos que fazem a diferença entre a Europa e todos os outros continentes, estão sobre pressão dos tais "mercados" que visam enfraquecer os estados, desregular totalmente a actividade económica, retirar aos estados todas as alavancas e meios de poderem interferir nas negociatas e nos paraísos fiscais, desqualificar e degradar o trabalho, embaratecer o trabalho o mais possível para aumentar escandalosamente os lucros.
Para essa gente o trabalhador e o trabalho são mercadorias, as pessoas não interessam,  só os lucros da especulação são acarinhados e protegidos.
A mentira e a corrupção são as  armas  para conquistar e manter o poder, usadas com total despudor, a democracia já não corresponde por isso à vontade do povo e o regime cada vez se parece mais com o antigamente, e já se chega ao desplante de se considerar 4 ou 2 pessoas um ajuntamento ou manifestação ilegal, tal como no regime fascista.
A meteorologia política anuncia mau tempo, tempestades, mas tudo tem limites na vida, e sempre que estes são ultrapassados é impossível não haver luta e resistência. Não voltaremos ao tempo em que Pelliza pintou o povo, mas este acabará por triunfar sobre os que querem voltar socialmente aos tempos da idade média.


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