Charingado é um termo algarvio polivalente que significa lixado,chateado,zangado,e que é usado correntemente com expressões e intenções diversas.
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
AUSTERIDADE E ECONOMIA PARALELA
Este será certamente a minha última publicação de 2013, um excelente artigo que confirma, se necessário ainda fosse, que existem recursos que evitavam as "troykas baldrocas". A política financeira e económica posta em execução por este governo com o apoio do Cavaco nada tem a ver com a austeridade, esta é sim um pretexto para uma ofensiva antidemocrática para colocar Portugal e os portugueses nas mãos dos "mercados" como as tentativas para para vergar o Tribunal Constitucional confirmam.
Que 2014 nos traga o fim deste pesadelo, mais humanidade e justiça social.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
A VERDADE E A PROPAGANDA
Em primeiro lugar o sincero desejo a todos os amigos e visitantes deste blogue de Boas Festas e que o Novo Ano vos traga mais prosperidade, saúde e alegria.
Em segundo lugar dizer que, infelizmente, a propaganda mentirosa deste governo e dos partidos que o compõem ficou demonstrada mais uma vez ontem, com a declaração de Mario Draghi, Presidente do Banco Central Europeu, ao afirmar que portugal vai precisar de mais um programa de auxílio quando terminar em Julho de 2014 o actual programa de resgate. Nem poderia ser de outra forma, dado chegarmos a 2014 com uma dívida maior do que aquela que deu origem ao pedido de resgate, com a economia productiva destruída, os nossos bens privatizados por estrangeiros, desemprego escandaloso só não mais grave dado a enorme emigração e com o Estado sem meios para garantir saúde, pensões e educação dignas desse nome.
Além do mais sem oposição política e social forte em consequência da sua incapacidade para se juntar e derrotar esta desgraça governamental que nos desgraça.
Em segundo lugar dizer que, infelizmente, a propaganda mentirosa deste governo e dos partidos que o compõem ficou demonstrada mais uma vez ontem, com a declaração de Mario Draghi, Presidente do Banco Central Europeu, ao afirmar que portugal vai precisar de mais um programa de auxílio quando terminar em Julho de 2014 o actual programa de resgate. Nem poderia ser de outra forma, dado chegarmos a 2014 com uma dívida maior do que aquela que deu origem ao pedido de resgate, com a economia productiva destruída, os nossos bens privatizados por estrangeiros, desemprego escandaloso só não mais grave dado a enorme emigração e com o Estado sem meios para garantir saúde, pensões e educação dignas desse nome.
Além do mais sem oposição política e social forte em consequência da sua incapacidade para se juntar e derrotar esta desgraça governamental que nos desgraça.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
MANDELA E SANTOS DOCE
O artigo que a seguir se divulga é oportuno. A diferença entre Mandela, um homem digno e decente que sacrificou a sua vida por um ideal democrático e será sempre uma referência para o futuro, e o Santos Pingo Doce que quer voltar ao passado de forma conspirativa para explorar ainda mais os portugueses.
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
PARA OUVIR COM ATENÇÃO.
http://www.youtube.com/watch?v=SVaxY9oJEz4&feature=youtube_gdata
passar o rato sobre o link e depois clicar com o lado direito e "ir para http" ... etc.
passar o rato sobre o link e depois clicar com o lado direito e "ir para http" ... etc.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
A CARTA DOS CTT HOJE RECEBIDA
É uma carta exemplar dos tempos que vivemos. Informa-nos que os CTT são uma empresa de êxito e com futuro. Os CTT são líderes numa série de coisas. Depois, de sopete, mais uma privatização e convida-nos a comprar através do nosso banco acções dos CTT privatizados.
Algumas notas para pensar.
1ª, os CTT dão ao Estado anualmente dezenas de milhões de euros de lucro;
2ª, o dinheiro que este governo vai receber da privatização será imediatamente derretido com os juros da dívida;
3ª, perdidos os milhões anuais dos lucros dos CTT o Estado irá aumentar impostos para compensar a perda dessa receita anual;
4ª, naturalmente com os euros das acções compradas pelas pequenas poupanças de alguns, dado que a maioria tem mas é contas carecas nos bancos, os novos e privados donos dos CTT vão beneficiar;
5ª, os novos donos privados vão actuar visando o máximo de lucros, pouco se importando que os CTT sejam um serviço público fundamental. Foi assim em todos os lados e em alguns casos até tiveram de recuar face à degradação dos serviços;
6ª, tudo o que não gerar os lucros pretendidos será encerrado, designadamente nas aldeias e pequenas povoações, aumentando a desertificação humana e o abandona das populações, chutando depois o trabalho para cima das autarquias;
7ª, serão feitos despedimentos quer pelos encerramentos quer pela "racionalização" dos meios;
8ª, serão mais uns milhares de desempregados a sobrecarregarem as despesas sociais do Estado.
Eís o panorama que nos espera, e não carreguei muito nas tintas.
Algumas notas para pensar.
1ª, os CTT dão ao Estado anualmente dezenas de milhões de euros de lucro;
2ª, o dinheiro que este governo vai receber da privatização será imediatamente derretido com os juros da dívida;
3ª, perdidos os milhões anuais dos lucros dos CTT o Estado irá aumentar impostos para compensar a perda dessa receita anual;
4ª, naturalmente com os euros das acções compradas pelas pequenas poupanças de alguns, dado que a maioria tem mas é contas carecas nos bancos, os novos e privados donos dos CTT vão beneficiar;
5ª, os novos donos privados vão actuar visando o máximo de lucros, pouco se importando que os CTT sejam um serviço público fundamental. Foi assim em todos os lados e em alguns casos até tiveram de recuar face à degradação dos serviços;
6ª, tudo o que não gerar os lucros pretendidos será encerrado, designadamente nas aldeias e pequenas povoações, aumentando a desertificação humana e o abandona das populações, chutando depois o trabalho para cima das autarquias;
7ª, serão feitos despedimentos quer pelos encerramentos quer pela "racionalização" dos meios;
8ª, serão mais uns milhares de desempregados a sobrecarregarem as despesas sociais do Estado.
Eís o panorama que nos espera, e não carreguei muito nas tintas.
sábado, 23 de novembro de 2013
O PARQUE MUNICIPAL DE CAMPISMO DE MONTE GORDO E A ÉTICA EM POLÍTICA
Segundo relatos sobre os assuntos debatidos na última reunião de
câmara a questão do parque foi discutida mas sem se chegar a uma decisão sobre
o seu futuro.
Parece que maioria e oposição convergem que a questão do parque é
assunto encerrado e o actual parque só será desactivado, isto é encerrado,
depois de se ter encontrado outro local para se fazer um novo parque de
campismo que não se sabe se será maior ou menor que o actual, perto ou distante
da praia etc.
A morte do parque, eu diria assassinato, foi confirmada pelo Plano de
Pormenor da Zona Nascente de Monte Gordo com a desculpa de que o PDM já
contempla o fim do parque pois a zona
está destinada a ser zona de turismo de expansão, seja lá isso o que for.
Recordamos que este parque já tem mais de meio século, é dos parques
pioneiros deste país, por ali já passaram dezenas de milhares de portugueses e
estrangeiros que usufruíram das suas instalações e da proximidade da praia que
não poderiam gozar caso ele não existisse.
Confesso que pessoalmente tenho uma grata recordação dele pois fui um
do grupo que estreou o parque (mais o José João, o Chico Salsinha e outros).
Pedimos na altura uma tenda emprestada e sentamo-nos à sua porta à espera que
ela abrisse para sermos os primeiros utilizadores.
Regressando a coisas sérias a zona da Mata Nacional onde se encontra
foi cedida pelo estado à Câmara Municipal de VRSA por decreto-lei de 1957 para
ser aí construído um parque de campismo e "a cessão das referidas parcelas
ficará sem efeito desde que às mesmas seja dada aplicação diversa daquela a que
se destinam". Mais claro não se pode ser, acaba o parque logo a área terá
de ser devolvida ao Estado.
Por isso o terreno da Mata Nacional das Dunas não é da Câmara, e não
podia ser integrada no PDM nem em qualquer plano de pormenor que vise o
encerramento do parque para ali ser construído seja o que for. Ora o que o tal
plano de pormenor diz é que fechado o parque a zona será ocupada com
residências de luxo, um hotel, um lago etc.
Assim os milhares de pessoas serão chutadas para outro lugar para um
grupo de privilegiados poder gozar de uma zona de mata que é nossa, certamente
com prejuízo para o comércio local.
Mas como foi parar às mãos desta câmara
a "posse" deste terreno? Em 2008, já o PDM tinha uns anitos,
num notário do Porto (do Porto?, mas é verdade, foi necessário ir tão longe!?),
o vice-presidente da câmara mais três testemunhas de VRSA afirmaram que o
terreno era da câmara há mais de 25 anos e a Câmara ficou assim sua
proprietária por usucapião.
Depois sucedem-se coisas estranhas: ainda em 2008 foi aprovado em
reunião de câmara aumentar o capital da SGU, através da entrega em espécie do
terreno do parque à SGU, o que também foi aprovado pela Assembleia Municipal.
Mais tarde o terreno foi hipotecado ao Milenium para garantir um empréstimo à
SGU. A SGU tentou vender o terreno mas parece ter desistido por que as ofertas
de compra foram baixas. Há mais coisas mas por agora ficamos aqui.
Moral da história: não interessa como foi obtido o terreno, desde que
com a sua venda se obtenham uns trocos para pagar dívidas de uma má gestão.
Assim vamos perdendo os anéis e os dedos a nível nacional e municipal. Qualquer
dia nada temos: nem transportes, nem correios, nem energias, nem saúde, nem
escolas, nem matas nem praias. Tudo se vende e se privatiza. Somos cada vez
mais uns estranhos dentro do nosso próprio país.
Entristece-me que a oposição camarária em lugar de discutir para onde irá
o parque não se oponha a estas jogadas e exija que a legalidade seja
restabelecida. Mesmo que se venha a abster será conivente e não poderá lavar as
suas mãos com esse voto. Não se pode fazer política sem ética e sem princípios.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
TROYKA ILEGAL
Hoje, dia 13 de Novembro, "regressa" o FMI a Lisboa e ordena a um país governado sem dignidade e empobrecido: mais cortes na despesa, mais diminuição de salários e recomenda juízinho ao Tribunal Constitucional, nada de contrariar credores e mercados.
Aonde chegamos, já nem se dão ao trabalho de disfarçar que são eles que mandam.
É legal? Ler Rui Tavares ajuda a perceber os meandros desta conspiração.
Aonde chegamos, já nem se dão ao trabalho de disfarçar que são eles que mandam.
É legal? Ler Rui Tavares ajuda a perceber os meandros desta conspiração.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
O Comité Económico e Social, os parceiros sociais, a Unidade Técnica sobre o orçamento da AR, a OIT, (o Parlamento Europeu que acaba de criticar fortemente a política de austeridade na UE) , entre outros organismos, desancam forte e feio no Orçamento para 2014, e não acreditam que este vá resolver qualquer problema e a seguir este caminho continua a aumentar o défice, a divida pública, o desemprego e as falências, a pobreza.
Mesmo a própria Comissão veio agora afirmar que a austeridade tem de continuar e que em 2015 tem de ser esmifrados aos portugueses mais 1.700 milhões de euros. Então não era em Julho de 2014 que acabava a troyka e a austeridade???
Claro que o governo PSD/CDS e o PR são os únicos a verem coisas positivas mais o amigo Durão, álibi para continuarem a sanha privatizadora de escolas, hospitais etc. O tal país que devia voltar ao mar segundo Cavaco bradava nas Selvagens e Desertas e que se gaba de ter a maior ZEE marítima vai vender, depois do Estaleiro naval de Viana do Castelo, o último estaleiro naval português, o histórico Estaleiro do Alfeite fundado em 1928, legado à nossa Marinha de Guerra, onde foram construídos vários dos nossos barcos de guerra, reparados e reequipados muitos outros. Assim se perde toda uma história de de desenvolvimento e conhecimento naval.
Revelador da mentalidade destes senhores junta-se mais um artigo do Vítor Malheiros que se recomenda a leitura.
Mesmo a própria Comissão veio agora afirmar que a austeridade tem de continuar e que em 2015 tem de ser esmifrados aos portugueses mais 1.700 milhões de euros. Então não era em Julho de 2014 que acabava a troyka e a austeridade???
Claro que o governo PSD/CDS e o PR são os únicos a verem coisas positivas mais o amigo Durão, álibi para continuarem a sanha privatizadora de escolas, hospitais etc. O tal país que devia voltar ao mar segundo Cavaco bradava nas Selvagens e Desertas e que se gaba de ter a maior ZEE marítima vai vender, depois do Estaleiro naval de Viana do Castelo, o último estaleiro naval português, o histórico Estaleiro do Alfeite fundado em 1928, legado à nossa Marinha de Guerra, onde foram construídos vários dos nossos barcos de guerra, reparados e reequipados muitos outros. Assim se perde toda uma história de de desenvolvimento e conhecimento naval.
Revelador da mentalidade destes senhores junta-se mais um artigo do Vítor Malheiros que se recomenda a leitura.
terça-feira, 29 de outubro de 2013
E AMANHÃ ?
Este artigo do Vítor Malheiros é mais uma achega para perceber a razão do bloqueio e da falta de esperança numa alternativa.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
QUE FAZER COM OS CIDADÃOS?
Hoje ler os jornais é um exercício penoso. Não são as grandes parangonas sobre a reforma do estado (ainda bem que não a fizeram, pois querem é destruir o Estado Democrático e Social), ou sobre o défice e a dívida, os impostos etc., que retratam a situação real do país da forma mais esclarecedora. A desumanidade que atravessa a sociedade vem nas pequenas notícias sem títulos garrafais, como por exemplo: o Governo antecipa entrega de hospitais às Misericórdias ( a caridade vem aí para substituir o SNS); ou "suicídios aumentaram 6,3% em 2012, principalmente entre os idosos" ( desespero, abandono, incapacidade de se poderem tratar e comprar remédios e alimentação); ou " Segurança Social compra mais 500 milhões de dívida pública" (quer dizer o dinheiro das reformas e pensões é irresponsavelmente jogado na roleta da irresponsabilidade e indiferença social governamental, ao mesmo tempo que aumenta o roubo aos reformados e pensionistas).
Junto um artigo do Santana Castilho que apanha muito bem alguns destes aspectos da degradação galopante que estamos a sofrer.
Junto um artigo do Santana Castilho que apanha muito bem alguns destes aspectos da degradação galopante que estamos a sofrer.
sábado, 19 de outubro de 2013
JÁ ESTAMOS MESMO XARINGADOS!
Depois da abertura recente das hostilidades contra este governo feita por Soares a pedir que sejam julgados os actuais governantes, Helena Roseta invoca a Lei 34/87 para apelar à realização de um processo judicial contra Passos Coelho.
António Capucho (PSD) chamou-lhes seita, Pacheco Pereira (PSD) o mesmo ou pior.
Quando elementos destacados do próprio PSD qualificam assim o governo do seu partido é de ter medo.Eles lá os conhecem. Vasco Pulido valente então tem arrasado Passos, Portas e C&A.
Depois da montagem na Sic Noticias ( Momentos Sic noticias envolvendo Machete, Cavaco...) em que essa tropa é ridicularizada com a musica de fundo (Help Me dos Beatles) eis que Roseta concorda com a designação de deliquentes atribuida ao actual governo e invocando a sua condição de deputada constituinte pede a sua destituição pela via judicial.
Este artigo de São José Almeida é uma boa foto da destruição em marcha do país, deliberada, consciente. Quando este pesadelo acabar Portugal será um país diferente com as suas principais riquezas e haveres privatizadas e nas mãos de chineses, russos, angolanos etc., e as pessoas e os trabalhadores despidas de direitos, saúde e educação.
António Capucho (PSD) chamou-lhes seita, Pacheco Pereira (PSD) o mesmo ou pior.
Quando elementos destacados do próprio PSD qualificam assim o governo do seu partido é de ter medo.Eles lá os conhecem. Vasco Pulido valente então tem arrasado Passos, Portas e C&A.
Depois da montagem na Sic Noticias ( Momentos Sic noticias envolvendo Machete, Cavaco...) em que essa tropa é ridicularizada com a musica de fundo (Help Me dos Beatles) eis que Roseta concorda com a designação de deliquentes atribuida ao actual governo e invocando a sua condição de deputada constituinte pede a sua destituição pela via judicial.
Este artigo de São José Almeida é uma boa foto da destruição em marcha do país, deliberada, consciente. Quando este pesadelo acabar Portugal será um país diferente com as suas principais riquezas e haveres privatizadas e nas mãos de chineses, russos, angolanos etc., e as pessoas e os trabalhadores despidas de direitos, saúde e educação.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
terça-feira, 24 de setembro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
OS PROPRIETÁRIOS
OS PROPRIETÁRIOS
A denúncia da Almargem ilustra bem a
situação que vivemos no Algarve e não só. Mais uma vez é uma organização
ambientalista que vem denunciar publicamente uma nova negociata em curso à
custa do nosso património ambiental, com o consentimento de quem deveria zelar
pela defesa dos nossos bens e património, como por exemplo a Região
Hidrográfica. Em terrenos da Reserva Ecológica Nacional (REN) e da Rede Natura
2000, 70 hectares estão nas mãos de uma empresa turística finlandesa que aqui
pretende plantar um olival “biológico”, mas não satisfeitos com isto ainda
ocuparam ilegalmente dezenas de hectares de 80 agricultores.
Estamos em campanha eleitoral, mas não
se ouviram os partidos levantar a voz contra isto, nem as autarquias ou a AMAL?
Hoje encontramo-nos numa situação
estranha. O Reino do Algarve desde o Tratado de Badajoz de 1267, há 746 anos,
ficou definitivamente incorporado no Reino de Portugal e, desde então, a serra,
o barrocal e o litoral foram nossos, e se os administramos mal foi e é um
problema também nosso. Mas começamos a ter de viver num local deixado pelos
nossos antepassados mas propriedade de outros, já não podemos andar por onde
queremos. Aqui nascemos, agora trabalhando muitas vezes para estrangeiros, tendo
de emigrar em grande número para sobreviver, pagando o que consumimos a
chineses, angolanos, alemães, ingleses etc. Somos hóspedes na nossa própria
casa. Ainda há dias um presidente (como diria o Octávio Machado, sabem de quem
estou a falar! não sabem?), em mais uma das suas “promessas” acenava com um
investimento americano na Ponta da Areia. É o mercado, dizem. Precisamos de
investimentos estrangeiros para desenvolver o país. Mas para investir exigem
que nos paguem menos pelo mesmo trabalho, que a educação já não possa ser
universal assim como a saúde, que cortem no orçamento do Estado as verbas
destinadas às funções sociais para que o excedente vá parar às suas mãos
transformado em lucro que, por sua vez, sairá do país.
Contam com os cúmplices portugueses
desta vilania, desde os postos mais importantes a nível governativo e do
aparelho do estado até a sabujos presidentes de junta. É um facto. No dia 29 de
Setembro vamos eleger certamente muitos desses cúmplices que mal se apanharem
no poleiro se transformam em proprietários
do concelho, não para trabalhar em favor dos cidadãos que os elegeram, mas para
se apoderarem do património concelhio para o venderem a retalho a interesses
especulativos nacionais ou estrangeiros, desviando as verbas dos nossos impostos
para bolsos de amigalhaços políticos e partidários, endividando as câmaras sem
qualquer pejo, ameaçando e perseguindo quem se lhes opuser, ignorando as mais
elementares regras democráticas, usando meios camarários em seu benefício
pessoal, comprando o silêncio da imprensa com os “subsídios e publicidade da
traição”, corrompendo através de esmolas disfarçadas de apoios sociais. A regra
é tudo a favor do privado e destruição de tudo o que é público.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
ÓLEO a ÁGUA
ÓLEO A ÁGUA
O óleo a água aparece na Noruega, pela marca Munch, nos
princípios dos anos 70 mas a sua divulgação a sério só começa nos anos 90. A
sua principal característica é a de ser um óleo ecológico composto de óleos de
origem vegetal que não têm água .
Foi concebido para responder ao facto de muitos
pintores não quererem abandonar a pintura a óleo por não se adaptarem ou não
gostarem das outras técnicas mas não poderem continuar a pintar a óleo por
causa das alergias causadas pelos solventes, a terebintina, por certos médios
etc...
Ao mesmo tempo procurou resolver o velho problema
do tempo de secagem . Este óleo paradoxalmente é diluído a água, seca bem e
muito mais rapidamente que o óleo tradicional, e os pincéis e espátulas
limpam-se com água e sabão .
O tempo de secagem anda pelas duas horas, dependendo
da temperatura ambiente. Por precaução deve-se dar mais tempo para garantir uma
boa secagem antes de pintar por cima .
As características da pasta não são diferentes do
óleo, permitem várias camadas respeitando a regra do gras sur maigre mas,
desta vez, o diluente é a água . Mais água ao princípio e menos no fim ou
nenhuma no final , de forma decrescente. Assim tanto podem ser aplicados a seco
como dissolvidos em água .
Quanto à maneira de trabalhar aconselha-se aplicar
em camadas finas enquanto húmido. Após secar é um óleo normal. É compatível com
os outros óleos e pode-se pintar sobre acrílico e viníl . Pode ser usado como
fundo para o óleo normal.
Quando misturado com os outros óleos primeiro
misturar na paleta e só depois juntar a água. Nestas misturas os óleos normais
não devem exceder os 20% a 25% da mistura. Adere bem aos suportes, cobre bem e
permite as veladuras. Como seca com rapidez deve-se deixar secar e só depois
proceder aos acabamentos finos, sombras etc ... Os pincéis são os normais mas
de preferência utilizar os que oferecem uma certa firmeza e suavidade
simultâneamente .
Existem médios próprios para esta técnica, da
Munch e a W&N criou a série Artisan para este fim. Aceita sem problemas os
médios da pintura a óleo tradicional. A Talens também já comercializa este óleo
cada vez mais apreciado e utilizado . Após terminado nada o distingue de uma
outra pintura a óleo .
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
OS ALKYDES
ALKYDES & VINÍLICAS
A pintura alkyde é uma técnica recente, fruto dos
progressos realizados pela química moderna, é uma composição à base de álcool e
ácidos, resinosa, originando uma matéria brilhante e aveludada que seca com
rapidez, muito mais que o óleo e menos do que o acrílico. Em geral leva algumas
horas para secar (4 a 6), e a qualidade de acabamento é semelhante à do óleo.
Esta característica permite trabalhar o alkyde como o
óleo frais sur frais, o que é importante para o trabalho de fusão, nos acabamentos,
nos trabalhos de precisão etc... Uma vez o trabalho terminado seca totalmente
entre 18h a 24h, dependendo da espessura das camadas e da temperatura ambiente.
Tal permite aplicar o verniz de retoque um ou dois dias após a secagem e o
verniz final um a dois meses após a finalização.
Esta técnica possibilita também, caso se queira, repintar
o quadro desde que seco.
O alkyde responde assim à necessidade de se pintar mais
depressa sem perder a qualidade e as características da pintura a óleo.
Não mais problema com sicativos e os conhecimentos necessários
para bem os utilizar. O alkyde tanto pode ser aplicado como uma técnica
autónoma como se pode misturar sem problemas cores alkydes com as cores a óleo
diminuindo o tempo de secagem destas. O alkyde é, em geral, mais barato de que
o óleo.
Para além dos suportes tradicionais para a pintura a óleo
o alkyde pode ser aplicado sobre o metal ou sobre gesso ou estuque, desde que
estes suportes estejam desengordurados e possuam alguma rugosidade.
Em relação aos médios o alkyde aceita sem problemas os
médios do óleo embora existam médios próprios como o Liquin, líquido,
que torna a pasta mais fluída, o Wingel gel, que torna a pasta mais
untuosa e o Oleopasto, gel espesso para encorpar.
Tal como no óleo o gras sur maigre tem de ser
respeitado para secar bem e evitar estalar.
Os pincéis para o óleo servem perfeitamente para a
pintura alkyde.
O VÍNIL pareceu pela primeira vez em 1955, em França. É
uma técnica que usa a água como solvente, resistente, mate, seca rapidamente
mas menos do que o acrílico, com bom poder de cobertura. É muito apreciada
pelos decoradores, maquetistas, ilustradores e restauradores e cada vez mais
utilizada na pintura artística. Uma vez seca possibilita novas camadas sem
risco de perder qualidade. Permite as veladuras e o aerógrafo.
É uma técnica autónoma e não permite misturas com o
acrílico, com menos poder de cobertura e mais transparente. Pode ser aplicada
sobre qualquer suporte, inclusos o barro e o tecido. É um material
relativamente caro.
Existe uma gama larga de cores, algumas florescentes.
Pode ser utilizado na preparação de fundos para a pintura a óleo.
terça-feira, 23 de julho de 2013
ACRÍLICO
ACRÍLICO
O acrílico é uma resina polimerisada derivada do petróleo
e dos seus derivados . Foi descoberta em 1930 nos EUA e começou a ser usado na
pintura de edifícios . Só a partir dos anos 50 nos EUA foi pouco a pouco
ganhando o interesse para a pintura de cavalete , e em 62 pintores franceses
começaram a utilizar este novo produto . Rapidamente se espalhou o seu uso e o
acrílico para a pintura de arte se foi aperfeiçoando , existindo hoje uma vasta
gama de marcas , cores , médios , pincéis , telas etc... exclusivos para a
pintura acrílica .
O acrílico é uma matéria polivalente , tem um aspecto
seco , sedoso e de um brilhante profundo e pode ser aplicado sobre quase todos
os suportes – tela , madeira , contraplacado , cartão , papel , vidro , metal ,
plástico , cimento etc ... Convém no entanto preparar os suportes com gesso ou
caparol como no óleo pois um suporte bem preparado é fundamental para uma boa
pintura . Caso se pinte muito diluído deve o suporte ter alguma rugosidade ,
não ser muito liso . Suportes oleosos ou gordurosos devem ser evitados .
A resina acrílica é uma matéria plástica sintética
resistente , estável e menos sensível à luz que as resinas naturais . Fácil de
pintar e misturar seca rapidamente em poucos minutos o que torna a técnica complicada
de dominar . O único diluente do acrílico é a água e , uma vez seco é
resistente , fácil de limpar e dispensa mesmo o verniz . Aconselha-se mesmo
assim o envernizar final com os vernizes próprios para o acrílico . Ao
contrário do óleo pode ser envernizado logo que seco mas , por precaução ,
deve-se deixar passar pelo menos algumas horas .
O acrílico tanto pode ser usado tão líquido como a
aguarela sobre papel aguarela como muito espesso à brocha ou à espátula sobre
suportes proibidos ao óleo , tudo depende da quantidade de água utilizada .
Tanto se pode diluir como utilizar como sai do tubo ou juntar médios para
empastar .
O acrílico como seca rapidamente permite continuar a
pintura com novas capas no imediato , tantas quantas se desejar e forem aconselháveis
para o suporte . As veladuras não oferecem dificuldade , é uma questão de mais
ou menos água . Ao contrário do óleo podem-se alternar capas finas e espessas
sem problemas .
Um material indispensável para a pintura acrílica é um
borrifador para manter húmida quer a tinta saída do tubo e posta na paleta quer
a própria tinta aplicada no suporte caso seja necessário . A rapidez de
secagem exige rapidez de execução ,
pintar com rapidez é o segredo e , como na aguarela , não permite
arrependimentos . Mas , o que não é possível na aguarela , uma vez seca pode-se
repintar .
A técnica de pintar não é diferente da do óleo assim como
tudo o que é relativo à teoria das cores , composição , etc..
O acrílico é um excelente produto para as técnicas mistas
, com o óleo , com o pastel , com vinílicas , com a aguarela .
A grande vantagem do acrílico sobre o óleo é a sua
solidez , a garantia que não estala ou racha , a capacidade de suportar
diferenças de temperatura sem problemas , insensível à humidade , fácil de transportar
. O óleo no entanto permite acabamentos e "nuances" difíceis de obter com o
acrílico .
TINTAS
As tintas acrílicas existem em tubos , potes e frascos de
vidro ou plástico em diversos tamanhos de acordo comas superfícies que se
pretendem pintar . O tubo contém
acrílico em pasta parecido à consistência do óleo ; nos potes e frascos
o conteúdo é mais cremoso , bom para as misturas e para grandes superfícies . A
dos frascos diluem-se muito bem na água e facilitam a pintura em aerógrafo . Em
geral o acrílico é mais caro do que o óleo . Em relação à qualidade temos os
extra-finos , os finos e os de estudo .
A gama de cores comercializada é hoje muito extensa e variada , para
além das cores normais existem os acrílicos de cores metálicas que permitem
obter tons metal , os fluorescentes e os iridescentes ou de pérola .
MÉDIOS
A gama de médios é muito vasta e estão sempre a aparecer
novos produtos que se misturam bem , não alteram as cores , criam condições
para novas técnicas e utilizações quer nas texturas , na obtenção de relevos
etc... Os médios são brilhantes e mates e em geral aplicam-se misturando 20% de
médio e 80% de acrílico . Alguns exs :
Retardadores – retardam o tempo de secagem permitindo
mais tempo para executar a pintura ;
Estruturantes – servem para adensar a pasta e podem ser
misturados em proporções até 50% sem alterar a cor , dando maior volume à pasta
;
Veladuras – a pasta torna-se mais fluída e transparente , são adesivos
bons para colagens ;
Modeling past – médios que de grande poder adesivo
que dão pinturas em relevo , permitem as colagens e a mistura de areias ,
serradura , pó de mármore etc ... para se obter efeitos de matéria , chamados
morteiros ;
Fluorescentes e iridescentes – produzem efeitos especiais
quando misturados à pasta ;
Gesso acrílico – bom para preparar os suportes e também
para misturar com a cor para a encorpar . Existem em branco , negro ou
coloridos ;
Verniz – brilhantes , mate e anti-UV . Servem para
proteger a pintura e aplicados em camadas finas realçam as cores ternas , dão
um ar acetinado à pintura . O anti-UV filtram os raios ultra-violeta reforçando
a solidez das cores o que é bom para pinturas que fiquem muito expostas à luz
ou de exterior .
PINCÉIS
O acrílico aceita todo o tipo de pincéis mas é preferível
usar os próprios para o acrílico . A resina do acrílico estraga mais o pincel
que o óleo , este conserva melhor os pelos . Os sintéticos e as sedas são os
mais usados por serem firmes , resistentes e elásticos .
Quando se trabalha com o acrílico tipo aguarela ou em
pormenores ou acabamentos finos os suaves de marta ou afins são os mais indicados. Como o
acrílico seca com grande rapidez é
necessário sempre que não se esteja a usar o pincel mergulhar o mesmo em água
mas sem que o pelo toque o fundo . O melhor é ter um recipiente com bastante
água à mão para dar uma lavadela ao pincel mal se deixe de usar .
No final devem ser lavados com água morna e sabão de
marselha , e postos a secar com os pelos para o alto . Caso por descuido tenham
secado ou as virolas estejam com tinta seca deve-se limpar com álcool .
sexta-feira, 19 de julho de 2013
AGUARELAS
AGUARELA
A aguarela foi uma
técnica utilizada na Idade Média nas iluminuras dos manuscritos (juntamente com
o ovo),que cai em desuso com o aparecimento do óleo,reaparece na
Renascença(Durer, Pisanello,Holbein e outros ), mas são os paisagistas ingleses
do século XVIII que irão popularizar esta técnica – Tuner e Cotman
designadamente , na forma como hoje ainda a praticamos . Conhecem-se aguarelas
egípcias do II séc. AC ilustrando os livros sagrados .
O seu nome vem do
italiano aquarello , que significa cor diluída em água .
Os pigmentos são
aglutinados pela goma arábica à base de resina de acácia ou eucalipto,
de mel , de glicose ou de
glicerina ( as de menor qualidade ) .
É uma técnica difícil de
dominar , não permite o erro , exige precisão do gesto e da pincelada , rapidez
de execução , paciência e conhecimentos . Ao contrário do óleo e outras
técnicas na aguarela o desenho adquire
grande importância .O dissolvente é a água e a aguarela fascina pela sua
transparência , frescura , intensidade das cores , o jogo de matizes e súbtis e
finas graduações de cores. Não há branco , o branco do papel seu suporte ideal
e quase exclusivo é o branco da aguarela . É este branco que transparece
debaixo das cores que dá a luminosidade tão específica da aguarela .A evolução
industrial e técnica da química veio
pouco a pouco substituindo os pigmentos de origem vegetal , animal ou mineral
por pigmentos sintéticos , alargando a gama de cores , a permanência e a
estabilidade das mesmas .
AS CORES
Existem várias e boas
marcas no mercado . Independente da marca as aguarelas ditas artistas e
as extra-finas são as de melhor qualidade , existindo também as finas
e as de estudo . As aguarelas são apresentadas em godets ou em
tubos . Os godets podem ser de porcelana , metal ou plástico ( os mais
baratos e de menor qualidade ) . Para manter a humidade da pasta as cores em
godet vêm embaladas dentro de caixas de madeira , metal ou estojos de cartão
para melhor conservação . As cores em tubo têm um maior grau de humidade e o
facto de se fecharem após o uso garante melhor conservação .Nas caixas
metálicas as tampas servem de paleta para misturar as cores . Pode-se comprar
caixas destas vazias e colocar lá a selecção de cores que mais nos convenha .
Após usar as cores em
godet é bom limpar estes com papel absorvente e fechar bem a caixa e a manter
afastada de fontes de calor para não detiorar as cores .
Hoje em dia existem
também aguarelas em potes e tubos, como a Karat Liqua da Staedtler , de
grande qualidade , usadas mais pelos ilustradores mas que são excelentes
aguarelas .
Outro material são os
lápis aguarela , de várias marcas e em caixas que vão de 12 a 120 cores . Os
lápis aguarela podem ser utilizados como uma técnica autónoma ou servirem para
técnica mista com a aguarela .
Hoje em dia existem
feltros à prova de água , tintas da china especiais e feltros aguarela usados
por muitos artistas .
Em relação à teoria das
cores o uso destas e as misturas são no fundamental semelhantes ao óleo .
Embora não seja corrente a aguarela pode ser utilizada em técnicas mistas com
as ceras , pastel a óleo e mesmo com o acrílico . A aguarela também é utilisada
por alguns aguarelistas em pinturas ao aerógrafo .
A aguarela é a arte da
transparência , existindo naturalmente cores mais transparentes do que outras .
Transparentes – Terra de Siena Natural , Azul Ultramar , Magenta
, Áureolina ;
Opacas –Terra de Sombra Queimada , Verde Óxido de Crómio ,
Amarelo Nápoles , Ocre , Cerúleo ,Vermelho Cádmio , Vermelhão , Amarelo Cádmio
;
Grande poder
colorante - Terra de Siena Queimada , Alizarina , Amarelo
Cádmio , Azul Phtalo ;
Pouco poder colorante
– Verde Esmeralda , Terra de
Sombra Natural , Ocre Amarelo .
O SUPORTE
O suporte por excelência
da aguarela é o papel especial feito expressamente para a pintura a aguarela .
Existem quatro tipos de
papel – acetinado , fino , rugoso e muito rugoso ou torchão . Os acetinados e
os de grão fino acentuam o brilho e a transparência mas dificulta a saturação
da cor , mais difícil de trabalhar , em particular na técnica a húmido para
dominar o controlo da aguarela . O rugoso permite que um picel bem embebido na
cor cubra grandes superfícies e um pincel com pouca tinta , seco ou semi-seco ,
deixe transparecer as covas das rugosidades . O torchão não absorve totalmente
a tinta , esta não vai até ao interior da folha , é absorvente só na superfície
. O torchão possibilita belas aguarelas
mas é igualmente difícil de trabalhar , exige grande prática da aguarela .
Aconselha-se que o papel
não seja inferior a 300 gr., pois nesse caso terá de sere fixado com fita
adesiva de ph neutro , para não criar bolsas ou encarquilhar .A partir de 400gr
é considerado papel cartão e com 600 gr
e mais oferece uma grande estabilidade .O papel fabrica-se a partir de tecidos
de linho ( o de melhor qualidade ) , de algodão ou misto de algodão e linho .
Aparece no mercado papel
de fibra de madeira e sintéticos que não são bons para a aguarela , não
garentem a homonegeidade necessária a esta técnica .
O papel de aguarela pode
ser feito manualmente ou em máquinas , sendo o artesanal de muito melhor
qualidade .
O papel aguarela tanto se
pode comprar em folhas como em blocos , existem as mais variadas dimensões .
Pode-se comprar folhas grandes e cortar no tamanho que mais nos convenha .
Um aspecto importante é o
de que o papel de aguarela deve ter ph neutro , isto é sem acidez , para não
alterar a cor da tinta e no futuro não degradar o trabalho .
MÉDIOS
Tal como para as outras
técnicas a aguarela possui vários tipos de médios . Alguns exs. :
-
goma
arábica – melhora a coesão e a
aderência , aumenta a transparência e a profundidade das cores . Deitar uma a
duas gotas na água limpa do recipiente que serve para tirar a água para
dissolver as cores (depende do tamanho do recipiente ) . Quando se fez uma
grande quantidade de cor uma gota ajuda à coesão da tinta ;
-
glicerina
– uma gota na cor evita as
escamas , melhora a flexibilidade e a densidade ;
-
Fiel de
Boeuf – facilita a aderência ,
designadamente no papel Tourchon ;
-
máscaras –
chama-se máscara à técnica que
consiste em proteger o branco do papel com um produto que impeça a tinta de
manchar essa área e que , depois de seca a tinta , se possa retirar o produto
deixando a descoberto o branco do papel . Os materiais mais usados são a goma
de borracha , a cera branca e o pastel a óleo branco ou a glicerina que repelem
a água defendendo a área que se quer proteger ;
-
granulados
– existem uns produtos no mercado
que dão corpo à aguarela que depois de seca fica com aspecto rugoso .Serve para
muros rústicos ,terrenos etc ;
-
máscaras
transparentes – produto que dado
sobre o branco do papel e depois de seco permite pintar por cima dando maior
transparência , ou dado sobre a tinta seca permite que a nova camada deixe ver
a inferior . Serve para dar efeitos especiais , transparência a zonas de água
etc ...
-
verniz – protege a aguarela que é muito sensível à luz e
tem tendência a esmaecer quando exposta a luz intensa . Os puristas condenam o
uso do verniz que dizem fazer perder a frescura e a espontaneidade .
- TÉCNICAS
Os puristas da aguarela só aceitam a tinta , o papel e o pincel ,
recusam tudo o resto.A controvérsia é grande e antiga sobre esta questão , mas
a verdade é a de que a aguarela como técnica difícil que é vive de muitos
expedientes e truques e nada impede de inovar no bom sentido, sem desvirtuar o
espírito e a essência da aguarela.
É uma questão de escolha e método pessoal .
Na aguarela pintar sempre do claro para o escuro .Escurecer só por velaturas
após as outras passagens estarem bem secas . Evitar dar mais de três passagens
, a aguarela perde frescura e transparência . Não esquecer que o branco do
papel é que dá luminosidade às cores .
Desenhar préviamente o tema da aguarela , de forma leve a lápis ou lápis
aguarela , quer antes de molhar o papel ou aplicar a cor . O desenho é um
indicativo , não se deve impor à cor . Também se pode desenhar com a própria
aguarela , mas neste caso a tinta deve estar bem diluída .
As técnicas de base mais comuns são quatro : pintar a seco sobre seco
, húmido sobre húmido , seco sobre húmido e pincel seco .
Evitar a húmido sobre seco pois existe o perigo de manchar e alterar
as cores . Na aguarela as cores a húmido têm uma intensidade maior que se
atenuam quando secas. Importante experimentar a cor num papel separado antes de
a aplicar para ver se o tom é o pretendido quando seca .
A aguarela vive muito do branco do papel pelo que é fundamental reservar os
brancos e os brilhos desde o princípio através de máscaras . Dominar a tinta de
forma a que esta não invada a zona que queremos que fica branca , caso não se
recorra à máscara , exige uma técnica muito apurada e grande experiência .
Não se devem multiplicar os brancos , em princípio recomenda-se só um
branco puro central ( depende do trabalho , mas muitos brancos roubam
expontâneidade à aguarela ) .
Deve-se pintar com o papel ligeiramente inclinado , ajuda a dominar e a
controlar o movimento da tinta . Caso se pinte com blocos o problema está
resolvido . Se a folha é solta quer seja a aguarela a seco quer a húmido (
depois de a molhar ) , deve ser fixa com fita adesiva não ácida a um suporte
rijo , cartão forte ou contraplacado . Isto impede a folha de inchar e deformar
.
A aguarela é água , um lavis , evitar por isso encharcar o pincel e
procurar estender a pintura . Caso a superfície a cobrir seja grande a tinta no
pincel deve estar de acordo com a área .
Frottis – é possível com o
pincel quase seco ;
Aplat – da esquerda para a
direita , de cima para baixo , com muita tinta e quando chegar ao fim da folha
seguir no sentido inverso (direita para a esquerda ) , invertendo sempre o
movimento até cobrir a zona que se pretende absorvendo com o pincel o excesso
de tinta no final ;
Velaturas – são
como filtros , pedem intensificar a cor ou ter cores diferentes da inicial ,
por ex. um azul sobre amarelo dará um verdoso . As cores com menos poder
colorante e as mais transparentes são melhores para os glacis . A
Alizarina desde que bem diluída dá boas velaturas ;
Lavis – é uma técnica que
consiste em realizar uma agurela sem cor . Regra geral são feitos à base de
terras .
Certos pigmentos como o cobalto , as terras , o azul ultramar , devido à
sua densidade/peso anicham-se bem às concavidades do papel e produzem um efeito
granuloso que se pode explorar para dar efeitos .
TRUQUES
Para absorver e criar
espaços mais ou menos brancos usar papel absorvente , algodão , esponja ou um
pano absorvente . Por ex. para obter efeitos de nuvens , a pressão maior ou
menor retira mais ou menos tinta .
Se deitarmos sal sobre a
tinta quando húmida produz manchas e efeitos . Retirar o sal quando a tinta
secar .
Esponja húmida de cor
sobre seco , por ex. para imitar folhagem . O secador de cabelo para acelerar a
secagem da aguarela .
Pode-se dar efeitos de
raios de luz com lápis branco ou giz . Lixívia diluída a 50% na água come a cor
e dá brancos . Cuidado para não abrir buracos no papel .
Raiando com o cabo do
pincel sobre húmido ficam traços . Por ex . para caules ,ervas , pequenos
troncos .
Uma lâmina de barba , um
canivete ou mesmo uma lixa abre brancos ,por ex. reflexos na água , velame ou
ramos .
Uma escova de dentes para
salpicar uma zona . Um vaporizador para humedecer uma zona , ou com cor para
borrifar e dar efeitos de textura .
Um papel não absorvente
para friccionar e obter texturas . A terebentina sobre húmido produz efeitos .
Fio ou etiqueta para
marcar ou preservar uma área .
Tunner , um dos maiores
aguarelistas , pintava as costas do papel em certas zonas para acentuar essas
partes .
OS PINCÉIS
Os pincéis para a
aguarela têm várias formas e tamanhos conforme o uso a que se destinam .Os de
pelos naturais são os melhores mas existem sintéticos de boa qualidade.
As características fundamentais
são a suavidade ,flexibilidade,elastecidade,a capacidade esponjosa de
absorver/reter bastante tinta .
Oa de pelos de marta
combinam todas estas qualidades e tanto servem para os largos aplats
como para finos traços . Os petits-gris , de pelos de esquilo , são
excelentes e bons para os lavis . Os de pelos de Putois
igualmente bons para os lavis , usados para molhar o papel devido à boa
absorção de água , para fundos e dégradés . Os pincéis de Oreille de
Boeuf servem para molhar o papel , fundos e céus .
Os sintéticos gastam-se
mais depressa e por isso misturam pelos naturais para melhorar a absorção de
água e a resistência . Da qualidade e quantidade dos pelos misturados depende a
qualidade do pincel .
Pincéis mais largos ,
tipo spalter , em petits-gris ou sintéticos , são usados para
cobrir grandes zonas de cor .
As sedas de porco servem
para misturar cores e , devido à sua rigidez , para os frottis .
Quando se pinta a
aguarela devemos ter dois recipientes com água , um para ir lavando os pincéis
e outro com água limpa para dissolver as cores . Alguns aguarelistas só usam um
para tudo pois afirmam que a água dos pincéis ao dissolver as cores harmonizam
estas enriquecendo o trabalho . Necessário lavar regularmente os pincéis com
água morna e sabão , apertar e sacudir para que não percam a forma e a ponta ,
guardar com os pelos voltados para cima
.
Para as máscaras usar
pincéis velhos ou baratos , proteger mesmo assim os pelos com sabão e lavá-los
de seguida .
quarta-feira, 17 de julho de 2013
PINCÉIS
Os pincéis em marta são os melhores mas os de seda de
porco são excelentes para a pintura a óleo .
Existem pincéis com as
mais variadas formas e tamanhos , de cabo curto ou longo , adequados à pintura
que se pretende ( suave sem deixar traço ou deixar bem vincada a marca do
pincel ) , assim como às várias técnicas – óleo , acrílico , aguarela , guache ,
decoração etc ...
Marta Kolinsky – bons para aguarela e óleo , resistentes ao uso ,
precisos e elásticos;
Putois – bons para brochas de pelo curto , absorvem bem a água , boa resistência ;
Petit-gris – bons para aguarela , absorvem
bastante água , menos robustos e elásticos do que a marta ;
Oreille de boeuf – resistentes e maleáveis
, adaptam-se a várias técnicas ;
Cabra – baratos mas de fraca qualidade ,são
suaves e finos , bons para envernizar ;
Mangouste – pelo fino e duro , bom para
brochas curtas para óleo ,
Blaireau – bom para brochas para glacis e
pincéis de leque ;
Seda de porco – resistentes , bons para
óleo , acrílico e empastar ;
Sintéticos – resistentes , lavam-se bem e
bons para a o acrílico e aguarela , maleáveis , robustos e elásticos .
Existem ainda pincéis fabricados com mistura de pelos naturais e sintéticos , alguns de muito boa qualidade quer para óleo quer para acrílico.
Conservar os pincéis em
bom estado é fundamental pois são a ferramenta por excelência da pintura .
Quando se utilizam com
secativos , vernizes , diluentes ou produtos similares devem ser lavados
imediatamente .
Com os acrílicos ou
vinílicos mal se acabe de pintar deve-se imediatamente passar o pincel por água
limpa . Caso se pretenda continuar a pintar com o mesmo pincel pouco tempo
depois deixá-lo mergulhado em água mas sem que os pelos toquem o fundo para não
perderem a forma . Após o uso devem ser lavados com água morna e sabão ,
sacudir e secar com um pano ou papel absorvente evitando puxar pelo pelo . O
melhor sabão para lavar os pincéis seja qual for a técnica utilizada é osabão
de marselha. Existem produtos próprios para a lavagem dos pincéis .
Caso por descuido o
pincel seca com acrílico tentar recuperar limpando com acetona ou álcool .
Quando se utiliza o óleo
ou os alkydes após o uso deve ser
retirado o excesso de tinta com papel de jornal ou papel absorvente , sem puxar
os pelos e tendo o cuidado de não deixar tinta acumulada na virola , depois
limpar bem com petróleo ou white sprit , sacudir e linpar com panos ou papel
absorvente.
Regularmente lavá-los com
água morna e sabão . Todos os pincéis após serem limpos devem ser guardados com
os pelos voltados para cima , ajuda a conservação e a não perder a forma .
Quando não se utilizam
por um período prolongado devem ser untados com vaselina para impedir que criem
bicho e para manter a forma . Há quem utilize a fita gomada para este fim .
A técica para lavar os
pincéis é a de fazêlos girar na palma da mão quando são redondos e dar um
movimento de vai-e-vem quando são chatos .
Os pincéis de aguarela
devem ser lavados em água fria para a goma não estragar os pelos .
Existem também vários
tipos de pincéis , spalters e brochas para truques , efeitos especiais
etc...Agora encontramos no mercado em borracha ,espuma e outros materiais .
segunda-feira, 15 de julho de 2013
TÉCNICAS E MÉTODOS, CONTINUAÇÃO
Frotis : aplicação irregular de uma cor opaca ou
semi-opaca sobre uma outra já seca , modificando o nível óptico ( nuvens , fumo
, nevoeiro , vegetação etc...) . Também se pode usar um trapo embebido na tinta para dar a
sensação de folhagem .
Blaireautage : aplicação com pinceladas irregulares deixando
aparecer a sub-camada . O pincel com pintura espessa aplicada sobre o seco ,
ligeiramente , não misturando as pinceladas , pressionando os pelos ( terrenos
, certas folhagens ).
Pontilhado : toques vigorosos dados verticalmente com pincel de
decoração ou uma esponja . A pressão regula o pontilhado ( folhas das árvores ,
efeitos de mármore , madeira etc... ).
Projecção : projectar a tinta com uma escova ( para folhagens
, areias etc... ) .
Raspagem : com o cabo
do pincel ou outro instrumento para fazer aparecer a sub-camada ( troncos de
vegetação , cabêlos , ramos de árvores etc... ) .
Glacis : o primeiro a usar a velatura foi Van Eyck no séc.
XV ; é uma camada transparente dada bem diluída com um médio próprio sobre
outra cor seca com pincel suave para não deixar traços , para alisar . O glacis
deve ser sempre mais claro que a outra cor . As cores opacas não servem
para este fim . É uma velatura que serve de filtro para harmonizar uma
tela,para efeitos ópticos , para sombrear , para dar efeitos de água , para
esbater e suavizar etc... As lacas como por ex . a laca de garanza dão
excelentes glacis , mas nunca as misturar com branco pois empalidecem e desaparecem . O cobalto , o
prússia , os óxidos vermelho e amarelo são bons para as velaturas . O glacis pode ser magro
ou não , acetinado , brilhante ou mate , tudo depende da quantidade de óleo
usada mas em pricípio o pigmento é pouco , o normal é 45 % de óleo ou verniz ,
45% de terebentina e 10 % de sicativo ( depende da oleosidade da cor ).
Para os magros usar copal
ou goma Dammar .
Empastar : engrossar a cor com um médio
ou produto apropriado . Geralmente pinta-se com um pincel de seda de porco .Colocado em pequenas
pinceladas fazem vibrar a luz,
O empastar dá relevo e
faz ressaltar os elementos do primeiro plano . Técnica usada para muros ,
montanhas etc ...
Pontilhismo : pintar em pequenos toques de pintura pura , opaca
, com pincel redondo . Técnica usada por impressionistas para dar efeitos
ópticos , ex. colocar duas primárias lado a lado para o olho as juntar na cor
resultante .
Frais sur frais : sobre uma primeira cor dar de seguida com pincel
redondo uma segunda , mais clara , para as misturar . Serve para fundir , criar
céus com nuvens etc...
Tonking : método que consiste em esfregar papel de jornal
com um ligeiro movimento da palma da mão sobre uma superfície fresca para obter
efeitos ao acaso ou atenuar contornos .
Fundidos : técnica
que serve para graduar a passagem de uma cor para outra , para as esbater ou
fundir gradualmente . Usar pincéis brandos ou de leque para fundir . Pode-se
colocar uma cor ao lado uma da outra ou com ligeira separação e depois fundir .
Técnica usada pelos retratistas , para céus , nuvens , para sombras etc ... Os
dedos são uma excelente ferramenta para fundir cores .
A Carne – não existe uma
cor própria para a carne , depende do conjunto da obra . Os amtigos tinham um
método : pintavam a carne em último lugar . A base era uma ou duas capas de
terra verde e branco , depois aplicavam duas capas de velaturas de cores diferentes sem ocultar a
base .
Outra forma é a de
aplicar as pinceladas de cores diferentes umas junto às outras e depois fundir
ligeiramente .
As sombras da carne
feitas com azul e cinzentos ou as complementares , cores frias . Os contornos
repassados com sombras diluídas e as tintas ainda húmidas .
Brilhos – normalmente é o
branco e o amarelo . O brilho tanto pode ser suave como espesso . O brilho das
ondas é muitas vezes dado com espátula .
Recordar que o brilho é o ponto mais intenso da luz . Quanto mais escuro ao
redor mais intenso parece ser o brilho .
Na natueza os brancos
raramente são puros e as outras cores também .
FUNDOS
A forma clássica de trabalhar era partir do escuro para o
claro . Primeiro o fundo , depois o primeiro plano . Começar com pintura
diluída ( rebaixada ) , terminar com velaturas .
Como o óleo tende a ficar
transparente com o tempo os fundos escuros têm a vantagem de se fundirem e
integrarem com o resto . Inconveniente deste método é prejudicar as sombras e
os meio-tons .
As bases ou fundos claros
oferecem mais vantagens mas são mais complicados para se trabalhar sobre eles .
Quando trabalhavam do claro para o escuro e do opaco para o transparente usavam
o glacis como filtros .Usual reforçar os
contornos com sombras castanho , fluídas , com pincelada suave , e os volumes
usando o claro escuro em paralelo , fundidos em húmido .
O primeiro plano com
pintura espessa e rebaixada nos planos de fundo para dar sensação de maior
profundidade . Para dar transparência às cores opacas diluiam estas em óleo e
terebentina . Usavam o contraste das cores quentes e frias para as formas .
Fundos : os fundos são de grande importância e eram fruto
de muita atenção . Uma das técnicas era usar
gesso , ocres avermelhados e castanhos escuros com espátula .
As zonas claras eram
delimitadas desde o início . Espesso sobre espesso . Davam também várias capas
de gesso , sombra e carvão .
Outros criavam os fundos
com castanhos claros e escuros aplicados irregularmente . Era também usual fundos rosas , esverdeados , vermelhos
, escuros quentes e brancos azulados ou esverdeados .
FINALIZAÇÃO / ENVERNIZAR
Quer a pintura a óleo
quer a pintura a acrílica deve ser envernizada para sua defesa e preservação .
O verniz protege as obras da poeira , das impurezas e da humidade . O acrílico
pode ser envernizado práticamente após ter sido finalizado . O óleo nunca antes
de um ano ( depende do clima ) . Na verdade o óleo não seca , oxida .
Desde que o óleo esteja
seco pode levar uma capa de verniz de retoucher
para protejer até ao envernizamento final .Este verniz permite , caso se
queira retrabalhar a pintura .
O verniz final deve
depender do que queremos para a pintura , pode ser brilhante , mate ou
acetinado . O verniz final pode ser reversível ou irreversível . O reversível ,
como o nome indica permite retrabalhar a obra .O verniz deve ser estável,não
sofrer alterações com a luz ou o escuro.O ideal é dar uma camada de brilhante
sobre outra mate,equivale ao “gras sur maigre”.
Pode-se dar várias
camadas de verniz e alternálas , por ex. brilhante e depois mate etc...
O verniz final deve ser
dado numa sala sem poeira , sem humidade e a pintura deve ser préviamente limpa
da poeira com terebentina . Quer se use o pincel ou o aérosol a tela deve estar
na horizontal e começar de cima para baixo e da direita para a esquerda .
Alguns pintores , quando
envernizam a pincel , aquecem a tela dos dois lados e aplicam o verniz com um
pincel aquecido , macio e largo , para libertar a humidade que esteja
condensada para não turvar o verniz . O recipiente do verniz deve ser pouco
profundo e largo .
Existem vernizes no
comércio usados na pintura , em substituição do óleo e da terebentina . Muitos
pintores preferem esta técnica . Para este fim existem vernizes magros e
oleosos , os primeiros à base de essências e de resinas suaves ou semi-duras ( goma Dammar , copal de Angola , mastic)
; os segundos à base de óleos polimerisados e de resinas duras . Existem ainda
os mistos , compostos por óleo e essências .
Para utilisar o verniz
deve-se conhecer bem o produto , a sua consistência , as propriedades e tempo
de secagem ( vai dos 30 m a 24 h ) . Estes vernizes vão agir como sicativos
acelerando o tempo de secagem , pelo que todo o cuidado é pouco . Respeitar
aqui a regra do gras sur maigre nunca utilizando um magro sobre um
oleoso .
Os vernizes existem
também em aérosol .
O âmbar amarelo líquido é
considerado o melhor dos vernizes mas é muito caro . A Blockx comercializa este
produto que serve tanto para pintar como envernizar . Caso a tela tenha sido
pintada com âmbar não necessita de verniz final . Para pintar diluir uma gota
de âmbar em cinco de óleo de linho para a primeira passagem e aumentando
progressivamente o âmbar nas seguintes . NOTAS
Os tubos de pintura
contêm já óleo de cravo , de papoila ou
linho pelo que não se deve utilizar em grandes quantidades o óleo de linho ( o
mais usual ) , para não prolongar o tempo de secagem .
Há quem coloque o óleo
saído do tubo sobre papel ou outro suporte absorvente para assim retirar o
excesso de óleo .
Para reduzir o tempo de
secagem usa-se a terebentina rectificada ou um médio secativo, por exemplo o de Harlem ou o flamengo . Outros utilizam
um verniz líquido SOLVENTES
Os solventes podem ser
vegetais ou minerais . A terebentina extraída dos pinheiros marítimos é o
solvente mais utilizado . Para pintar usar só a rectificada , a normal serve
para limpar os pincéis mas atenção à qualidade desta para não os danificar .
A terebentina deve ser
guardada em frascos ou recipientes herméticos à luz e ao ar e devem estar
sempre cheios ( utilizar berlindes , por ex. ) .
O white sprit é um
solvente mineral , não tão bom para pintar como a terebentina mas excelente
para limpar os pincéis .
A essência d’aspic
dá um tom mate às cores mas se conserva melhor do que a terebentina .
A essência de
lavanda é pouco volátil e é apreciada na
execução final .
A essência de petróleo (
mineral ) torna as cores mate . O petróleo normal limpa bem os pincéis e é
barato . As essências diluem bem a pasta para empastar .
MÉDIOS
Os médiums ou
diluentes são geralmente óleos que favorecem a coesão e a homonegeidade das
cores assim que a sua adesão à tela . Os
médios permitem modificar as propriedades das cores saídas do tubo , a sua
consistência , brilho , textura e tempo de secagem .
Os médios podem ser
magros ou gordos (oleosos).Os primeiros são mais apropriados para misturar com
as cores na paleta.Elaborados à base de resinas moles,tipo Dammar, impedem os
“embu”.Exs.: Vibert de L&B,Painting Medium da Talens,Médium à Peindre da
Blockx etc...Podem ser alongados com terebentina,petróleo,cravo etc...
Os gordos constituídos à
base de resinas duras e Copal devem ser misturados às tintas com
moderação.Avivam as cores e as protegem bem,com durabilidade.Podem ser diluídos
com terebentina e linho.
Nada impede de aplicar
directamente a tinta do tubo mas se tal não oferece dificuldade com a espátula
torna-se mais difícil com o pincel .
LINHO : é o óleo vegetal mais utilizado , seca bem sem perigo de estalar ,
dá fluidez e brilho às cores , mistura-as bem e junto com a terebentina dá um
excelente médium . Único senão é que amarela com o tempo .Usar o rectificado
ou refinado que amarela menos . O Standolie ou óleo holandês é um linho
polimerisado ,usado em partes iguais com terebentina dá bons clacis .O
óleo de linho cozido dá uma pasta rica e transparente, luminosa , boa para as
velaturas ; seca lentamente pelo que se pode juntar um pouco de sicativo . O
linho negro ajuda a secagem em profundidade sem risco de estalar . Van Dyck
utilizava para as velaturas 50% de óleo negro e 50% de verniz cristal de mastic
puro que dá um aspecto profundo e
transparente , seca rápido de forma homogénea protegendo bem as cores . Óptimo
para trabalhos que exijam finura , delicadeza e detalhe . A firma L&B
comercializa estes produtos .
CRAVO : é um excelente
médio que práticamente não amarela mas leva mais tempo a secar . Excelente para
usar com cores claras . Bom para pintar a fresco , alla prima .
Menos oleoso que o linho .
CÁRTAMO : as mesmas
características e qualidades do cravo .
NOZ : não amarela mas de
secagem lenta . Cria ranço .
PAPOILA : seca lentamente
.
Existem muitos médios no
mercado para os mais diversos fins . Alguns ex. :
Empastar – o gel
oleopasto , os médios para empastar da Talens ,W & N , Maimeri , Pébéo e
outros ;
Retocar – as principais
marcas comercializam este médio à retoucher . É usado quando a pintura
está manchada/enlameada , serve para aplicar só sobre essa parte quando seca e
raspada , afim de eliminar essas deficiências geralmente resultantes do não
respeito do gras sur maigre,depois pode-se retocar a pintura.Serve para
envernizar provisóriamente uma pintura
antes de se poder dar o verniz final ;
Flamengo – acentua o
brilho e a transparência , acelera o tempo de secagem ;
Veneziano – bom para as
pastas consistentes e mates ;
A regra de utilização
adequada dos médios é o tempo , a experiência e o tipo de pintura que se faz
que a vai formulando .
A título indicativo
recomenda-se para a primeira demão 2/3
de óleo e 1/3 de solvente .
A finalizar 4/5 de óleo e
1/5 de solvente . Tudo depende das demãos que se pretendem dar pois o gras
sur maigre impõe que de demão para demão suba gradualmente a percentagem de
óleo .
Se se pretende dar à
pintura um tom óleoso a primeira demão de 50%/50% , a segunda de ¾ óleo e ¼
solvente .
Na primeira passagem a
maioria utiliza só a terebentina , na segunda cinco partes de terebentina e uma
de médio e para as seguintes cada vez mais médio e menos terebentina . A
passagem final sem terebentina .
Para diminuir o tempo de
secagem usam-se secantes mas é perigoso empregar
demasiado secante , a
pintura pode vir a estalar .
Dalí empregava um médio
composto por uma parte de verniz copal e cinco de terebentina bi-rectificada .
CARGAS : matérias que
adicionadas às cores modificam as texturas.Existe uma vasta gama de productos ;
brancos de “meudon”, de Espanha ou de Troyes são cargas leves, assim como
alguns gel.Existem cargas duras ; pó de mármore,areia,serradura etc...
As duras devem ser
préviamente misturadas com branco de zinco e só depois misturar a cor.Às cargas
leves basta juntar préviamente um pouco de gel de empastar.
PINTURA EM MADEIRA
A madeira deve ser
preparada dos dois lados para não arquear e ficar direita . O gesso acrílico e
o caparol ( uma resina vínilica ) , são os materiais mais usados na preparaçao
das madeiras e contraplacados . A madeira deve ser bem lixada ( lixa 0 ) ,
antes de aplicar o gesso ou o caparol . Usa-se também depois de lixada um enduit
de lissage antes do caparol ou do gesso .
Os antigos davam várias
capas de gesso (oito e mais ) e depois lixavam para alisar .Essa espessura
permitia gravar o desenho no gesso com uma ponta metálica . A cor colocada em
cima dava a sensação de relevo , por ex. para as jóias e pregas .
Sobre o gesso por vezes
ainda deitavam seis capas de tinta para o fundo. Era vulgar após o desenho
sobre o gesso dar uma capa de óleo para saturar . A madeira era sempre
preparada e pintada com o grão na vertical .
A madeira mais usada era
a de carvalho.Hoje o contraplacado com um mínimo de 6 mm
é um excelente material para se pintar, pouco sensível à humidade.
sábado, 13 de julho de 2013
PINTURA A ÓLEO
PINTURA A ÓLEO
A pintura a óleo nasceu na Flandres no século XV e tudo indica ter sido Jan Van Eyck o primeiro a utilizar o óleo de linho e o óleo de nozes para dissolver os pigmentos . Esta descoberta iria revolucionar toda a pintura até aos nossos dias . A nova técnica foi guardada em segredo e espalhou-se lentamente por toda a Europa , de tal forma que foram necessários mais de quarenta anos para Antonello da Messina a introduzir em Veneza .
O quadro reproduzido acima é considerado o primeiro quadro pintado a óleo, em 1434, do casal Arnolfini, mercadores venezianos. Por isso toda a pintura anterior a esta data não é a óleo, é a tempera e outras técnicas. A existência da nova técnica provocou uma autêntica guerra entre os pintores flamengos que conservavam o segredo e os italianos, chegando a haver espionagem, assaltos e mortes para se obter o segredo. Consta que foi um auxiliar de Jan Van Eyck que terá ensinado a Antonello da Messina a nova técnica.
Jan Van Eyck que estava ao serviço do Duque de Borgonha veio a Portugal para pintar o retrato da Infanta Dª. Isabel, prometida do Duque, mas que aproveitou a situação para copiar cartas náuticas portuguesas secretas que transportou para Bruges.
A revolução industrial do século XIX ao inventar o óleo em tubo permitiu a pintura fora do atelier e, progressivamente, veio a liquidar os ateliers tradicioinais dos grandes mestres e com eles a perda das receitas da fabricação tradicional das cores . Igualmente se perdeu uma aprendizagem lenta mas sólida da profissão que as escolas não substituiram . A pintura e o pintor tornan-se individualistas, as melhorias e as inovações técnicas e científicas das cores fabricadas pela indústria assim como uma gama cada vez maior de cores e de médiuns no mercado permite novas técnicas de pintura, novas escolas e correntes mas o pintor perdeu o domínio dos materiais que utiliza , já não sabe como se fabricam o que por vezes causa danos ao trabalho com consequências desastrosas nas obras pouco tempo depois de pintadas .
TELAS
Com as telas passou-se o mesmo fenómeno – compram-se hoje no mercado já prontas ,
montadas em châssis e untadas ( preparação gordurosa para o linho e magra ou universal para todo o tipo de utilização ).
Existem telas de linho, algodão , juta , polyester (sintéticas) e mistas (algodão/polyester etc.). O linho , descoberto e utilizado há 7000 anos é o material mais seguro , resistente , não deforma , quase insensível às variações higrométricas .
Conhecem-se pinturas sobre linho com 4000 anos. É com os pintores venezianos da Renascença , em particular Ticiano , que a tela deixa de ser marginal .
As telas de polyester tecido são igualmente um excelente material equivalente ao linho.
A tela não deve apresentar defeitos , nós , deve ser uniforme e os fios da trama estarem bem direitos . As telas devem ter 2 a 4 camadas finas de preferência a uma espessa .
As telas ditas universais estão untadas de forma a receber qualquer tipo de pintura excepto aguarela .
Apesar de virem já preparadas é conveniente usar gesso acrílico ou caparol antes de colocar o óleo do tubo , ou limpar com terebentina para impedir que a gordura do reboco viole a regra do gras sur maigre .
As telas podem ser de grão fino , médio ou grosso conforme o tipo de tecelagem . Existem em formato standard que vão do 0 ao 120 e em três tipos : retrato/F , paisagem/P e marinha/M .
Antes da tela pintava-se essencialmente sobre madeira de carvalho , álamo/choupo ou acaju .
Hoje o contraplacado é um excelente material para se pintar tendo no mínimo 6 mms de espessura e deve ser rebocado dos dois lados para não se deformar.
PREPARAÇÃO DAS TELAS
Cada um prepara as telas à sua maneira , não há regra fixa . Pode-se começar por dar uma lixadela ou uma camada fina de gesso ou caparol e depois lixar e dar uma camada de gesso mais espessa , ou ainda nas telas para óleo primeiro limpar com terebentina e depois dar gesso etc ...O objectivo é garantir uma boa base , o menos porosa e absorvente possível que permita longevidade à pintura . O gesso é absorvente pelo que pode absorver directamente o óleo da primeira camada para o fundo e vir a provocar o estalar da pintura.
INICIAR A TELA
Após a preparação da tela esboçar ou desenhar o tema a pintar . O desenho é uma imagem sem cor . A linha não existe na natureza . O desenho e a pintura são linguagens só compreensíveis pelo homem .
Tudo na natureza se pode resumir em formas geométricas .
O grego Zêuxis tinha por ideal pintar uvas tão reais que os pássaros viessem debicálas. O método mais clássico consiste no uso do carvão e limpar com um trapo limpo para tirar o excesso de carvão e depois passar o desenho com óleo bem diluído em terebentina . Uma alternativa é usar acrílico em vez do óleo na passagem do desenho a limpo .
Para desenhar ou fazer a esquadria quando a mesma se revela necessária para além do carvão usa-se a sanguínea ou o giz quando o fundo é de cor . Nunca usar o lápis pois o chumbo do mesmo é difícil de fazer desaparecer e tem a tendência de ser visível sob o óleo ou o acrílico , mais no primeiro que fica transparente com o tempo.
Para desfazer e limpar o desenho a borracha aconselhada é a de “miga de pão”.
Há pintores que usam o lápis aguarela para desenhar e depois passam acrílico sobre o desenho . Outra forma de trabalhar é depois de feito o desenho e de se ter o mesmo passado a limpo dar uma camada de acrílico branco ou caparol sobre a tela ,desde que não se tenha feito o realce com óleo diluído em terebentina (regra do gras sur maigre) . Este método tem a vantagem de limpar bem a tela sem perder o desenho que fica bem visível sob a transparência do acrílico branco ou do caparol ou mesmo do gesso .
Pode-se depois passar de novo o desenho sobre esta capa , o que no caso do retrato ou outra pintura que exija grande precisão pode ser recomendável .
Algumas observações : seja qual for o tema a desenhar deve haver alguns cuidados no seu enquadramento . Deve ter espaço e respirar . Escolher um ponto de observação e mantermo-nos nele pois no raio visual tudo é mais vivo e esbate-se quanto mais se fasta ( saber conduzir o olhar ) . Considerar os pontos de fuga , as linhas de fuga e a perspectiva . A secção áurea (0.618 ). A composição ( L, triângulo, etc.). Os diversos planos e a linha de horizonte (3/4 ou ¼ ) . Anotar desde o princípio os pontos de luz e sombra . Procurar o equilíbrio das massas . Escolher se a tela deve ser pintada horizontal ou vertical . Vertical dá energia e força, caso dos retratos.. Horizontal calma e profundidade, por exemplo nas paisagens. O tamanho da tela deve ser adequado ao tema. Mas, como tudo na vida, as regras não
são leis imutáveis, e sem as transgredir não se evolui.
Exemplos de como dividir a tela com o nº d´oiro
TÉCNICAS/MÉTODOS
A(s) primeira(s) demão , o manchar a cor , deve ser com o óleo diluído em terebentina e a(s) seguinte(s) gradualmente mais rica(s) em óleo (gras sur maigre). Quanto mais fluída é a tinta melhor se aplica .
Cada camada de óleo tem de secar bem antes de levar nova camada de pintura e é por isso que a pintura a óleo é lenta . A excepção é quando se pinta alla prima pois o óleo quando fesco aceita sem problemas nova camada que se mistura com a anterior mas, mesmo neste caso , respeitar sempre o gras sur maigre .
Primeiro molhar o pincel no médio , depois na terebentina e então recolher a cor e pincelar a tela . Pode-se aplicar a cor e misturar directamente na tela ou prepará-la préviamente na paleta .
Os pincéis devem ser utilizados de acordo com a superfície a desenhar ou pintar . Utilizar pincéis próprios para óleo ou acrílico .
Hoje muitos pintores para evitar a espera da secagem do óleo começam com acrílico e continuam com este e os acabamentos são feitos a óleo . É uma técnica segura , mais rápida e respeita inteiramente o gras sur maigre . Os alkydes e os vinyl são técnicas novas que secam mais rápido que o óleo mas não tão depressa como o acrílico . São técnicas autónomas que se regem pelos mesmos princípios do óleo , podem ser feitos quadros inteiramente com elas ou dar as primeiras camadas e depois terminar a óleo uma vez que secam mais depressa que este . São também compatíveis com o acrílico .
Desde o princípio , desde as primeiras pinceladas , qualquer que seja a técnica , dar as formas , o volume e as sombras. As pinceladas devem ser direccionadas para modular as formas ,constructivas .
Escolher a direcção da luz , a paleta de cores (quente ou fria ) , a harmonia das cores , procurar dar a atmosfera ao quadro {manhã , tarde , luz adequada ao tema (cromatismo)etc...)] . A gravidade (peso das cores),o equilíbrio das massas e das cores. Respeitar os planos tendo em conta que o primeiro plano é sempre mais nítido e preciso que o segundo e este mais que o terceiro e assim sucessivamente . Não esquecer que o ar é um filtro e azula com a distância .
É importante não começar a pintura sem ter uma ideia o mais precisa possível do que se vai fazer . É sempre útil ter um esboço com as cores pretendidas , para orientação . Não confiar na intuição ou na inspiração , nada nasce ao acaso . O resultado final é sempre diferente do esboço , um quadro é uma construção mas precisa de uma bússola .
A pintura é imóvel mas deve ter dinamismo e sensação de acção .
Nas passagens , transição , evitar contornos duros ou demasiado esbatidos que apagam os contornos . Nunca prolongar a cor para além do contorno .
A linha de horizonte é um aspecto importante a ter em conta , por ex. na paisagem . Se está alta o céu é pequeno , se está baixa o céu tem muita força , depende da intenção que se quer dar ao quadro . Se existem figuras humanas os olhos devem ficar ao nível da linha do horizonte , excepto quando a perspectiva é aérea mas mesmo neste caso depende da perspectiva dada .
Na pintura oriental procura-se o eterno , na ocidental o momento .
No próxima nota a publicar vamos falar de algumas técnicas de pintura.
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