VIVA A VALÓNIA!
Após sete
anos de negociações entre a UE e o Canadá estava tudo a postos para ser
assinado o CEPA, tratado semelhante ao TTIP tantas vezes publicamente
denunciado como um retrocesso civilizacional.
Assinado o
CEPA o caminho ficava aberto para o TTIP, aceite um qual a razão para
justificar não assinar o TTIP?
Na linguagem
comunitária de pau habitual o CEPA trará mais 12 mil milhões de euros para a
economia aumentado em 12% as trocas comerciais. Estamos fartos destes estudos e
promessas que, pouco a pouco, ao contrário do prometido, em lugar do mel trazem
o fel da austeridade. Quem se lembra hoje, por exemplo, do famoso relatório
Cecchini de 1998 que contabilizava o "custo da não Europa" para
pressionar o avanço para a situação em que hoje nos encontramos.
Nestas
coisas os principais interessados, as pessoas que habitam a UE, pouco ou nada
conhecem destes sete anos de negociações, nem imaginam o que está nesse CEPA
que se preparavam para assinar. Nem neste nem no TTIP.
Dada a
importância destes "tratados?" é espantoso o silêncio da imprensa
sobre os mesmos, assim como o dos governos e da oposição política, ou dos
sindicatos. Não há debate sobre eles, nem manifs, protestos, abaixo-assinados
etc.
Mas como
disse o poeta, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não. No
caso presente foram os valões, uma espécie de aldeia gaulesa no meio do império
de "césares" mais servos das multinacionais e do poder económico do
que governantes, que vieram afirmar pelos seu Presidente Paul Magnette, chefe do governo regional
valão, "que apesar das modificações introduzidas, o CETA continua a abrir
brechas que prejudicarão a agricultura, o modelo social europeu e a autonomia
política dos Estados".
E as modificações
introduzidas, é bom que se saiba foram-no graças aos valentes valões
O Srº Junker, o tal que transformou o Luxemburgo num paraíso fiscal,
pesaroso veio a terreno lamentar que os valões estão a "
descredibilizar" a UE.
É devido precisamente ao comportamento de burocratas armados em reis absolutos
que decidem a vida dos europeus sem lhes passar cavaco (salvo seja!), que a UE
está descredibilizada perante os seus povos.
Vão tentar vergar os valões, mas o que eles já fizeram por todos nós merece
o nosso respeito e agradecimento.
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