segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


Desejo a todos as amigas e amigos que têm visitado este blogue que o ano de 2013 vos traga saúde, alegria que bem precisamos, prosperidade apesar da austeridade, e que tenhamos todos uma grande alegria em 2013 com o fim deste governo sem escrúpulos, ética e completamente insensível aos danos que deliberadamente provoca.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O PRESÉPIO E A ÁRVORE DE NATAL E O PAI NATAL

Dentro da quadra que atravessamos vou colocar no blogue duas pesquisas feitas há anos sobre estes temas, então publicadas no JA e que deixo aqui como curiosidade.


O PRESÉPIO E A ÁRVORE DE NATAL

Tal como em relação ao Pai Natal a Árvore de Natal tem origens remotas, anteriores ao cristianismo.

O solstício de inverno com os seus dias curtos e noites longas causava uma enorme impressão nas sociedades primitivas. Os egípcios colocavam galhos de palmeira nas suas casas, símbolo da vida triunfando sobre a morte. Os romanos enfeitavam as casas com pinheiros, símbolo da vida, em homenagem a Saturno, o deus da agricultura. Outros penduravam maçãs no pinheiro etc.

A adaptação destes costumes a árvore de natal, a tradição moderna do pinheiro de natal, parece ter surgido no séc. XVI em Estrasburgo. O pinheiro era decorado com doces, fruta e papéis coloridos. Rapidamente este exemplo se espalhou pela Europa e América.

O pinheiro e a sua forma triangular acomodou-se bem com a simbologia cristã da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

A popularidade da árvore de natal é cada vez maior e suplanta hoje o presépio na maioria dos lares.

O presépio é a forma mais antiga dos cristãos comemorarem o nascimento de Jesus. Segundo a tradição teria nascido numa gruta em Belém, numa manjedoura. O nome de presépio significa isso mesmo: curral, estábulo, local onde se recolhe o gado.

Desde o séc. III que se conhece a celebração do nascimento de Jesus, trazida pelos peregrinos que visitavam a gruta do nascimento.

O presépio actual parece ter origem em 1233, quando São Francisco de Assis mudou o local habitual da celebração, a Igreja, para uma gruta na floresta de Greccio, na qual colocou uma manjedoura com feno, um boi e um burro. A intenção foi a de exemplificar aos crentes a forma como nascera Jesus. Foi uma representação teatral da natividade.

Pouco a pouco foi passando das Catedrais, dos Mosteiros e das Igrejas para os palácios, as casas particulares e os locais públicos.

Consta que o primeiro presépio montado foi no séc. IV por Santa Helena, mãe do Imperador Constantino. Conhecem-se pinturas, frescos e até mosaicos com a representação da Natividade a partir do séc. IV.

Parece que o primeiro presépio numa casa particular surgiu em 1567, na casa da Duquesa de Amafalfi. Rapidamente este costume se espalhou por toda a Itália, e no séc. XVIII já ganhara toda a Ibéria.

Por essa altura eram muito apreciados os presépios napolitanos, ricamente trajados, incluíam cenas do quotidiano e as diversas figuras proporcionavam arranjos originais, ao gosto de cada um ou de acordo com os costumes e tradições das regiões onde eram montados.

O presépio em Portugal é uma tradição popular, antiga e enraizada nos nossos costumes. É junto ao presépio que se colocam as prendas e é desmontado a seguir aos Reis. Para além do Menino, de Sº José e da Virgem Maria, do Anjo, do boi, do burro e dos Reis Magos, o presépio foi aportuguesado com as mais diversas figuras: pastores, lavadeiras, os animais domésticos, bonecos com os trajos folclóricos, bandas de música, soldados, o prior, os Santos Padroeiros locais etc. O musgo, as searas, as frutas e flores servem de para ornamentar, desligadas já do seu significado original, o agradecimento pelas colheitas do ano e a esperança de boas colheitas para o próximo.

Na Madeira e no Nordeste brasileiro o presépio chama-se lapa ou lapinha. A lapa é uma espécie de gruta ou caverna. Na Madeira o tempo do Natal é dividido em “oitavas”; no Nordeste em “jornadas” e à sétima representa-se o Auto da Lapinha.

Na Madeira também existe a “rochinha”, um presépio feito de papel pintado, em escadinha, e no cimo ou rochinha, é colocado o Menino, de pé, com um vestidinho branco. Esta tradição parece ter origem em costumes pagãos herdados dos gregos e romanos, que prestavam culto aos seus deuses domésticos – Penates e Lares-, montados em altares feitos em escadinhas.

Ainda na Madeira é hábito armar o presépio sobre uma cómoda ou mesa com uma talha branca, de bordado madeira.

Desde o séc. XVI existem referências a presépios públicos no país. No séc. XVII, no reinado de D. João V, surgem grandes criadores de presépios que fizeram escola: Machado de Castro, Barros Laborão, Manuel Teixeira e António Ferreira.

Um dos presépios da autoria de Machado de Castro, inicialmente destinado ao Convento das Carmelitas, construído em 1782, com cerca de 500 figuras, ainda hoje pode ser visto na Basílica da Estrela, em Lisboa. Merece uma visita.

Para quem se interesse pelas origens religiosas e a simbiose que se foi concretizando entre o sagrado e o profano recomendamos, passe a publicidade, o livro do Prof. Moisés Espírito Santo (um nome bem apropriado), “Origens Orientais da Religião Popular Portuguesa”. Terão muitas surpresas.

 

Consta que o Pai Natal vive na Lapónia, rodeado de neve, usa um trenó puxado por renas e tem como profissão distribuir brinquedos às crianças na noite de 24 de Dezembro.

Isto é conhecido, mas como apareceu esta simpática figura?

Desde os tempos mais remotos, à aproximação do solstício de inverno, celebravam-se festas com rituais muito particulares. Entre elas, no centro da Europa, era comum usar uma máscara de um velho, que representava a sabedoria. Na Inglaterra, até ao séc. XVII, permaneceu este costume, uma máscara de velho chamado Natal, com uma longa barba, conduzia um cortejo.

Em França há notícias deste Natal em textos do séc. XIII até ao séc. XVII.

Nos países nórdicos conta uma lenda que o Rei Hellequin, símbolo das festas que se realizavam em  Dezembro, quando a luz desaparecia durante o inverno frio e rude que se instalava por vários meses, alimentando as superstições, fazia uma grande barulheira para afugentar os maus espíritos. Essas festas chamavam-se “charivari”.

No país dos Vikings, por essa altura do ano, alguém se disfarçava com uma grande capa e fazia uma ronda por todas as casas para saber se tudo ia bem e distribuía guloseimas às crianças, em representação do Rei Odin.

Em 270 DC vivia no deserto um eremita de nome Nicolau, tendo por regras a obediência e a renúncia à sua própria vontade. O Imperador Constantino nomeou São Nicolau bispo para combater as crenças e heresias pagãs, expandindo a ideia que nos salvamos da morte graças à nossa alma. Contam-se inúmeros milagres e histórias deste santo que veio a ser o patrono dos marinheiros, dos pescadores e do Império Russo. Morre em Dezembro de 326. O culto deste santo espalhou-se por todo o Império Bizantino e foi progressivamente substituindo as festas do solstício. Os cruzados trouxeram o conhecimento desta figura para a Europa.

Na Idade Média o cristianismo expandia-se rapidamente e a Igreja passou a condenar as mascaradas pagãs. Muitas populações, designadamente na Europa Central, continuaram fiéis às suas tradições e a Igreja, para não perder o pé, integrou estas manifestações no seu próprio calendário dando-lhes nomes cristãos como o São Martinho em Novembro ou Santa Lúcia e São Nicolau para os cortejos de Dezembro.

Ainda hoje em vários países europeus o dia de São Nicolau (6 de Dezembro), é o mais festejado, as festas dedicadas às crianças são feitas no seu dia. A coabitação entre os dois nem sempre foi pacífica, por exemplo um Arcebispo de Toulouse lançou um anátema ao Pai Natal; um alcaide de S. Sebastião expulsou-o do território, e até o Secretário-Geral da ONU, Dag Hammarskjöld, o criticou. Foi queimado com a acusação de paganizar a quadra etc.                                                                                                                         No sul da Alemanha uma lenda conta que o velho Weihnachtsmann passa todo o ano numa gruta da montanha. Todas as noites um simpático anãozinho monta a guarda à entrada da gruta e ao fim de 360 vigílias o último anão grita “ o Natal está a chegar!”. Então o velho desperta da sua hibernação e começa a preparar os presentes para as crianças que se portaram bem.

Os anões representam os espíritos dos antepassados que vivem debaixo da terra, estão nesta mitologia para além do império da morte. Quem percorre estas regiões encontra os anões na maioria dos espaços ajardinados em frente das casas, ou à janela, guardam as casas e dão sorte e felicidade.

Os europeus levaram Weihnachtsmann, o Bonhomme Noël, o Father Christmas, o Sint-Niklaas etc., para o continente americano. Em 1822, Clément Clark Moore, professor de teologia, escreve uma poesia na qual elogia as duas figuras (Pai Natal e São Nicolau), e refere que não vivem numa floresta da Europa central mas sim junto ao Pólo Norte, na companhia da sua corte de anõezinhos e viajavam num trenó puxado por renas.

A imagem do actual Pai Natal surge em 1862 pela mão do ilustrador alemão Thomas Nast, inspirado no poema de Clark Moore, tendo como referência o Knecht Ruprecht da sua infância bávara. Foi a Coca-Cola que em 1931 popularizou o Pai Natal na sua publicidade. Após a II Guerra Mundial a personagem mítica das velhas tradições europeias com a sua túnica vermelha, o barrete e a barba, conquistou pacificamente o Mundo. Ainda não se falava em globalização.

Na Rússia existe uma lenda na qual o Pai Natal seria o 4º Rei Mago. Perdida a esperança de encontrar o menino Jesus, anda pela estepe com o seu trenó distribuindo os presentes a todas as crianças que encontra no seu caminho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

PARA SE COMPREENDER O ORÇAMENTO 2013

http://www.youtube.com/watch?v=J1Fu-T0duHY

Cavaco Silva deixou passar a data legal e não pediu a fiscalização preventiva do OE. Quem se admira? Tinha dúvidas, consultou constitucionalistas e todos lhe disseram que havia matéria mais do que suficiente para justificar o envio do OE ao Tribunal Constitucional. Ficou surdo. Perguntaram agora se vai enviar o OE para averiguação sucessiva de inconstitucionalidades. Nada disse ainda, está mudo. Ora o PR jurou "cumprir e fazer cumprir a Constituição", mas não o fez e, como tal, ele que deveria ser o seu garante está a trair o seu dever para com os portugueses e passa a ser parte do problema e não da solução. O governo há muito que ignora propositadamente os portugueses no seu afã de aproveitar o tempo para destruir o Estado Social e privatizar tudo o que ainda resta. Este é o seu programa e Cavaco seu cúmplice.
Ao clicarem no link acima ouvirão um esclarecimento sobre a promiscuidade entre deputados e o poder económico. Quem colocou lá estes deputados?, os chamados partidos do "arco do poder", PS/PSD/CDS. Desconheciam o seu historial político e ligações claras a interesses financeiros e económicos contrários aos interesses dos que lhes deram o voto desconhecendo tais curriculums!? Claro que não, foi precisamente por isso que foram escolhidos tais pessoas. Estes partidos estão minados por dentro, foram tomados de assalto pelas clientelas para por sua vez tomarem o Estado para o colocar ao seu serviço. É por isso que temos os ministros e o PR que temos.E, como alguém já disse, o problema não é eles estarem lá, o problema é os que assistem a isto e nada fazem.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


"Governo põe Portugal à venda" é o título que o jornal El País dá a uma peça acerca do ano que passou em Portugal. O diário espanhol relembra a venda da TAP, da ANA ou dos estaleiros de Viana.
"Em poucos dias, o Governo português vai-se desfazer da companhia aérea nacional, a TAP; dos aeroportos portugueses; decidirá a sorte da sua televisão pública e venderá os estaleiros de Viana do Castelo", começa o El País. "Enquanto os cidadãos, sobrecarregados por cortes de serviços públicos e subidas de impostos equivalentes a um mês de salário, assistem estupefactos e deprimidos a esta cerimónia de despojamento que começou há um ano.
Hoje abrir e ler um jornal é levar um murro no estômago. As notícias na rádio ou TV passam a correr e saltitam rapidamente entre assuntos sérios, o futebol e a publicidade deixando por vezes tudo anestesiado. O ler permite pensar, voltar atrás caso necessário, interromper e regressar, reler e repensar. Esta manhã, infelizmente, mais notícias de como este governo está a destruir Portugal de tal forma que, muitos anos depois de ser corrido ainda andaremos a colar os cacos que deixará. Uma série de artigos de opinião comentavam com angústia a forma como o ensino e a cultura são desprezados, como o Estado Social de forma brutal e insensível está a massacrar os portugueses, ou de como se estão já a sentir os efeitos negativos no sector energético com a liberalização do mesmo.
A ONU, informa o jornal, alerta que a política de austeridade vai agravar a crise, mas o Gaspar é que sabe, pois o que pretendem é isso mesmo, agravar a vida dos portugueses para melhor serem explorados. O comércio queixa-se, o número de compras diminui. A fome alastra e as cantinas vão abrir nas férias de Natal para muitas crianças poderem terem ao menos uma refeição diária ( que consequências na saúde pública isto não terá no futuro?). Noticía-se mais um PIN, desta vez na foz do Rio Mira, o último "não intervencionado da Europa". Que interessa que a área faça parte da rede natura, que seja um local onde não é permitido edificações e zona de protecção especial para as aves? O que conta são os lucros que privados irão tirar da natureza.Ficamos também a saber que a crise faz aumentar a violência sobre os idosos e que ex-gerente do BPN burlou clientes. Que emigrantes que tinham regressado ao país já há anos voltam a sair pois a austeridade rebentou com os investimentos feitos e as suas poupanças. E, para terminar esta lista (há muito mais desgraças no jornal), fica-se a saber que a Newshold, a tal empresa situada no off shore do Panamá e que quer comprar a RTP, é de capitais angolanos mas não se sabe de quem (lá terão as suas razões para esconderem o nome, mas só isso já representa uma condenação pois quem não deve não teme com diz a sabedoria popular). Mais, espanto, os testas de ferro deste negócio suspeito, "gerem" cerca de 12.000 empresas. E é a este bando que o governo quer vender um bem nacional tão importante como a RTP?
Socorro!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

16 DE DEZEMBRO DE 2012, DOMINGO
Conselho Nacional da Associação Política Renovação Comunista
Prosseguir a luta pela demissão do Governo, defender o Estado Social!
1 – Os últimos 4 meses foram marcados por um amplo movimento popular, com o seu ponto mais alto alcançado na luta contra a TSU, e por movimentos na esfera política em busca da convergência, como foi a realização do Congresso Democrático das Alternativas, mas igualmente pelas dificuldades no diálogo à esquerda que a Convenção do Bloco de Esquerda e o Congresso do PCP em boa medida não superaram. Foi este período igualmente marcado pela tibieza do Partido Socialista que prefere esperar o apodrecimento da situação sem cuidar do sofrimento social que isso representa e sonhar com a subida nas sondagens para alcançar a maioria absoluta. O ano de 2013 será centrado na iniciativa governamental de “refundar” o Estado Social. A nova fase política, pelas ameaças que contém, torna ainda mais premente a convergência para alcançar o derrube do governo e devolver a palavra ao povo, a única esperança para o país iniciar efectivamente a superação das suas dificuldades actuais.
2 - Na ampla frente de rejeição contra a TSU convergiram massivamente os sectores populares e as camadas intermédias num inédito processo que mostrou, bem, como pode o povo gerar força suficiente para operar mudanças críticas na política nacional. E mostrou como pode a base social ultrapassar inclusive a relativa passividade dos partidos aquém da capacidade de condução e convergência correspondentes nesse processo. O recuo na TSU gerou todavia uma situação complexa que desembocou na sua sobrevivência in-extremis do governo, por entre contradições entretanto surgidas na maioria, mas que realmente não chegaram a ameaçar a sua sustentação.

Não foi porém a mera recomposição no seio da maioria que levou à salvação do governo. Foi o facto da convergência social não ter prosseguido até à demissão do governo e à convocação de novas eleições. Até porque o governo contou com o apoio maioritário na Assembleia da República, com a omissão e objectiva cumplicidade do Presidente da República e com apoios externos, designadamente do governo alemão. Na momentânea pausa nesse processo alargado, certamente pesou o facto do PS não ter pela sua parte reclamado eleições. Pesou, igualmente, a incerteza e falta de compreensão de quais seriam as saídas plausíveis em resultado de eleições, bem como a falta de clareza dos partidos à esquerda, todos eles, sobre a definição da linha negocial para lidar com a crise financeira e com os credores representados na troika. Estas indefinições levaram ao provisório estreitamento dos actores sociais nas semanas seguintes, mantendo-se todavia o movimento popular com grande dinâmica, mas onde sectores intermédios da sociedade parecem ter recuado para uma atitude mais expectante.
A aprendizagem política nessas semanas mostra que o governo não colapsa em resultado apenas de contradições internas ao seu perímetro de apoio. A lição política crucial deste período é a que o governo só será derrubado pela acção massiva e convergente de uma grande frente social, possível apenas de reunir por um programa mínimo e na perspectiva de uma saída minimamente consistente para o dia a seguir às eleições, onde os portugueses compreendam minimamente como vai o futuro governo lidar com a crise, credores e instâncias internacionais.

3 – Depois de fazer aprovar o seu orçamento, se bem que com o voto contra do PS que se demarcou de forma mais clara, pela primeira vez, da política financeira da direita, o governo anuncia uma nova ofensiva agora centrada nos cortes nos grandes sistemas sociais ameaçando de grave desfiguração o projecto de sociedade inscrito na Constituição.

A inquietação volta a pontuar em todos os sectores da vida nacional pela noção aguda de que está em jogo o regresso do país a uma época de miséria e exclusão que julgávamos superada com o 25 de Abril.

Com a nova cartada engana-se o governo ao pensar que as divisões e hesitações que hoje afectam a esquerda possam sinalizar menor capacidade de luta e mobilização. Pelo contrário, ao jogar a sua carta, o governo vai certamente desencadear mais acção e mais concertada mobilização popular de onde poderão surgir afinal as condições para operar uma mudança no país. Tanto mais que a nova linha de ataque não está sufragada eleitoralmente e só perante uma nova consulta poderia ter a legitimidade necessária para tão radical ensejo.

Para a Renovação Comunista é esta a trincheira onde todos os trabalhadores, todos os portugueses com apego à democracia e ao progresso social deverão unir-se, independentemente do campo político onde se situem e convergir para impor a derrota aos agentes da desfiguração da democracia portuguesa. Sem perder de vista aspectos tão importantes como a mudança de governo e a convergência das forças de esquerda, a verdade é que a urgência política e social reclamam, já, acções mobilizadoras para impedir a concretização dos propósitos de destruição do Estado Social.

4 – Para a Renovação Comunista a realização do Congresso Democrático das Alternativas, fórum onde se juntaram personalidades de formação política diversificada e se fizeram representar o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda foi um passo em linha com a necessidade de procurar maior força política e convergência. É contudo negativa a ausência do PCP que, para além de evocar quesitos de natureza processual, foi afirmando igualmente o seu desacordo com o tipo de diálogo político desencadeado nesse fórum. A vida deste fórum não tem sido fácil, pela óbvia dificuldade da tarefa de iniciar debates onde antes quase não existiam e pela prioridade às questões da Troika e do memorando em detrimento da geração de uma ampla convergência em torno da luta contra este governo. As dificuldades de convívio interno no Congresso Democrático das Alternativas, a sua relação tendencialmente competitiva com os partidos políticos tradicionais mostra ainda assim que poderá ser espaço de enquadramento de muita gente não identificada com os alinhamentos convencionais e permitir a reunião de mais força democrática para enfrentar os desafios que se avizinham. A prioridade máxima à luta contra este governo é para a Renovação Comunista a questão crítica, primeira, para que o país encontre meios novos para enfrentar a crise financeira e as instâncias internacionais. Continuamos, pela nossa parte, empenhados no sucesso das iniciativas que estão sendo agendadas e concedemos às suas estruturas e rede de apoios um valor político maior no combate aos propósitos governativos de “refundar” o Estado Social.

5 – As reuniões magnas recentemente ocorridas no Bloco de Esquerda e no PCP, parecem ter-se saldado pela manutenção de posições cristalizadas, fechadas à busca de de soluções convergentes, quer entre estas duas formações, quer destas com o Partido Socialista. Embora se note a inflexão positiva a favor de um “governo de esquerda” quando antes imperava o negativismo quanto a responsabilidades governativas. Contudo, para o BE e PCP, um governo de esquerda parece pressupor o “rasgar” ou o abjurar primeiro do memorando por parte do PS.

No caso do PCP, ouviou-se a defesa de um “governo de esquerda” porém sem o PS e sem se perceber com quem mais. Mesmo as algo atabalhoadas declarações posteriores convocando à convergência não parecem suficientes para desmentir a ideia de que o governo de esquerda desejado pelo PCP é um inverosímil governo só com o PCP e alguns aliados, sem abrir ao diálogo com o PS ou o BE o que é sentido como impossibilidade e imobilismo que alimenta objectivamente a subsistência do governo da direita.

Para a Renovação Comunista, constitui obviamente um desígnio alcançar a autonomia do país face aos credores internacionais. Porém, esse objectivo exige em primeiro lugar a imediata substituição de governo para que, no mínimo, seja possível alcançar um novo tipo de negociadores que não só representem os interesses nacionais como reflitam melhor a correlação de forças na sociedade e oiçam com mais atenção o redobrado movimento popular que seria gerado em face da derrota do governo do PSD e do CDS. Ao insistir-se no “rasgar” prévio do memorando, está-se de facto a levantar dúvidas entre todos os trabalhadores que temem justamente um descalabro ainda maior na economia no caso de uma suspensão do financiamento e dos pagamentos por via de uma ruptura negocial. A insistência na consigna do rasgar o memorando como condição prévia acaba por facilitar a acção dos sectores do PS que combatem quer os entendimentos à esquerda, quer a ideia de uma urgente substituição do governo por via de novas eleições. Pretender rasgar o memorando sem cuidar das condições políticas e económicas posteriores é no fundo rasgar ao invés a necessária grande frente de rejeição a este governo para que uma mudança, de facto, ocorra. Em vez de rasgar a linha de compromissos do PS com a direita, estão na realidade a rasgar as possibilidades de ganhar o PS, e sobretudo os seus apoiantes e eleitores, para uma ampla convergência que conduza à alternativa.

No essencial portanto, subsistem grandes dificuldades no entendimento sobre a situação e frutificam perigosamente visões paroquias e de grupo nas forças de esquerda. Adicionadas ao oportunismo eleitoralista de um PS na sua quimera eleitoralista de aguardar por sondagens que o coloquem no limiar da maioria absoluta está não só a arriscar que o governo ganhe tempo para ir aplicando o seu plano destruidor com se confrontará depois provavelmente com falta de apoio parlamentar suficiente para enfrentar as exigentes tarefas negociais com os credores. O país precisa de uma saída no curto prazo e de uma saída que alcance apoio maioritário por via da convergência de todas as forças de esquerda que todas as sondagens mostram dispor já de larguíssima maioria aritmética. Por outro lado, a convergência política em torno de uma nova maioria permitirá fazer emergir novos actores políticos que renovem a direcção do país e restabeleçam a confiança dos portugueses na acção governativa.

6 – A Renovação Comunista considera por isso como linha para os próximos tempos a luta pela demissão do governo e a devolução da palavra ao povo para que uma nova solução possa conduzir à superação da crise. Considera essencial o trabalho a favor da convergência e o debate no seio das forças de esquerda para que se consiga uma correspondência no plano político à mobilização convergente dos portugueses na rua. Neste sentido, são de valorizar todos os fora ou iniciativas apontadas à convergência como poderá ser o caso do Congresso Democrático das Alternativas. É igualmente prioritário contribuir para uma grande frente de luta e convergência em torno da defesa dos sistemas sociais de protecção e direitos ameaçados que estão pelas perigosas iniciativas refundadoras do governo da direita.


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Um excelente artigo do RT com o qual concordo. Para que se viabilize tal objectivo a pressão democrática e pública sobre os partidos que podem dar origem a um governo democrático é fundamental.
Assine o Apelo em www.uniraesquerda.info

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

VIVA A CRISE!

Gabinete do Primeiro-Ministro Passos Coelho
Função        - Nome                                                                  -
Idade - Nomeação - Vencimento €
Chf,  Gabinete - Francisco Ribeiro de Menezes                       - 46 anos - 06-08-2011
− 4.592,43
Assessor - Carlos Henrique Pinheiro Chaves                           - 60 anos - 21-06-2011
− 3.653,81
Assessor - Pedro Afonso A, Amaral e Almeida                         - 38 anos - 18-07-2011
− 3.653,81
Assessor - Paulo João L, Rêgo Vizeu Pinheiro                          - 48 anos - 11-07-
2011 − 3.653,81
Assessor - Rudolfo Manuel Trigoso Rebelo                              - 48 anos - 21-06-
2011 − 3.653,81
Assessor - Rui Carlos Baptista Ferreira                                     - 47 anos - 21
-06-2011 − 3.653,81
Assessora - Eva Maria Dias de Brito Cabral                              - 54 anos - 12-10-
2011 − 3.653,81
Assessor - Miguel Ferreira Morgado                                         - 37 anos - 21-
06-2011 − 3.653,81
Assessor - Carlos A Sá Carneiro Malheiro                                 - 38 anos - 01-12
-2011 − 3.653,81
Assessora − Marta Maria N, Pereira de Sousa                         − 34 anos − 21-06-2011
− 3.653,81
Assessor − Bruno V de Castro Ramos Maçaes                        − 37 anos − 01-07-2011 −
3.653,81
Adjunta − Mafalda Gama Lopes Roque Martins                      − 35 anos − 01-07-2011 −
3.287,08
Adjunto − Carlos Alberto Raheb Lopes Pires                            − 38 anos − 21-06-
2011 − 3.287,08
Adjunto − João Carlos A Rego Montenegro                               − 34 anos − 21-06-
2011 − 3.287,08
Adjunta − Cristina Maria Cerqueira Pucarinho                          − 46 anos − 23-08-
2011 − 3.287,08
Adjunta − Paula Cristina Cordeiro Pereira                                  − 41 anos − 22-
08-2011 − 3.287,08
Adjunto − Vasco Lourenço C P Goulart Ávila                              − 47 anos − 21-11-
2011 − 3.287,08
Adjunta − Carla Sofia Botelho Lucas                                           − 28 anos −
25-01-2012 − 3.287,08
Técnica Especialista − Bernardo Maria S Matos Amaral            − 38 anos − 07-09-2011 −
3.287,08
Técnica Especialista − Teresa Paula Vicente de Fig. Duarte       − 44 anos − 21-07-2011 −
3.653,81
Técnica Especialista − Elsa Maria da Palma Francisco               − 40 anos − 16-01-2012 −
3.653,81
Técnica Especialista − Maria Teresa Goulão de Matos Ferreira − 49 anos − 18-07-2012 −
3.653,81
Secretária pessoal − Maria Helena Conceição Santos Alves       − 54 anos − 18-07-2011 −
1.882,76
Secretária pessoal − Inês Rute Carvalho Araújo                           − 46 anos − 18-07
-2011 − 1.882,76
Secretária pessoal − Ana Clara S Oliveira                                     − 38 anos −
13-07-2011 − 1.882,76
Secretária pessoal − Maria de Fátima M L Hipólito Samouqueiro − 47 anos − 21-06-2011 −
1.882,76
Secretária pessoal − Maria Dulce Leal Gonçalves                         − 52 anos − 01-07-
2011 − 1.882,76
Secretária pessoal − Maria M, Brak-Lamy Paiva Raposo              − 59 anos − 13-07-2011 −
1.882,76
Secretária pessoal − Margarida Maria A A Silva Neves Ferro       − 53 anos − 21-06-2011 −
1.882,76
Secretária pessoal − Maria Conceição C N Leite Pinto                 − 51 anos − 21-06-2011
− 1.882,76
Secretária pessoal − Maria Fernanda T C Peleias de Carvalho     − 45 anos − 01-08-2011 −
1.882,76
Secretária pessoal − Maria Rosa E Ramalhete Silva Bailão          − 58 anos − 01-09-2011 −
1.882,76
Coordenadora − Luísa Maria Ferreira Guerreiro                             − 48 anos − 01-
01-2012 − 1.506,20
téc, administrativo − Alberto do Nascimento Cabral                      − 59 anos − 01-01-
2012 − 1.506,20
téc, administrativo − Ana Paula Costa Oliveira da Silva                 − 42 anos − 01-01-
2012 − 1.506,20
téc, administrativo − Elisa Maria Almeida Guedes                         − 47 anos − 01-01
-2012 − 1.500,00
téc, administrativo − Isaura Conceição A Lopes de Sousa              − 59 anos − 01-01-2012
− 1.506,20
téc, administrativo − José Manuel Perú Éfe                                     − 60 anos −
01-01-2012 − 1.506,20
téc, administrativo − Liliana de Brito                                               − 50
anos − 01-01-2012 − 1.500,00
téc, administrativo − Maria de Lourdes Gonçalves Ferreira Alves  − 61 anos − 01-01-2012 −
1.506,20
téc, administrativo − Maria Fernanda Esteves Ferreira                    − 57 anos − 01-01
-2012 − 1.506,20
téc, administrativo − Maria Fernanda da Piedade Vieira                 − 61 anos − 01-01-
2012 − 1.506,20
téc, administrativo − Maria Umbelina Gregório Fernandes Barroso − 47 anos − 01-01-2012 −
1.500,00
téc, administrativo − Zulmira Jesus G Simão Santos Velosa            − 47 anos − 01-01-2012
− 1.506,20
téc, administrativo − Artur Vieira Gomes                                           − 53
anos − 01-01-2012 − 1.600,15
téc, administrativo − Benilde Rodrigues Loureiro da Silva                   − 58 anos − 01
-01-2012 − 975,52
Apoio Auxiliar − Fernando Manuel da Silva                                          − 68
anos − 01-01-2012 − 975,52
Apoio Auxiliar − Francisco José Madaleno Coradinho                       − 45 anos − 01-01
-2012 − 1.472,82
Apoio Auxiliar − Joaquim Carlos da Silva Batista                                 − 57 anos
− 01-01-2012 − 975,52
Apoio Auxiliar − José Augusto Morais                                                  − 51
anos − 01-01-2012 − 975,52
Apoio Auxiliar − Maria Lurdes da Silva Barbosa Pinto                         − 58 anos −
01-01-2012 − 975,52
Apoio Auxiliar − Maria de Lurdes Camilo Silva                                    − 65 anos
− 01-01-2012 − 975,52
Apoio Auxiliar − Maria Júlia R Gonçalves Ribeiro                                − 58 anos −
01-01-2012 − 975,52
Apoio Auxiliar − Maria Natália Figueiredo                                           − 64
anos − 01-01-2012 − 975,52
Apoio Auxiliar − Maria Rosa de Jesus Gonçalves                                − 58 anos −
01-01-2012 − 975,52
Motorista − António Francisco Guerra                                              − 52 anos
− 01-01-2012 − 1.848,53
Motorista − António Augusto Nunes Meireles                                  − 61 anos − 01
-01-2012 − 2.028,28
Motorista − António José Pereira                                                      − 48
anos − 01-01-2012 − 1.848,53
Motorista − Arnaldo de Oliveira Ferreira                                          − 49 anos
− 01-01-2012 − 1.848,53
Motorista − Jaime Manuel Valadas Matias                                      − 52 anos −
01-01-2012 − 1.848,53
Motorista − Jorge Henrique S Teixeira Cunha                                   − 52 anos −
01-01-2012 − 1.848,53
Motorista − Jorge Martins Morais                                                     − 46
anos − 01-01-2012 − 1.848,53
Motorista − José Hermínio Frutuoso                                                 − 53
anos − 01-01-2012 − 1.848,53
Motorista − Nuno Miguel R Martins Cardoso                                   − 37 anos − 01
-01-2012 − 1.848,53
Motorista − Paulo Jorge Pinheiro da Cruz Barra                               − 40 anos −
01-01-2012 − 1.848,53
Motorista − Rui Miguel Pedro da Silva Machado                             − 42 anos − 01-
01-2012 − 1.848,53
Motorista − Vitor Manuel G Marques Ferreira                                 − 42 anos − 01
-01-2012 − 1.848,53
Resumo:
01 Chefe de Gabinete
10 Assessores
07 Adjuntos
04 Técnicos Especialistas
10 Secretárias Pessoais
01 Coordenadora
13 Técnicos Administrativos
09 Apoio Auxiliar
12 Motoristas
 Total − 67
Total/Mês − 149.486,76 €