terça-feira, 24 de dezembro de 2013

AUSTERIDADE E ECONOMIA PARALELA


Este será certamente a minha última publicação de 2013, um excelente artigo que confirma, se necessário ainda fosse, que existem recursos que evitavam as "troykas baldrocas". A política financeira e económica posta em execução por este governo com o apoio do Cavaco nada tem a ver com a austeridade, esta é sim um pretexto para uma ofensiva antidemocrática para colocar Portugal e os portugueses nas mãos dos "mercados" como as tentativas para para vergar o Tribunal Constitucional confirmam.
Que 2014 nos traga o fim deste pesadelo, mais humanidade e justiça social.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A VERDADE E A PROPAGANDA

Em primeiro lugar o sincero desejo a todos os amigos e visitantes deste blogue de Boas Festas e que o Novo Ano vos traga mais prosperidade, saúde e alegria.
Em segundo lugar dizer que, infelizmente, a propaganda mentirosa deste governo e dos partidos que o compõem ficou demonstrada mais uma vez ontem, com a declaração de Mario Draghi, Presidente do Banco Central Europeu, ao afirmar que portugal vai precisar de mais um programa de auxílio quando terminar em Julho de 2014 o actual programa de resgate. Nem poderia ser de outra forma, dado chegarmos a 2014 com uma dívida maior do que aquela que deu origem ao pedido de resgate, com a economia productiva destruída, os nossos bens privatizados por estrangeiros, desemprego escandaloso só não mais grave dado a enorme emigração e com o Estado sem meios para garantir saúde, pensões e educação dignas desse nome.
Além do mais sem oposição política e social forte em consequência da sua incapacidade para se juntar e derrotar esta desgraça governamental que nos desgraça.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

MANDELA E SANTOS DOCE

O artigo que a seguir se divulga é oportuno. A diferença entre Mandela, um homem digno e decente que sacrificou a sua vida por um ideal democrático e será sempre uma referência para o futuro, e o Santos Pingo Doce que quer voltar ao passado de forma conspirativa para explorar ainda mais os portugueses.


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

PARA OUVIR COM ATENÇÃO.

http://www.youtube.com/watch?v=SVaxY9oJEz4&feature=youtube_gdata

passar o rato sobre o link e depois clicar com o lado direito e "ir para http" ... etc.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A CARTA DOS CTT HOJE RECEBIDA

É uma carta exemplar dos tempos que vivemos. Informa-nos que os CTT são uma empresa de êxito e com futuro. Os CTT são líderes numa série de coisas. Depois, de sopete, mais uma privatização e convida-nos a comprar através do nosso banco acções dos CTT privatizados.
Algumas notas para pensar.
1ª, os CTT dão ao Estado anualmente dezenas de milhões de euros de lucro;
2ª, o dinheiro que este governo vai receber da privatização será imediatamente derretido com os juros da dívida;
3ª, perdidos os milhões anuais dos lucros dos CTT o Estado irá aumentar impostos para compensar a perda dessa receita anual;
4ª, naturalmente com os euros das acções compradas pelas pequenas poupanças de alguns, dado que a maioria tem mas é contas carecas nos bancos, os novos e privados donos dos CTT vão beneficiar;
5ª, os novos donos privados vão actuar visando o máximo de lucros, pouco se importando que os CTT sejam um serviço público fundamental. Foi assim em todos os lados e em alguns casos até tiveram de recuar face à degradação dos serviços;
6ª, tudo o que não gerar os lucros pretendidos será encerrado, designadamente nas aldeias e pequenas povoações, aumentando a desertificação humana e o abandona das populações, chutando depois o trabalho para cima das autarquias;
7ª, serão feitos despedimentos quer pelos encerramentos quer pela "racionalização" dos meios;
8ª, serão mais uns milhares de desempregados a sobrecarregarem as despesas sociais do Estado.
Eís o panorama que nos espera, e não carreguei muito nas tintas.

sábado, 23 de novembro de 2013

O PARQUE MUNICIPAL DE CAMPISMO DE MONTE GORDO E A ÉTICA EM POLÍTICA

 Segundo relatos sobre os assuntos debatidos na última reunião de câmara a questão do parque foi discutida mas sem se chegar a uma decisão sobre o seu futuro.
Parece que maioria e oposição convergem que a questão do parque é assunto encerrado e o actual parque só será desactivado, isto é encerrado, depois de se ter encontrado outro local para se fazer um novo parque de campismo que não se sabe se será maior ou menor que o actual, perto ou distante da praia etc.
A morte do parque, eu diria assassinato, foi confirmada pelo Plano de Pormenor da Zona Nascente de Monte Gordo com a desculpa de que o PDM já contempla o fim do parque  pois a zona está destinada a ser zona de turismo de expansão, seja lá isso o que for.
Recordamos que este parque já tem mais de meio século, é dos parques pioneiros deste país, por ali já passaram dezenas de milhares de portugueses e estrangeiros que usufruíram das suas instalações e da proximidade da praia que não poderiam gozar caso ele não existisse.
Confesso que pessoalmente tenho uma grata recordação dele pois fui um do grupo que estreou o parque (mais o José João, o Chico Salsinha e outros). Pedimos na altura uma tenda emprestada e sentamo-nos à sua porta à espera que ela abrisse para sermos os primeiros utilizadores.
Regressando a coisas sérias a zona da Mata Nacional onde se encontra foi cedida pelo estado à Câmara Municipal de VRSA por decreto-lei de 1957 para ser aí construído um parque de campismo e "a cessão das referidas parcelas ficará sem efeito desde que às mesmas seja dada aplicação diversa daquela a que se destinam". Mais claro não se pode ser, acaba o parque logo a área terá de ser devolvida ao Estado.
Por isso o terreno da Mata Nacional das Dunas não é da Câmara, e não podia ser integrada no PDM nem em qualquer plano de pormenor que vise o encerramento do parque para ali ser construído seja o que for. Ora o que o tal plano de pormenor diz é que fechado o parque a zona será ocupada com residências de luxo, um hotel, um lago etc.
Assim os milhares de pessoas serão chutadas para outro lugar para um grupo de privilegiados poder gozar de uma zona de mata que é nossa, certamente com prejuízo para o comércio local.
Mas como foi parar às mãos desta câmara  a "posse" deste terreno? Em 2008, já o PDM tinha uns anitos, num notário do Porto (do Porto?, mas é verdade, foi necessário ir tão longe!?), o vice-presidente da câmara mais três testemunhas de VRSA afirmaram que o terreno era da câmara há mais de 25 anos e a Câmara ficou assim sua proprietária por usucapião.
Depois sucedem-se coisas estranhas: ainda em 2008 foi aprovado em reunião de câmara aumentar o capital da SGU, através da entrega em espécie do terreno do parque à SGU, o que também foi aprovado pela Assembleia Municipal. Mais tarde o terreno foi hipotecado ao Milenium para garantir um empréstimo à SGU. A SGU tentou vender o terreno mas parece ter desistido por que as ofertas de compra foram baixas. Há mais coisas mas por agora ficamos aqui.
Moral da história: não interessa como foi obtido o terreno, desde que com a sua venda se obtenham uns trocos para pagar dívidas de uma má gestão. Assim vamos perdendo os anéis e os dedos a nível nacional e municipal. Qualquer dia nada temos: nem transportes, nem correios, nem energias, nem saúde, nem escolas, nem matas nem praias. Tudo se vende e se privatiza. Somos cada vez mais uns estranhos dentro do nosso próprio país.
Entristece-me que a oposição camarária em lugar de discutir para onde irá o parque não se oponha a estas jogadas e exija que a legalidade seja restabelecida. Mesmo que se venha a abster será conivente e não poderá lavar as suas mãos com esse voto. Não se pode fazer política sem ética e sem princípios.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

TROYKA ILEGAL

Hoje, dia 13 de Novembro, "regressa" o FMI a Lisboa e ordena a um país governado sem dignidade e empobrecido: mais cortes na despesa, mais diminuição de salários e recomenda juízinho ao Tribunal Constitucional, nada de contrariar credores e mercados.
Aonde chegamos, já nem se dão ao trabalho de disfarçar que são eles que mandam.
É legal? Ler Rui Tavares ajuda a perceber os meandros desta conspiração.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O Comité Económico e Social, os parceiros sociais, a Unidade Técnica sobre o orçamento da AR, a OIT, (o Parlamento Europeu que acaba de criticar fortemente a política de austeridade na UE) , entre outros organismos, desancam forte e feio no Orçamento para 2014, e não acreditam que este vá resolver qualquer problema e a seguir este caminho continua a aumentar o défice, a divida pública, o desemprego e as falências, a pobreza.
Mesmo a própria Comissão veio agora afirmar que a austeridade tem de continuar e que em 2015 tem de ser esmifrados aos portugueses mais 1.700 milhões de euros. Então não era em Julho de 2014 que acabava a troyka e a austeridade???
Claro que o governo PSD/CDS e o PR são os únicos a verem coisas positivas mais o amigo Durão, álibi para continuarem a sanha privatizadora de escolas, hospitais etc. O tal país que devia voltar ao mar segundo Cavaco bradava nas Selvagens e Desertas e que se gaba de ter a maior ZEE marítima vai vender, depois do Estaleiro naval de Viana do Castelo, o último estaleiro naval português, o histórico Estaleiro do Alfeite fundado em 1928, legado à nossa Marinha de Guerra, onde foram construídos vários dos nossos barcos de guerra, reparados e reequipados muitos outros. Assim se perde toda uma história de de desenvolvimento e conhecimento naval.
Revelador da mentalidade destes senhores junta-se mais um artigo do Vítor Malheiros que se recomenda a leitura.


terça-feira, 29 de outubro de 2013

E AMANHÃ ?

Este artigo do Vítor Malheiros é mais uma achega para perceber a razão do bloqueio e da falta de esperança numa alternativa.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

QUE FAZER COM OS CIDADÃOS?

Hoje ler os jornais é um exercício penoso. Não são as grandes parangonas sobre a reforma do estado (ainda bem que não a fizeram, pois querem é destruir o Estado Democrático e Social), ou sobre o défice e a dívida, os impostos etc., que retratam a situação real do país da forma mais esclarecedora. A desumanidade que atravessa a sociedade vem nas pequenas notícias sem títulos garrafais, como por exemplo: o Governo antecipa entrega de hospitais às Misericórdias ( a caridade vem aí para substituir o SNS); ou "suicídios aumentaram 6,3% em 2012, principalmente entre os idosos" ( desespero, abandono, incapacidade de se poderem tratar e comprar remédios e alimentação); ou " Segurança Social compra mais 500 milhões de dívida pública" (quer dizer o dinheiro das reformas e pensões é irresponsavelmente jogado na roleta da irresponsabilidade e indiferença social governamental, ao mesmo tempo que aumenta o roubo aos reformados e pensionistas).
Junto um artigo do Santana Castilho que apanha muito bem alguns destes aspectos da degradação galopante que estamos a sofrer.


sábado, 19 de outubro de 2013

JÁ ESTAMOS MESMO XARINGADOS!

Depois da abertura recente das hostilidades contra este governo feita por Soares a pedir que sejam julgados os actuais governantes, Helena Roseta invoca a Lei 34/87 para apelar à realização de um processo judicial contra Passos Coelho.
António Capucho (PSD) chamou-lhes seita, Pacheco Pereira (PSD) o mesmo ou pior.
Quando elementos destacados do próprio PSD qualificam assim o governo do seu partido é de ter medo.Eles lá os conhecem. Vasco Pulido valente então tem arrasado Passos, Portas e C&A.

Depois da montagem na Sic Noticias  ( Momentos Sic noticias envolvendo Machete, Cavaco...) em que essa tropa é ridicularizada com a musica de fundo (Help Me dos Beatles) eis que Roseta concorda com a designação de deliquentes atribuida ao actual governo e invocando a sua condição de deputada constituinte  pede a sua destituição pela via judicial.

 Este artigo de São José Almeida é uma boa foto da destruição em marcha do país, deliberada, consciente. Quando este pesadelo acabar Portugal será um país diferente com as suas principais riquezas e haveres privatizadas e nas mãos de chineses, russos, angolanos etc., e as pessoas e os trabalhadores despidas de direitos, saúde e educação.

sábado, 21 de setembro de 2013

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

OS PROPRIETÁRIOS


OS PROPRIETÁRIOS
A denúncia da Almargem ilustra bem a situação que vivemos no Algarve e não só. Mais uma vez é uma organização ambientalista que vem denunciar publicamente uma nova negociata em curso à custa do nosso património ambiental, com o consentimento de quem deveria zelar pela defesa dos nossos bens e património, como por exemplo a Região Hidrográfica. Em terrenos da Reserva Ecológica Nacional (REN) e da Rede Natura 2000, 70 hectares estão nas mãos de uma empresa turística finlandesa que aqui pretende plantar um olival “biológico”, mas não satisfeitos com isto ainda ocuparam ilegalmente dezenas de hectares de 80 agricultores.
Estamos em campanha eleitoral, mas não se ouviram os partidos levantar a voz contra isto, nem as autarquias ou a AMAL?
Hoje encontramo-nos numa situação estranha. O Reino do Algarve desde o Tratado de Badajoz de 1267, há 746 anos, ficou definitivamente incorporado no Reino de Portugal e, desde então, a serra, o barrocal e o litoral foram nossos, e se os administramos mal foi e é um problema também nosso. Mas começamos a ter de viver num local deixado pelos nossos antepassados mas propriedade de outros, já não podemos andar por onde queremos. Aqui nascemos, agora trabalhando muitas vezes para estrangeiros, tendo de emigrar em grande número para sobreviver, pagando o que consumimos a chineses, angolanos, alemães, ingleses etc. Somos hóspedes na nossa própria casa. Ainda há dias um presidente (como diria o Octávio Machado, sabem de quem estou a falar! não sabem?), em mais uma das suas “promessas” acenava com um investimento americano na Ponta da Areia. É o mercado, dizem. Precisamos de investimentos estrangeiros para desenvolver o país. Mas para investir exigem que nos paguem menos pelo mesmo trabalho, que a educação já não possa ser universal assim como a saúde, que cortem no orçamento do Estado as verbas destinadas às funções sociais para que o excedente vá parar às suas mãos transformado em lucro que, por sua vez, sairá do país.
Contam com os cúmplices portugueses desta vilania, desde os postos mais importantes a nível governativo e do aparelho do estado até a sabujos presidentes de junta. É um facto. No dia 29 de Setembro vamos eleger certamente muitos desses cúmplices que mal se apanharem no poleiro se transformam em proprietários do concelho, não para trabalhar em favor dos cidadãos que os elegeram, mas para se apoderarem do património concelhio para o venderem a retalho a interesses especulativos nacionais ou estrangeiros, desviando as verbas dos nossos impostos para bolsos de amigalhaços políticos e partidários, endividando as câmaras sem qualquer pejo, ameaçando e perseguindo quem se lhes opuser, ignorando as mais elementares regras democráticas, usando meios camarários em seu benefício pessoal, comprando o silêncio da imprensa com os “subsídios e publicidade da traição”, corrompendo através de esmolas disfarçadas de apoios sociais. A regra é tudo a favor do privado e destruição de tudo o que é público.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

ÓLEO a ÁGUA


ÓLEO A ÁGUA


O óleo a água aparece na Noruega, pela marca Munch, nos princípios dos anos 70 mas a sua divulgação a sério só começa nos anos 90. A sua principal característica é a de ser um óleo ecológico composto de óleos de origem vegetal que não têm água .
Foi concebido para responder ao facto de muitos pintores não quererem abandonar a pintura a óleo por não se adaptarem ou não gostarem das outras técnicas mas não poderem continuar a pintar a óleo por causa das alergias causadas pelos solventes, a terebintina, por certos médios etc...
Ao mesmo tempo procurou resolver o velho problema do tempo de secagem . Este óleo paradoxalmente é diluído a água, seca bem e muito mais rapidamente que o óleo tradicional, e os pincéis e espátulas limpam-se com água e sabão .
O tempo de secagem anda pelas duas horas, dependendo da temperatura ambiente. Por precaução deve-se dar mais tempo para garantir uma boa secagem antes de pintar por cima .
As características da pasta não são diferentes do óleo, permitem várias camadas respeitando a regra do gras sur maigre mas, desta vez, o diluente é a água . Mais água ao princípio e menos no fim ou nenhuma no final , de forma decrescente. Assim tanto podem ser aplicados a seco como dissolvidos em água .
Quanto à maneira de trabalhar aconselha-se aplicar em camadas finas enquanto húmido. Após secar é um óleo normal. É compatível com os outros óleos e pode-se pintar sobre acrílico e viníl . Pode ser usado como fundo para o óleo normal.
Quando misturado com os outros óleos primeiro misturar na paleta e só depois juntar a água. Nestas misturas os óleos normais não devem exceder os 20% a 25% da mistura. Adere bem aos suportes, cobre bem e permite as veladuras. Como seca com rapidez deve-se deixar secar e só depois proceder aos acabamentos finos, sombras etc ... Os pincéis são os normais mas de preferência utilizar os que oferecem uma certa firmeza e suavidade simultâneamente .

Existem médios próprios para esta técnica, da Munch e a W&N criou a série Artisan para este fim. Aceita sem problemas os médios da pintura a óleo tradicional. A Talens também já comercializa este óleo cada vez mais apreciado e utilizado . Após terminado nada o distingue de uma outra pintura a óleo .

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

OS ALKYDES

ALKYDES & VINÍLICAS

A pintura alkyde é uma técnica recente, fruto dos progressos realizados pela química moderna, é uma composição à base de álcool e ácidos, resinosa, originando uma matéria brilhante e aveludada que seca com rapidez, muito mais que o óleo e menos do que o acrílico. Em geral leva algumas horas para secar (4 a 6), e a qualidade de acabamento é semelhante à do óleo.
Esta característica permite trabalhar o alkyde como o óleo frais sur frais, o que é importante para o trabalho de fusão, nos acabamentos, nos trabalhos de precisão etc... Uma vez o trabalho terminado seca totalmente entre 18h a 24h, dependendo da espessura das camadas e da temperatura ambiente. Tal permite aplicar o verniz de retoque um ou dois dias após a secagem e o verniz final um a dois meses após a finalização.
Esta técnica possibilita também, caso se queira, repintar o quadro desde que seco.
O alkyde responde assim à necessidade de se pintar mais depressa sem perder a qualidade e as características da pintura a óleo.
Não mais problema com sicativos e os conhecimentos necessários para bem os utilizar. O alkyde tanto pode ser aplicado como uma técnica autónoma como se pode misturar sem problemas cores alkydes com as cores a óleo diminuindo o tempo de secagem destas. O alkyde é, em geral, mais barato de que o óleo.
Para além dos suportes tradicionais para a pintura a óleo o alkyde pode ser aplicado sobre o metal ou sobre gesso ou estuque, desde que estes suportes estejam desengordurados e possuam alguma rugosidade.
Em relação aos médios o alkyde aceita sem problemas os médios do óleo embora existam médios próprios como o Liquin, líquido, que torna a pasta mais fluída, o Wingel gel, que torna a pasta mais untuosa e o Oleopasto, gel espesso para encorpar.
Tal como no óleo o gras sur maigre tem de ser respeitado para secar bem e evitar estalar.
Os pincéis para o óleo servem perfeitamente para a pintura alkyde.

O VÍNIL pareceu pela primeira vez em 1955, em França. É uma técnica que usa a água como solvente, resistente, mate, seca rapidamente mas menos do que o acrílico, com bom poder de cobertura. É muito apreciada pelos decoradores, maquetistas, ilustradores e restauradores e cada vez mais utilizada na pintura artística. Uma vez seca possibilita novas camadas sem risco de perder qualidade. Permite as veladuras e o aerógrafo.
É uma técnica autónoma e não permite misturas com o acrílico, com menos poder de cobertura e mais transparente. Pode ser aplicada sobre qualquer suporte, inclusos o barro e o tecido. É um material relativamente caro.
Existe uma gama larga de cores, algumas florescentes. Pode ser utilizado na preparação de fundos para a pintura a óleo.



terça-feira, 23 de julho de 2013

ACRÍLICO


ACRÍLICO

O acrílico é uma resina polimerisada derivada do petróleo e dos seus derivados . Foi descoberta em 1930 nos EUA e começou a ser usado na pintura de edifícios . Só a partir dos anos 50 nos EUA foi pouco a pouco ganhando o interesse para a pintura de cavalete , e em 62 pintores franceses começaram a utilizar este novo produto . Rapidamente se espalhou o seu uso e o acrílico para a pintura de arte se foi aperfeiçoando , existindo hoje uma vasta gama de marcas , cores , médios , pincéis , telas etc... exclusivos para a pintura acrílica .
O acrílico é uma matéria polivalente , tem um aspecto seco , sedoso e de um brilhante profundo e pode ser aplicado sobre quase todos os suportes – tela , madeira , contraplacado , cartão , papel , vidro , metal , plástico , cimento etc ... Convém no entanto preparar os suportes com gesso ou caparol como no óleo pois um suporte bem preparado é fundamental para uma boa pintura . Caso se pinte muito diluído deve o suporte ter alguma rugosidade , não ser muito liso . Suportes oleosos ou gordurosos devem ser evitados .
A resina acrílica é uma matéria plástica sintética resistente , estável e menos sensível à luz que as resinas naturais . Fácil de pintar e misturar seca rapidamente em poucos minutos o que torna a técnica complicada de dominar . O único diluente do acrílico é a água e , uma vez seco é resistente , fácil de limpar e dispensa mesmo o verniz . Aconselha-se mesmo assim o envernizar final com os vernizes próprios para o acrílico . Ao contrário do óleo pode ser envernizado logo que seco mas , por precaução , deve-se deixar passar pelo menos algumas horas .
O acrílico tanto pode ser usado tão líquido como a aguarela sobre papel aguarela como muito espesso à brocha ou à espátula sobre suportes proibidos ao óleo , tudo depende da quantidade de água utilizada . Tanto se pode diluir como utilizar como sai do tubo ou juntar médios para empastar .
O acrílico como seca rapidamente permite continuar a pintura com novas capas no imediato , tantas quantas se desejar e forem aconselháveis para o suporte . As veladuras não oferecem dificuldade , é uma questão de mais ou menos água . Ao contrário do óleo podem-se alternar capas finas e espessas sem problemas .
Um material indispensável para a pintura acrílica é um borrifador para manter húmida quer a tinta saída do tubo e posta na paleta quer a própria tinta aplicada no suporte caso seja necessário . A rapidez de secagem  exige rapidez de execução , pintar com rapidez é o segredo e , como na aguarela , não permite arrependimentos . Mas , o que não é possível na aguarela , uma vez seca pode-se repintar .
A técnica de pintar não é diferente da do óleo assim como tudo o que é relativo à teoria das cores , composição , etc..
O acrílico é um excelente produto para as técnicas mistas , com o óleo , com o pastel , com vinílicas , com a aguarela .
A grande vantagem do acrílico sobre o óleo é a sua solidez , a garantia que não estala ou racha , a capacidade de suportar diferenças de temperatura sem problemas , insensível à humidade , fácil de transportar . O óleo no entanto permite acabamentos e "nuances" difíceis de obter com o acrílico .

TINTAS
As tintas acrílicas existem em tubos , potes e frascos de vidro ou plástico em diversos tamanhos de acordo comas superfícies que se pretendem pintar . O tubo contém  acrílico em pasta parecido à consistência do óleo ; nos potes e frascos o conteúdo é mais cremoso , bom para as misturas e para grandes superfícies . A dos frascos diluem-se muito bem na água e facilitam a pintura em aerógrafo . Em geral o acrílico é mais caro do que o óleo . Em relação à qualidade temos os extra-finos , os finos e os de estudo .  A gama de cores comercializada é hoje muito extensa e variada , para além das cores normais existem os acrílicos de cores metálicas que permitem obter tons metal , os fluorescentes e os iridescentes ou de pérola .

MÉDIOS
A gama de médios é muito vasta e estão sempre a aparecer novos produtos que se misturam bem , não alteram as cores , criam condições para novas técnicas e utilizações quer nas texturas , na obtenção de relevos etc... Os médios são brilhantes e mates e em geral aplicam-se misturando 20% de médio e 80% de acrílico . Alguns exs :
Retardadores – retardam o tempo de secagem permitindo mais tempo para executar a pintura ;
Estruturantes – servem para adensar a pasta e podem ser misturados em proporções até 50% sem alterar a cor , dando maior volume à pasta ;
Veladuras – a pasta torna-se  mais fluída e transparente , são adesivos bons para colagens ;
Modeling past – médios que de grande poder adesivo que dão pinturas em relevo , permitem as colagens e a mistura de areias , serradura , pó de mármore etc ... para se obter efeitos de matéria , chamados morteiros ;
Fluorescentes e iridescentes – produzem efeitos especiais quando misturados à pasta ;
Gesso acrílico – bom para preparar os suportes e também para misturar com a cor para a encorpar . Existem em branco , negro ou coloridos ;
Verniz – brilhantes , mate e anti-UV . Servem para proteger a pintura e aplicados em camadas finas realçam as cores ternas , dão um ar acetinado à pintura . O anti-UV filtram os raios ultra-violeta reforçando a solidez das cores o que é bom para pinturas que fiquem muito expostas à luz ou de exterior .

PINCÉIS

O acrílico aceita todo o tipo de pincéis mas é preferível usar os próprios para o acrílico . A resina do acrílico estraga mais o pincel que o óleo , este conserva melhor os pelos . Os sintéticos e as sedas são os mais usados por serem firmes , resistentes e elásticos .
Quando se trabalha com o acrílico tipo aguarela ou em pormenores ou acabamentos finos os suaves de marta  ou afins são os mais indicados. Como o acrílico seca com grande rapidez  é necessário sempre que não se esteja a usar o pincel mergulhar o mesmo em água mas sem que o pelo toque o fundo . O melhor é ter um recipiente com bastante água à mão para dar uma lavadela ao pincel mal se deixe de usar .
No final devem ser lavados com água morna e sabão de marselha , e postos a secar com os pelos para o alto . Caso por descuido tenham secado ou as virolas estejam com tinta seca deve-se limpar com álcool .



sexta-feira, 19 de julho de 2013

AGUARELAS

                                                                                            


AGUARELA

A aguarela foi uma técnica utilizada na Idade Média nas iluminuras dos manuscritos (juntamente com o ovo),que cai em desuso com o aparecimento do óleo,reaparece na Renascença(Durer, Pisanello,Holbein e outros ), mas são os paisagistas ingleses do século XVIII que irão popularizar esta técnica – Tuner e Cotman designadamente , na forma como hoje ainda a praticamos . Conhecem-se aguarelas egípcias do II séc. AC ilustrando os livros sagrados .
O seu nome vem do italiano aquarello , que significa cor diluída em água .
Os pigmentos são aglutinados pela goma arábica à base de resina de acácia ou eucalipto,
de mel , de glicose ou de glicerina ( as de menor qualidade ) .
É uma técnica difícil de dominar , não permite o erro , exige precisão do gesto e da pincelada , rapidez de execução , paciência e conhecimentos . Ao contrário do óleo e outras técnicas  na aguarela o desenho adquire grande importância .O dissolvente é a água e a aguarela fascina pela sua transparência , frescura , intensidade das cores , o jogo de matizes e súbtis e finas graduações de cores. Não há branco , o branco do papel seu suporte ideal e quase exclusivo é o branco da aguarela . É este branco que transparece debaixo das cores que dá a luminosidade tão específica da aguarela .A evolução industrial e técnica  da química veio pouco a pouco substituindo os pigmentos de origem vegetal , animal ou mineral por pigmentos sintéticos , alargando a gama de cores , a permanência e a estabilidade das mesmas .

AS CORES
Existem várias e boas marcas no mercado . Independente da marca as aguarelas ditas artistas e as extra-finas são as de melhor qualidade , existindo também as finas e as de estudo . As aguarelas são apresentadas em godets ou em tubos . Os godets podem ser de porcelana , metal ou plástico ( os mais baratos e de menor qualidade ) . Para manter a humidade da pasta as cores em godet vêm embaladas dentro de caixas de madeira , metal ou estojos de cartão para melhor conservação . As cores em tubo têm um maior grau de humidade e o facto de se fecharem após o uso garante melhor conservação .Nas caixas metálicas as tampas servem de paleta para misturar as cores . Pode-se comprar caixas destas vazias e colocar lá a selecção de cores que mais nos convenha .
Após usar as cores em godet é bom limpar estes com papel absorvente e fechar bem a caixa e a manter afastada de fontes de calor para não detiorar as cores .
Hoje em dia existem também aguarelas em potes e tubos, como a Karat Liqua da Staedtler , de grande qualidade , usadas mais pelos ilustradores mas que são excelentes aguarelas .
Outro material são os lápis aguarela , de várias marcas e em caixas que vão de 12 a 120 cores . Os lápis aguarela podem ser utilizados como uma técnica autónoma ou servirem para técnica mista com a aguarela .
Hoje em dia existem feltros à prova de água , tintas da china especiais e feltros aguarela usados por muitos artistas .
Em relação à teoria das cores o uso destas e as misturas são no fundamental semelhantes ao óleo . Embora não seja corrente a aguarela pode ser utilizada em técnicas mistas com as ceras , pastel a óleo e mesmo com o acrílico . A aguarela também é utilisada por alguns aguarelistas em pinturas ao aerógrafo .
A aguarela é a arte da transparência , existindo naturalmente cores mais transparentes do que outras .
Transparentes – Terra de Siena Natural , Azul Ultramar , Magenta , Áureolina ;
Opacas –Terra de Sombra Queimada , Verde Óxido de Crómio , Amarelo Nápoles , Ocre , Cerúleo ,Vermelho Cádmio , Vermelhão , Amarelo Cádmio ;
Grande poder colorante  - Terra de Siena Queimada , Alizarina , Amarelo Cádmio , Azul Phtalo ;
Pouco poder colorante – Verde Esmeralda , Terra de Sombra Natural , Ocre Amarelo .
                                                                                                                                                                                          O  SUPORTE
O suporte por excelência da aguarela é o papel especial feito expressamente para a pintura a aguarela .
Existem quatro tipos de papel – acetinado , fino , rugoso e muito rugoso ou torchão . Os acetinados e os de grão fino acentuam o brilho e a transparência mas dificulta a saturação da cor , mais difícil de trabalhar , em particular na técnica a húmido para dominar o controlo da aguarela . O rugoso permite que um picel bem embebido na cor cubra grandes superfícies e um pincel com pouca tinta , seco ou semi-seco , deixe transparecer as covas das rugosidades . O torchão não absorve totalmente a tinta , esta não vai até ao interior da folha , é absorvente só na superfície . O torchão possibilita  belas aguarelas mas é igualmente difícil de trabalhar , exige grande prática da aguarela .
Aconselha-se que o papel não seja inferior a 300 gr., pois nesse caso terá de sere fixado com fita adesiva de ph neutro , para não criar bolsas ou encarquilhar .A partir de 400gr é considerado  papel cartão e com 600 gr e mais oferece uma grande estabilidade .O papel fabrica-se a partir de tecidos de linho ( o de melhor qualidade ) , de algodão ou misto de algodão e linho .
Aparece no mercado papel de fibra de madeira e sintéticos que não são bons para a aguarela , não garentem a homonegeidade necessária a esta técnica .
O papel de aguarela pode ser feito manualmente ou em máquinas , sendo o artesanal de muito melhor qualidade .
O papel aguarela tanto se pode comprar em folhas como em blocos , existem as mais variadas dimensões . Pode-se comprar folhas grandes e cortar no tamanho que mais nos convenha .
Um aspecto importante é o de que o papel de aguarela deve ter ph neutro , isto é sem acidez , para não alterar a cor da tinta e no futuro não degradar o trabalho .

MÉDIOS
Tal como para as outras técnicas a aguarela possui vários tipos de médios . Alguns exs. :
-       goma arábica – melhora a coesão e a aderência , aumenta a transparência e a profundidade das cores . Deitar uma a duas gotas na água limpa do recipiente que serve para tirar a água para dissolver as cores (depende do tamanho do recipiente ) . Quando se fez uma grande quantidade de cor uma gota ajuda à coesão da tinta ;
-       glicerina – uma gota na cor evita as escamas , melhora a flexibilidade e a densidade ;
-       Fiel de Boeuf – facilita a aderência , designadamente no papel Tourchon ;
-       máscaras – chama-se máscara à técnica que consiste em proteger o branco do papel com um produto que impeça a tinta de manchar essa área e que , depois de seca a tinta , se possa retirar o produto deixando a descoberto o branco do papel . Os materiais mais usados são a goma de borracha , a cera branca e o pastel a óleo branco ou a glicerina que repelem a água defendendo a área que se quer proteger ;
-       granulados – existem uns produtos no mercado que dão corpo à aguarela que depois de seca fica com aspecto rugoso .Serve para muros rústicos ,terrenos etc ;
-       máscaras transparentes – produto que dado sobre o branco do papel e depois de seco permite pintar por cima dando maior transparência , ou dado sobre a tinta seca permite que a nova camada deixe ver a inferior . Serve para dar efeitos especiais , transparência a zonas de água etc ...
-       verniz – protege a aguarela que é muito sensível à luz e tem tendência a esmaecer quando exposta a luz intensa . Os puristas condenam o uso do verniz que dizem fazer perder a frescura e a espontaneidade .
-       TÉCNICAS                                                                                                          Os puristas da aguarela só aceitam a tinta , o papel e o pincel , recusam tudo o resto.A controvérsia é grande e antiga sobre esta questão , mas a verdade é a de que a aguarela como técnica difícil que é vive de muitos expedientes e truques e nada impede de inovar no bom sentido, sem desvirtuar o espírito e a essência da aguarela.
É uma questão de escolha e método pessoal .
Na aguarela pintar sempre do claro para o escuro .Escurecer só por velaturas após as outras passagens estarem bem secas . Evitar dar mais de três passagens , a aguarela perde frescura e transparência . Não esquecer que o branco do papel é que dá luminosidade às cores .
Desenhar préviamente o tema da aguarela , de forma leve a lápis ou lápis aguarela , quer antes de molhar o papel ou aplicar a cor . O desenho é um indicativo , não se deve impor à cor . Também se pode desenhar com a própria aguarela , mas neste caso a tinta deve estar bem diluída .
As técnicas de base mais comuns são quatro : pintar a seco sobre seco , húmido sobre húmido , seco sobre húmido e pincel seco .
Evitar a húmido sobre seco pois existe o perigo de manchar e alterar as cores . Na aguarela as cores a húmido têm uma intensidade maior que se atenuam quando secas. Importante experimentar a cor num papel separado antes de a aplicar para ver se o tom é o pretendido quando seca .
A aguarela vive muito do branco do papel pelo que é fundamental reservar os brancos e os brilhos desde o princípio através de máscaras . Dominar a tinta de forma a que esta não invada a zona que queremos que fica branca , caso não se recorra à máscara , exige uma técnica muito apurada e grande experiência .
Não se devem multiplicar os brancos , em princípio recomenda-se só um branco puro central ( depende do trabalho , mas muitos brancos roubam expontâneidade à aguarela ) .
Deve-se pintar com o papel ligeiramente inclinado , ajuda a dominar e a controlar o movimento da tinta . Caso se pinte com blocos o problema está resolvido . Se a folha é solta quer seja a aguarela a seco quer a húmido ( depois de a molhar ) , deve ser fixa com fita adesiva não ácida a um suporte rijo , cartão forte ou contraplacado . Isto impede a folha de inchar e deformar .
A aguarela é água , um lavis , evitar por isso encharcar o pincel e procurar estender a pintura . Caso a superfície a cobrir seja grande a tinta no pincel deve estar de acordo com a área .
Frottis – é possível com o pincel quase seco ;
Aplat – da esquerda para a direita , de cima para baixo , com muita tinta e quando chegar ao fim da folha seguir no sentido inverso (direita para a esquerda ) , invertendo sempre o movimento até cobrir a zona que se pretende absorvendo com o pincel o excesso de tinta no final ;                                                                   Velaturas – são como filtros , pedem intensificar a cor ou ter cores diferentes da inicial , por ex. um azul sobre amarelo dará um verdoso . As cores com menos poder colorante e as mais transparentes são melhores para os glacis . A Alizarina desde que bem diluída dá boas velaturas ;
Lavis – é uma técnica que consiste em realizar uma agurela sem cor . Regra geral são feitos à base de terras .  
Certos pigmentos como o cobalto , as terras , o azul ultramar , devido à sua densidade/peso anicham-se bem às concavidades do papel e produzem um efeito granuloso que se pode explorar para dar efeitos .


TRUQUES
Para absorver e criar espaços mais ou menos brancos usar papel absorvente , algodão , esponja ou um pano absorvente . Por ex. para obter efeitos de nuvens , a pressão maior ou menor retira mais ou menos tinta .
Se deitarmos sal sobre a tinta quando húmida produz manchas e efeitos . Retirar o sal quando a tinta secar .
Esponja húmida de cor sobre seco , por ex. para imitar folhagem . O secador de cabelo para acelerar a secagem da aguarela .
Pode-se dar efeitos de raios de luz com lápis branco ou giz . Lixívia diluída a 50% na água come a cor e dá brancos . Cuidado para não abrir buracos no papel .
Raiando com o cabo do pincel sobre húmido ficam traços . Por ex . para caules ,ervas , pequenos troncos .
Uma lâmina de barba , um canivete ou mesmo uma lixa abre brancos ,por ex. reflexos na água , velame ou ramos .
Uma escova de dentes para salpicar uma zona . Um vaporizador para humedecer uma zona , ou com cor para borrifar e dar efeitos de textura .
Um papel não absorvente para friccionar e obter texturas . A terebentina sobre húmido produz efeitos .
Fio ou etiqueta para marcar ou preservar uma área .
Tunner , um dos maiores aguarelistas , pintava as costas do papel em certas zonas para acentuar essas partes .

OS PINCÉIS
Os pincéis para a aguarela têm várias formas e tamanhos conforme o uso a que se destinam .Os de pelos naturais são os melhores mas existem sintéticos de boa qualidade.
As características fundamentais são a suavidade ,flexibilidade,elastecidade,a capacidade esponjosa de absorver/reter bastante tinta .
Oa de pelos de marta combinam todas estas qualidades e tanto servem para os largos aplats como para finos traços . Os petits-gris , de pelos de esquilo , são excelentes e bons para os lavis . Os de pelos de Putois igualmente bons para os lavis , usados para molhar o papel devido à boa absorção de água , para fundos e dégradés . Os pincéis de Oreille de Boeuf servem para molhar o papel , fundos e céus .
Os sintéticos gastam-se mais depressa e por isso misturam pelos naturais para melhorar a absorção de água e a resistência . Da qualidade e quantidade dos pelos misturados depende a qualidade do pincel .
Pincéis mais largos , tipo spalter , em petits-gris ou sintéticos , são usados para cobrir grandes zonas de cor .
As sedas de porco servem para misturar cores e , devido à sua rigidez , para os frottis .
Quando se pinta a aguarela devemos ter dois recipientes com água , um para ir lavando os pincéis e outro com água limpa para dissolver as cores . Alguns aguarelistas só usam um para tudo pois afirmam que a água dos pincéis ao dissolver as cores harmonizam estas enriquecendo o trabalho . Necessário lavar regularmente os pincéis com água morna e sabão , apertar e sacudir para que não percam a forma e a ponta , guardar com os pelos  voltados para cima .

Para as máscaras usar pincéis velhos ou baratos , proteger mesmo assim os pelos com sabão e lavá-los de seguida . 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

PINCÉIS

Os pincéis  em marta são os melhores mas os de seda de porco são excelentes para a pintura a óleo .
Existem pincéis com as mais variadas formas e tamanhos , de cabo curto ou longo , adequados à pintura que se pretende ( suave sem deixar traço ou deixar bem vincada a marca do pincel ) , assim como às várias técnicas – óleo , acrílico , aguarela , guache , decoração etc ...

 Marta Kolinsky bons para aguarela e óleo , resistentes ao uso , precisos e elásticos;

Putois – bons para brochas de pelo curto , absorvem bem a água , boa resistência ;

Petit-gris – bons para aguarela , absorvem bastante água , menos robustos e elásticos do que a marta ;

Oreille de boeuf – resistentes e maleáveis , adaptam-se a várias técnicas ;

Cabra – baratos mas de fraca qualidade ,são suaves e finos , bons para envernizar ;

Mangouste – pelo fino e duro , bom para brochas curtas para óleo ,

Blaireau – bom para brochas para glacis e pincéis de leque ;

Seda de porco – resistentes , bons para óleo , acrílico e empastar ;

Sintéticos – resistentes , lavam-se bem e bons para a o acrílico e aguarela , maleáveis , robustos e elásticos .

Existem ainda pincéis fabricados com mistura de pelos naturais e sintéticos , alguns de muito boa qualidade quer para óleo quer para acrílico.  

Conservar os pincéis em bom estado é fundamental pois são a ferramenta por excelência da pintura .
Quando se utilizam com secativos , vernizes , diluentes ou produtos similares devem ser lavados imediatamente .
Com os acrílicos ou vinílicos mal se acabe de pintar deve-se imediatamente passar o pincel por água limpa . Caso se pretenda continuar a pintar com o mesmo pincel pouco tempo depois deixá-lo mergulhado em água mas sem que os pelos toquem o fundo para não perderem a forma . Após o uso devem ser lavados com água morna e sabão , sacudir e secar com um pano ou papel absorvente evitando puxar pelo pelo . O melhor sabão para lavar os pincéis seja qual for a técnica utilizada é osabão de marselha. Existem produtos próprios para a lavagem dos pincéis .
Caso por descuido o pincel seca com acrílico tentar recuperar limpando com acetona ou álcool .
Quando se utiliza o óleo ou os alkydes  após o uso deve ser retirado o excesso de tinta com papel de jornal ou papel absorvente , sem puxar os pelos e tendo o cuidado de não deixar tinta acumulada na virola , depois limpar bem com petróleo ou white sprit , sacudir e linpar com panos ou papel absorvente.
Regularmente lavá-los com água morna e sabão . Todos os pincéis após serem limpos devem ser guardados com os pelos voltados para cima , ajuda a conservação e a não perder a forma .
Quando não se utilizam por um período prolongado devem ser untados com vaselina para impedir que criem bicho e para manter a forma . Há quem utilize a fita gomada  para este fim .
A técica para lavar os pincéis é a de fazêlos girar na palma da mão quando são redondos e dar um movimento de vai-e-vem quando são chatos .
Os pincéis de aguarela devem ser lavados em água fria para a goma não estragar os pelos .

Existem também vários tipos de pincéis , spalters e brochas para truques , efeitos especiais etc...Agora encontramos no mercado em borracha ,espuma e outros materiais .

segunda-feira, 15 de julho de 2013

TÉCNICAS E MÉTODOS, CONTINUAÇÃO

Frotis : aplicação irregular de uma cor opaca ou semi-opaca sobre uma outra já seca , modificando o nível óptico ( nuvens , fumo , nevoeiro , vegetação etc...) . Também se pode usar  um trapo embebido na tinta para dar a sensação de folhagem .
Blaireautage : aplicação com pinceladas irregulares deixando aparecer a sub-camada . O pincel com pintura espessa aplicada sobre o seco , ligeiramente , não misturando as pinceladas , pressionando os pelos ( terrenos , certas folhagens ).
Pontilhado : toques vigorosos dados verticalmente com pincel de decoração ou uma esponja . A pressão regula o pontilhado ( folhas das árvores , efeitos de mármore , madeira etc... ).
Projecção : projectar a tinta com uma escova ( para folhagens , areias etc... ) .
Raspagem :  com o cabo do pincel ou outro instrumento para fazer aparecer a sub-camada ( troncos de vegetação , cabêlos , ramos de árvores etc... ) .
Glacis : o primeiro a usar a velatura foi Van Eyck no séc. XV ; é uma camada transparente dada bem diluída com um médio próprio sobre outra cor seca com pincel suave para não deixar traços , para alisar . O glacis deve ser sempre mais claro que a outra cor . As cores opacas não servem para este fim . É uma velatura que serve de filtro para harmonizar uma tela,para efeitos ópticos , para sombrear , para dar efeitos de água , para esbater e suavizar etc... As lacas como por ex . a laca de garanza dão excelentes glacis , mas nunca as misturar com branco pois  empalidecem e desaparecem . O cobalto , o prússia , os óxidos vermelho e amarelo são bons para as velaturas .                 O glacis pode ser magro ou não , acetinado , brilhante ou mate , tudo depende da quantidade de óleo usada mas em pricípio o pigmento é pouco , o normal é 45 % de óleo ou verniz , 45% de terebentina e 10 % de sicativo ( depende da oleosidade da cor ).
Para os magros usar copal ou goma Dammar .
 Empastar : engrossar a cor com um médio ou produto apropriado . Geralmente pinta-se com um pincel  de seda de porco .Colocado em pequenas pinceladas fazem vibrar a luz,
O empastar dá relevo e faz ressaltar os elementos do primeiro plano . Técnica usada para muros , montanhas etc ...
Pontilhismo : pintar em pequenos toques de pintura pura , opaca , com pincel redondo . Técnica usada por impressionistas para dar efeitos ópticos , ex. colocar duas primárias lado a lado para o olho as juntar na cor resultante .
Frais sur frais : sobre uma primeira cor dar de seguida com pincel redondo uma segunda , mais clara , para as misturar . Serve para fundir , criar céus com nuvens etc...
Tonking : método que consiste em esfregar papel de jornal com um ligeiro movimento da palma da mão sobre uma superfície fresca para obter efeitos ao acaso ou atenuar contornos . 
Fundidos :  técnica que serve para graduar a passagem de uma cor para outra , para as esbater ou fundir gradualmente . Usar pincéis brandos ou de leque para fundir . Pode-se colocar uma cor ao lado uma da outra ou com ligeira separação e depois fundir . Técnica usada pelos retratistas , para céus , nuvens , para sombras etc ... Os dedos são uma excelente ferramenta para fundir cores .
A Carne – não existe uma cor própria para a carne , depende do conjunto da obra . Os amtigos tinham um método : pintavam a carne em último lugar . A base era uma ou duas capas de terra verde e branco , depois aplicavam duas capas de  velaturas de cores diferentes sem ocultar a base .
Outra forma é a de aplicar as pinceladas de cores diferentes umas junto às outras e depois fundir ligeiramente .
As sombras da carne feitas com azul e cinzentos ou as complementares , cores frias . Os contornos repassados com sombras diluídas e as tintas ainda húmidas .
Brilhos – normalmente é o branco e o amarelo . O brilho tanto pode ser suave como espesso . O brilho das ondas  é muitas vezes dado com espátula . Recordar que o brilho é o ponto mais intenso da luz . Quanto mais escuro ao redor mais intenso parece ser o brilho .
Na natueza os brancos raramente são puros e as outras cores também .
FUNDOS
A forma clássica de trabalhar era partir do escuro para o claro . Primeiro o fundo , depois o primeiro plano . Começar com pintura diluída ( rebaixada ) , terminar com velaturas .
Como o óleo tende a ficar transparente com o tempo os fundos escuros têm a vantagem de se fundirem e integrarem com o resto . Inconveniente deste método é prejudicar as sombras e os meio-tons .
As bases ou fundos claros oferecem mais vantagens mas são mais complicados para se trabalhar sobre eles . Quando trabalhavam do claro para o escuro e do opaco para o transparente usavam o glacis como filtros .Usual reforçar os contornos com sombras castanho , fluídas , com pincelada suave , e os volumes usando o claro escuro em paralelo , fundidos em húmido .
O primeiro plano com pintura espessa e rebaixada nos planos de fundo para dar sensação de maior profundidade . Para dar transparência às cores opacas diluiam estas em óleo e terebentina . Usavam o contraste das cores quentes e frias para as formas .
Fundos : os fundos são de grande importância e eram fruto de muita atenção . Uma das técnicas era usar  gesso , ocres avermelhados e castanhos escuros com espátula .
As zonas claras eram delimitadas desde o início . Espesso sobre espesso . Davam também várias capas de gesso , sombra e carvão .
Outros criavam os fundos com castanhos claros e escuros aplicados irregularmente . Era também  usual fundos rosas , esverdeados , vermelhos , escuros quentes e brancos azulados ou esverdeados .
FINALIZAÇÃO / ENVERNIZAR
Quer a pintura a óleo quer a pintura a acrílica deve ser envernizada para sua defesa e preservação . O verniz protege as obras da poeira , das impurezas e da humidade . O acrílico pode ser envernizado práticamente após ter sido finalizado . O óleo nunca antes de um ano ( depende do clima ) . Na verdade o óleo não seca , oxida .
Desde que o óleo esteja seco pode  levar uma capa de verniz de retoucher para protejer até ao envernizamento final .Este verniz permite , caso se queira retrabalhar a pintura .
O verniz final deve depender do que queremos para a pintura , pode ser brilhante , mate ou acetinado . O verniz  final pode ser  reversível ou irreversível . O reversível , como o nome indica permite retrabalhar a obra .O verniz deve ser estável,não sofrer alterações com a luz ou o escuro.O ideal é dar uma camada de brilhante sobre outra mate,equivale ao “gras sur maigre”.
Pode-se dar várias camadas de verniz e alternálas , por ex. brilhante e depois mate etc...
O verniz final deve ser dado numa sala sem poeira , sem humidade e a pintura deve ser préviamente limpa da poeira com terebentina . Quer se use o pincel ou o aérosol a tela deve estar na horizontal e começar de cima para baixo e da direita para a esquerda .
Alguns pintores , quando envernizam a pincel , aquecem a tela dos dois lados e aplicam o verniz com um pincel aquecido , macio e largo , para libertar a humidade que esteja condensada para não turvar o verniz . O recipiente do verniz deve ser pouco profundo e largo .
Existem vernizes no comércio usados na pintura , em substituição do óleo e da terebentina . Muitos pintores preferem esta técnica . Para este fim existem vernizes magros e oleosos , os primeiros à base de essências e de resinas suaves ou semi-duras    ( goma Dammar , copal de Angola , mastic) ; os segundos à base de óleos polimerisados e de resinas duras . Existem ainda os mistos , compostos por óleo e essências .
Para utilisar o verniz deve-se conhecer bem o produto , a sua consistência , as propriedades e tempo de secagem ( vai dos 30 m a 24 h ) . Estes vernizes vão agir como sicativos acelerando o tempo de secagem , pelo que todo o cuidado é pouco . Respeitar aqui a regra do gras sur maigre nunca utilizando um magro sobre um oleoso .
Os vernizes existem também em aérosol .
O âmbar amarelo líquido é considerado o melhor dos vernizes mas é muito caro . A Blockx comercializa este produto que serve tanto para pintar como envernizar . Caso a tela tenha sido pintada com âmbar não necessita de verniz final . Para pintar diluir uma gota de âmbar em cinco de óleo de linho para a primeira passagem e aumentando progressivamente o âmbar nas seguintes .                                                    NOTAS
Os tubos de pintura contêm já óleo de cravo , de papoila  ou linho pelo que não se deve utilizar em grandes quantidades o óleo de linho ( o mais usual ) , para não prolongar o tempo de secagem .
Há quem coloque o óleo saído do tubo sobre papel ou outro suporte absorvente para assim retirar o excesso de óleo .
Para reduzir o tempo de secagem usa-se a terebentina rectificada ou um médio secativo, por exemplo  o de Harlem ou o flamengo . Outros utilizam um verniz líquido                                                         SOLVENTES
Os solventes podem ser vegetais ou minerais . A terebentina extraída dos pinheiros marítimos é o solvente mais utilizado . Para pintar usar só a rectificada , a normal serve para limpar os pincéis mas atenção à qualidade desta para não os danificar .
A terebentina deve ser guardada em frascos ou recipientes herméticos à luz e ao ar e devem estar sempre cheios ( utilizar berlindes , por ex. ) .
O white sprit é um solvente mineral , não tão bom para pintar como a terebentina mas excelente para limpar os pincéis .
A essência d’aspic dá um tom mate às cores mas se conserva melhor do que a terebentina .
A essência de lavanda  é pouco volátil e é apreciada na execução final .
A essência de petróleo ( mineral ) torna as cores mate . O petróleo normal limpa bem os pincéis e é barato . As essências diluem bem a pasta para empastar .
MÉDIOS
Os médiums ou diluentes são geralmente óleos que favorecem a coesão e a homonegeidade das cores  assim que a sua adesão à tela . Os médios permitem modificar as propriedades das cores saídas do tubo , a sua consistência , brilho , textura e tempo de secagem .
Os médios podem ser magros ou gordos (oleosos).Os primeiros são mais apropriados para misturar com as cores na paleta.Elaborados à base de resinas moles,tipo Dammar, impedem os “embu”.Exs.: Vibert de L&B,Painting Medium da Talens,Médium à Peindre da Blockx etc...Podem ser alongados com terebentina,petróleo,cravo etc...
Os gordos constituídos à base de resinas duras e Copal devem ser misturados às tintas com moderação.Avivam as cores e as protegem bem,com durabilidade.Podem ser diluídos com terebentina e linho.
Nada impede de aplicar directamente a tinta do tubo mas se tal não oferece dificuldade com a espátula torna-se mais difícil com o pincel .
LINHO : é o óleo vegetal mais utilizado , seca bem sem perigo de estalar , dá fluidez e brilho às cores , mistura-as bem e junto com a terebentina dá um excelente médium . Único senão é que amarela com o tempo .Usar o rectificado ou refinado que amarela menos . O Standolie ou óleo holandês é um linho polimerisado ,usado em partes iguais com terebentina dá bons clacis .O óleo de linho cozido dá uma pasta rica e transparente, luminosa , boa para as velaturas ; seca lentamente pelo que se pode juntar um pouco de sicativo . O linho negro ajuda a secagem em profundidade sem risco de estalar . Van Dyck utilizava para as velaturas 50% de óleo negro e 50% de verniz cristal de mastic  puro que dá um aspecto profundo e transparente , seca rápido de forma homogénea protegendo bem as cores . Óptimo para trabalhos que exijam finura , delicadeza e detalhe . A firma L&B comercializa estes produtos .
CRAVO : é um excelente médio que práticamente não amarela mas leva mais tempo a secar . Excelente para usar com cores claras . Bom para pintar a fresco , alla prima . Menos  oleoso que o linho .
CÁRTAMO : as mesmas características e qualidades do cravo .
NOZ : não amarela mas de secagem lenta . Cria ranço .
PAPOILA : seca lentamente .
Existem muitos médios no mercado para os mais diversos fins . Alguns ex. :
Empastar – o gel oleopasto , os médios para empastar da Talens ,W & N , Maimeri , Pébéo e outros ;
Retocar – as principais marcas comercializam este médio à retoucher . É usado quando a pintura está manchada/enlameada , serve para aplicar só sobre essa parte quando seca e raspada , afim de eliminar essas deficiências geralmente resultantes do não respeito do gras sur maigre,depois pode-se retocar a pintura.Serve para envernizar  provisóriamente uma pintura antes de se poder dar o verniz final ;
Flamengo – acentua o brilho e a transparência , acelera o tempo de secagem ;
Veneziano – bom para as pastas consistentes e mates ;
A regra de utilização adequada dos médios é o tempo , a experiência e o tipo de pintura que se faz que a vai formulando .
A título indicativo recomenda-se para a primeira demão  2/3 de óleo e 1/3 de solvente .
A finalizar 4/5 de óleo e 1/5 de solvente . Tudo depende das demãos que se pretendem dar pois o gras sur maigre impõe que de demão para demão suba gradualmente a percentagem de óleo .
Se se pretende dar à pintura um tom óleoso a primeira demão de 50%/50% , a segunda de ¾ óleo e ¼ solvente .                                                                         
Na primeira passagem a maioria utiliza só a terebentina , na segunda cinco partes de terebentina e uma de médio e para as seguintes cada vez mais médio e menos terebentina . A passagem final sem terebentina .  
Para diminuir o tempo de secagem usam-se secantes mas é perigoso empregar
demasiado secante , a pintura pode vir a estalar .                                       
Dalí empregava um médio composto por uma parte de verniz copal e cinco de terebentina bi-rectificada .
CARGAS : matérias que adicionadas às cores modificam as texturas.Existe uma vasta gama de productos ; brancos de “meudon”, de Espanha ou de Troyes são cargas leves, assim como alguns gel.Existem cargas duras ; pó de mármore,areia,serradura etc...
As duras devem ser préviamente misturadas com branco de zinco e só depois misturar a cor.Às cargas leves basta juntar préviamente um pouco de gel de empastar.
PINTURA EM MADEIRA
A madeira deve ser preparada dos dois lados para não arquear e ficar direita . O gesso acrílico e o caparol ( uma resina vínilica ) , são os materiais mais usados na preparaçao das madeiras e contraplacados . A madeira deve ser bem lixada ( lixa 0 ) , antes de aplicar o gesso ou o caparol . Usa-se também depois de lixada um enduit de lissage antes do caparol ou do gesso .
Os antigos davam várias capas de gesso (oito e mais ) e depois lixavam para alisar .Essa espessura permitia gravar o desenho no gesso com uma ponta metálica . A cor colocada em cima dava a sensação de relevo , por ex. para as jóias e pregas .
Sobre o gesso por vezes ainda deitavam seis capas de tinta para o fundo. Era vulgar após o desenho sobre o gesso dar uma capa de óleo para saturar . A madeira era sempre preparada e pintada com o grão na vertical .
A madeira mais usada era a de carvalho.Hoje o contraplacado com um mínimo de 6 mm
é um excelente material para se pintar, pouco sensível à humidade.

sábado, 13 de julho de 2013

DEMOCRACIA TUTELADA


PINTURA A ÓLEO


PINTURA A ÓLEO
A pintura a óleo nasceu na Flandres no século XV e tudo indica ter sido Jan Van Eyck o primeiro a utilizar o óleo de linho e o óleo de nozes para dissolver os pigmentos . Esta descoberta iria revolucionar toda a pintura até aos nossos dias . A nova técnica foi guardada em segredo e espalhou-se lentamente por toda a Europa , de tal forma que foram necessários mais de quarenta anos para Antonello da Messina a introduzir em Veneza .
O quadro reproduzido acima é considerado o primeiro quadro pintado a óleo, em 1434, do casal  Arnolfini, mercadores venezianos. Por isso toda a pintura anterior a esta data não é a óleo, é a tempera e outras técnicas. A existência da nova técnica provocou uma autêntica guerra entre os pintores flamengos que conservavam o segredo e os italianos, chegando a haver espionagem, assaltos e mortes para se obter o segredo. Consta que foi um auxiliar de Jan Van Eyck que terá ensinado a Antonello da Messina  a nova técnica.
Jan Van Eyck que estava ao serviço do Duque de Borgonha veio a Portugal para pintar o retrato da Infanta Dª. Isabel, prometida do Duque, mas que aproveitou a situação para copiar cartas náuticas portuguesas secretas que transportou para Bruges.
A revolução industrial do século  XIX ao inventar o óleo em tubo permitiu a pintura fora do atelier  e, progressivamente, veio a liquidar os ateliers tradicioinais dos grandes mestres  e com eles a perda das receitas da fabricação tradicional das cores . Igualmente se perdeu uma aprendizagem lenta mas sólida da profissão que as escolas não substituiram . A pintura e o pintor tornan-se individualistas, as melhorias e as inovações técnicas e científicas  das cores fabricadas pela indústria assim como uma gama cada vez maior de cores e de médiuns no mercado permite novas técnicas de pintura,  novas escolas e correntes mas o pintor perdeu o domínio dos materiais que utiliza , já não sabe como se fabricam o que por vezes causa danos ao trabalho com  consequências desastrosas nas obras pouco tempo depois de pintadas .
TELAS






Com as telas passou-se o mesmo fenómeno – compram-se hoje no mercado já prontas ,
montadas em châssis e untadas ( preparação gordurosa para o linho e magra ou universal para todo o tipo de utilização ).
Existem telas de linho, algodão ,  juta , polyester (sintéticas) e mistas (algodão/polyester etc.). O linho , descoberto e utilizado há 7000 anos é o material mais seguro , resistente , não deforma , quase insensível às variações higrométricas .
Conhecem-se pinturas sobre linho com 4000 anos. É com os pintores venezianos da Renascença , em particular Ticiano , que a tela deixa de ser marginal .
As telas de polyester tecido são igualmente um excelente material equivalente ao linho.
A tela não deve apresentar defeitos , nós , deve ser uniforme  e os fios da trama estarem bem direitos . As telas devem ter 2 a 4 camadas finas de preferência a uma espessa .
As telas ditas universais estão untadas de forma a receber qualquer tipo de pintura excepto aguarela .
Apesar de virem já preparadas é conveniente usar gesso acrílico ou caparol antes de colocar o óleo do tubo , ou limpar com terebentina para impedir que a gordura do reboco viole a regra do gras sur maigre .
As telas podem ser de grão fino , médio ou grosso conforme o tipo de tecelagem . Existem em formato standard que vão do 0 ao 120 e em três tipos : retrato/F , paisagem/P e marinha/M .
Antes da tela pintava-se essencialmente sobre madeira de carvalho , álamo/choupo ou acaju .
Hoje o contraplacado é um excelente material para se pintar tendo no mínimo 6 mms de espessura e deve ser rebocado dos dois lados para não se deformar.
PREPARAÇÃO DAS TELAS
Cada um prepara as telas à sua maneira , não há regra fixa . Pode-se começar por dar uma lixadela ou uma camada  fina de gesso ou caparol e depois lixar e dar uma camada de gesso mais espessa , ou ainda nas telas para óleo primeiro limpar com terebentina e depois dar gesso etc ...O objectivo é garantir uma boa base , o menos porosa e absorvente possível que permita longevidade à pintura . O gesso é absorvente  pelo que pode absorver directamente o óleo da primeira camada para o fundo e vir a provocar o estalar da pintura.                                                                                                    
INICIAR A TELA
Após a preparação da tela  esboçar ou desenhar o tema a pintar . O desenho é uma imagem sem cor . A linha não existe na natureza . O desenho e a pintura são linguagens só compreensíveis pelo homem .
Tudo na natureza se pode resumir em formas geométricas .
O grego Zêuxis tinha por ideal  pintar uvas tão reais que os pássaros viessem debicálas.                                                                                         O método mais clássico consiste no uso do carvão e limpar com um trapo limpo para tirar o excesso de carvão e depois passar o desenho com óleo bem diluído em terebentina . Uma alternativa é usar acrílico em vez do óleo na passagem do desenho a limpo .
Para desenhar ou fazer a esquadria quando a mesma se revela necessária para além do carvão usa-se a sanguínea ou o giz quando o fundo é de cor . Nunca usar o lápis pois o chumbo do mesmo é difícil de fazer desaparecer e tem a tendência de ser visível sob o óleo ou o acrílico , mais no primeiro que fica transparente com o tempo.
Para desfazer e limpar o desenho a borracha aconselhada é a de “miga de pão”.
Há pintores que usam o lápis aguarela para desenhar e depois passam acrílico sobre o desenho . Outra forma de trabalhar é depois de feito o desenho e de se ter o mesmo passado a limpo dar uma camada de acrílico branco ou caparol sobre a tela ,desde que não se tenha  feito o realce com óleo diluído em terebentina (regra do gras sur maigre) . Este método tem a vantagem de limpar bem a tela sem perder o desenho que fica bem visível sob a transparência do acrílico branco ou do caparol ou mesmo do gesso .
Pode-se depois passar de novo o desenho sobre esta capa , o que no caso do retrato ou outra pintura que exija grande precisão pode ser recomendável .
Algumas observações : seja qual for o tema a desenhar deve haver alguns cuidados no seu enquadramento . Deve ter espaço e respirar . Escolher um ponto de observação e mantermo-nos nele  pois no raio visual  tudo é mais vivo e esbate-se quanto mais se fasta  ( saber conduzir o olhar ) . Considerar os pontos de fuga , as linhas de fuga e a perspectiva . A secção áurea (0.618 ). A composição ( L, triângulo, etc.). Os diversos planos e a linha de horizonte (3/4 ou ¼ ) . Anotar desde o princípio os pontos de luz e sombra . Procurar o equilíbrio das massas . Escolher se a tela deve ser pintada horizontal ou vertical . Vertical dá energia e força, caso dos retratos.. Horizontal calma e profundidade, por exemplo nas paisagens. O tamanho da tela deve ser adequado ao tema. Mas, como tudo na vida, as regras não
 são leis imutáveis, e sem as transgredir não se evolui.
Exemplos de como dividir a tela com o nº d´oiro








                                                                                               TÉCNICAS/MÉTODOS
A(s)  primeira(s) demão , o manchar a cor , deve ser com o óleo diluído em terebentina e a(s) seguinte(s) gradualmente mais rica(s) em óleo (gras sur maigre). Quanto mais fluída é a tinta melhor se aplica .
Cada camada de óleo tem de secar bem antes de levar nova camada de pintura e é por isso que a pintura a óleo é lenta . A excepção é quando se pinta  alla prima pois o óleo quando fesco aceita sem problemas nova camada que se mistura com a anterior mas, mesmo neste caso , respeitar sempre o gras sur maigre .
Primeiro molhar o pincel no médio , depois na terebentina e então recolher a cor e pincelar a tela . Pode-se aplicar a cor e misturar directamente na tela ou prepará-la préviamente na paleta .
Os pincéis devem ser utilizados de acordo com a superfície a desenhar ou pintar . Utilizar pincéis próprios para óleo ou acrílico .
Hoje muitos pintores para evitar a espera da secagem do óleo começam com acrílico e continuam com este e os acabamentos são feitos a óleo . É uma técnica segura , mais rápida e respeita inteiramente o gras sur maigre . Os alkydes e os vinyl são técnicas novas que secam mais rápido que o óleo mas não tão depressa como o acrílico .  São técnicas autónomas que se regem pelos mesmos princípios do óleo , podem ser feitos quadros inteiramente com elas ou dar as primeiras camadas e depois terminar a óleo uma vez que secam mais depressa que este . São também compatíveis com o acrílico .
Desde o princípio , desde as primeiras pinceladas , qualquer que seja a técnica , dar as formas , o volume e as sombras. As pinceladas devem ser direccionadas para modular as formas ,constructivas .
Escolher a direcção da luz , a paleta de cores (quente ou fria ) , a harmonia das cores , procurar dar a atmosfera ao quadro {manhã , tarde , luz adequada ao tema (cromatismo)etc...)] . A gravidade (peso das cores),o equilíbrio das massas e das cores. Respeitar os planos tendo em conta que o primeiro plano é sempre mais nítido e preciso que o segundo e este mais que o terceiro e assim sucessivamente . Não esquecer que o ar é um filtro e azula com a distância .
É importante não começar a pintura sem ter uma ideia o mais precisa possível do que se vai fazer . É sempre útil ter um esboço com as cores pretendidas , para orientação . Não confiar na intuição ou na inspiração , nada nasce ao acaso . O resultado final é sempre diferente do esboço , um quadro  é uma construção mas precisa de uma bússola .
A  pintura é imóvel mas deve ter dinamismo e sensação de acção .
Nas passagens , transição , evitar contornos duros ou demasiado esbatidos que apagam os contornos . Nunca prolongar a cor para além do contorno .
A linha de horizonte é um aspecto importante a ter em conta , por ex. na paisagem . Se está alta o céu é pequeno , se está baixa o céu tem muita força , depende da intenção que se quer dar ao quadro . Se existem figuras humanas os olhos devem ficar ao nível da linha do horizonte , excepto quando a perspectiva é aérea mas mesmo neste caso depende da perspectiva dada .
Na pintura oriental procura-se o eterno , na ocidental o momento .
No próxima nota a publicar vamos falar de algumas técnicas de pintura.