quinta-feira, 7 de maio de 2015


SOMAR E NÃO SUBTRAIR

O tempo passa rápido, e sabemos já que teremos eleições para Setembro, segundo o Cavaco, que não quer misturar a campanha eleitoral com banhistas em poses menos dignas.

Quanto mais tempo passar, pensará o homem, mais tempo terá o actual  (des)governo para tecer a sua obra malfazeja e, quem sabe, uma folga financeira inesperada poderá dar de novo a vitória aos maus da fita.

Além do mais a memória social é curta, e a desmotivação e a descrença provocada pela austeridade, tão acarinhada por este governo, pode agir a favor do seu prolongamento, favorecendo a abstenção e deixando  uma minoria activa decidir pela maioria. Não seria caso inédito. Há eleições decididas por 15% a 25% dos eleitores, caso do Presidente dos USA, o qual com tão pouca percentagem de americanos influencia todo o mundo.

Entretanto a sociedade vai ficando mais passiva, a confiança na democracia diminui, os partidos desacreditam-se, as pessoas face ao aumento da pobreza, ao desemprego, à degradação do SNS, às reformas de miséria e aos salários que não correspondem  à parte de riqueza criada pelo trabalho que nunca é dignificado, sentem que são vítimas de situações que não causaram mas das quais são acusadas injustamente.

Sentem que não é só injusto mas também ilegítimo, não precisam do tribunal Constitucional para saberem que esta austeridade pode ser igualmente ilegal.

Parece piada mas na Democracia, dizem, o Povo é que é soberano, mas a experiência que têm é que a sua vontade não conta, fica esquecido e ignorado pelos senhores que foram eleitos por minorias.

As esquerdas têm o dever político e moral se querem realmente alterar esta situação de se entenderem. Há alternativas, não basta saírem juntas nas manifestações do 25 de Abril, de somarem os mesmos protestos e contestações se a seguir subtraiem e dispersam as suas forças não dando aos votos recebidos capacidade para, ao menos, travar a tragédia.

Conheço os argumentos usados para justificarem a recusa apesar de haver denominadores comuns, mas aqui também há alternativas, não é uma fatalidade.

As nossas leis não permitem que a sociedade seja representada a nível do poder político senão por partidos. Então se estes não se entendem, se minimamente não convergem, não é ficando de braços cruzados, resignados, que podemos sair deste beco. Para além dos partidos há pessoas e são a estas que têm os mesmos problemas sejam de que partidos forem que temos de chamar a convergir, a apelar para intervirem e exigirem que a sua vontade de confiança e futuro seja possível.

Se os partidos de esquerda recusam falar uns com os outros é forçoso lançar no combate um outro partido que diz claramente ao que vai, o seu objectivo é o de tentar ser um elo de ligação, um partido que quer ajudar a juntar e a somar forças. Essa ambição vai depender mais do apoio que os portugueses lhe derem votando nele do que da vontade ou falta dela dos outros partidos. Será a expressão conseguida eleitoralmente que determinará a possibilidade de haver uma frente de esquerda.

Pelas razões aqui invocadas vou dar todo o meu apoio ao Livre/Tempo de Avançar, por conhecer muitas das pessoas empenhadas neste projecto, pelos combates que já travámos em comum, por saber que são sérias, honestas , com vontade de terminar com esta divisão da esquerda que já dura há mais de trinta anos. Continuando divididos será sempre a política de direita que governará, estamos fartos e o resultado está à vista.

É Tempo de todos nós nos empenharmos em fazer Avançar.
 
Aos que no Concelho de VRSA queiram participar na formação desta nova força podem contactar-me, precisamos de crescer em número para que tenhamos força para intervir de forma positiva no país.
Deixem o vosso contacto através de comentários, o vosso mail para poderem receber documentos,  informação e datas de encontros e iniciativas.
Saudações,
Martins Coelho