segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A CARTA DOS CTT HOJE RECEBIDA

É uma carta exemplar dos tempos que vivemos. Informa-nos que os CTT são uma empresa de êxito e com futuro. Os CTT são líderes numa série de coisas. Depois, de sopete, mais uma privatização e convida-nos a comprar através do nosso banco acções dos CTT privatizados.
Algumas notas para pensar.
1ª, os CTT dão ao Estado anualmente dezenas de milhões de euros de lucro;
2ª, o dinheiro que este governo vai receber da privatização será imediatamente derretido com os juros da dívida;
3ª, perdidos os milhões anuais dos lucros dos CTT o Estado irá aumentar impostos para compensar a perda dessa receita anual;
4ª, naturalmente com os euros das acções compradas pelas pequenas poupanças de alguns, dado que a maioria tem mas é contas carecas nos bancos, os novos e privados donos dos CTT vão beneficiar;
5ª, os novos donos privados vão actuar visando o máximo de lucros, pouco se importando que os CTT sejam um serviço público fundamental. Foi assim em todos os lados e em alguns casos até tiveram de recuar face à degradação dos serviços;
6ª, tudo o que não gerar os lucros pretendidos será encerrado, designadamente nas aldeias e pequenas povoações, aumentando a desertificação humana e o abandona das populações, chutando depois o trabalho para cima das autarquias;
7ª, serão feitos despedimentos quer pelos encerramentos quer pela "racionalização" dos meios;
8ª, serão mais uns milhares de desempregados a sobrecarregarem as despesas sociais do Estado.
Eís o panorama que nos espera, e não carreguei muito nas tintas.

sábado, 23 de novembro de 2013

O PARQUE MUNICIPAL DE CAMPISMO DE MONTE GORDO E A ÉTICA EM POLÍTICA

 Segundo relatos sobre os assuntos debatidos na última reunião de câmara a questão do parque foi discutida mas sem se chegar a uma decisão sobre o seu futuro.
Parece que maioria e oposição convergem que a questão do parque é assunto encerrado e o actual parque só será desactivado, isto é encerrado, depois de se ter encontrado outro local para se fazer um novo parque de campismo que não se sabe se será maior ou menor que o actual, perto ou distante da praia etc.
A morte do parque, eu diria assassinato, foi confirmada pelo Plano de Pormenor da Zona Nascente de Monte Gordo com a desculpa de que o PDM já contempla o fim do parque  pois a zona está destinada a ser zona de turismo de expansão, seja lá isso o que for.
Recordamos que este parque já tem mais de meio século, é dos parques pioneiros deste país, por ali já passaram dezenas de milhares de portugueses e estrangeiros que usufruíram das suas instalações e da proximidade da praia que não poderiam gozar caso ele não existisse.
Confesso que pessoalmente tenho uma grata recordação dele pois fui um do grupo que estreou o parque (mais o José João, o Chico Salsinha e outros). Pedimos na altura uma tenda emprestada e sentamo-nos à sua porta à espera que ela abrisse para sermos os primeiros utilizadores.
Regressando a coisas sérias a zona da Mata Nacional onde se encontra foi cedida pelo estado à Câmara Municipal de VRSA por decreto-lei de 1957 para ser aí construído um parque de campismo e "a cessão das referidas parcelas ficará sem efeito desde que às mesmas seja dada aplicação diversa daquela a que se destinam". Mais claro não se pode ser, acaba o parque logo a área terá de ser devolvida ao Estado.
Por isso o terreno da Mata Nacional das Dunas não é da Câmara, e não podia ser integrada no PDM nem em qualquer plano de pormenor que vise o encerramento do parque para ali ser construído seja o que for. Ora o que o tal plano de pormenor diz é que fechado o parque a zona será ocupada com residências de luxo, um hotel, um lago etc.
Assim os milhares de pessoas serão chutadas para outro lugar para um grupo de privilegiados poder gozar de uma zona de mata que é nossa, certamente com prejuízo para o comércio local.
Mas como foi parar às mãos desta câmara  a "posse" deste terreno? Em 2008, já o PDM tinha uns anitos, num notário do Porto (do Porto?, mas é verdade, foi necessário ir tão longe!?), o vice-presidente da câmara mais três testemunhas de VRSA afirmaram que o terreno era da câmara há mais de 25 anos e a Câmara ficou assim sua proprietária por usucapião.
Depois sucedem-se coisas estranhas: ainda em 2008 foi aprovado em reunião de câmara aumentar o capital da SGU, através da entrega em espécie do terreno do parque à SGU, o que também foi aprovado pela Assembleia Municipal. Mais tarde o terreno foi hipotecado ao Milenium para garantir um empréstimo à SGU. A SGU tentou vender o terreno mas parece ter desistido por que as ofertas de compra foram baixas. Há mais coisas mas por agora ficamos aqui.
Moral da história: não interessa como foi obtido o terreno, desde que com a sua venda se obtenham uns trocos para pagar dívidas de uma má gestão. Assim vamos perdendo os anéis e os dedos a nível nacional e municipal. Qualquer dia nada temos: nem transportes, nem correios, nem energias, nem saúde, nem escolas, nem matas nem praias. Tudo se vende e se privatiza. Somos cada vez mais uns estranhos dentro do nosso próprio país.
Entristece-me que a oposição camarária em lugar de discutir para onde irá o parque não se oponha a estas jogadas e exija que a legalidade seja restabelecida. Mesmo que se venha a abster será conivente e não poderá lavar as suas mãos com esse voto. Não se pode fazer política sem ética e sem princípios.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

TROYKA ILEGAL

Hoje, dia 13 de Novembro, "regressa" o FMI a Lisboa e ordena a um país governado sem dignidade e empobrecido: mais cortes na despesa, mais diminuição de salários e recomenda juízinho ao Tribunal Constitucional, nada de contrariar credores e mercados.
Aonde chegamos, já nem se dão ao trabalho de disfarçar que são eles que mandam.
É legal? Ler Rui Tavares ajuda a perceber os meandros desta conspiração.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O Comité Económico e Social, os parceiros sociais, a Unidade Técnica sobre o orçamento da AR, a OIT, (o Parlamento Europeu que acaba de criticar fortemente a política de austeridade na UE) , entre outros organismos, desancam forte e feio no Orçamento para 2014, e não acreditam que este vá resolver qualquer problema e a seguir este caminho continua a aumentar o défice, a divida pública, o desemprego e as falências, a pobreza.
Mesmo a própria Comissão veio agora afirmar que a austeridade tem de continuar e que em 2015 tem de ser esmifrados aos portugueses mais 1.700 milhões de euros. Então não era em Julho de 2014 que acabava a troyka e a austeridade???
Claro que o governo PSD/CDS e o PR são os únicos a verem coisas positivas mais o amigo Durão, álibi para continuarem a sanha privatizadora de escolas, hospitais etc. O tal país que devia voltar ao mar segundo Cavaco bradava nas Selvagens e Desertas e que se gaba de ter a maior ZEE marítima vai vender, depois do Estaleiro naval de Viana do Castelo, o último estaleiro naval português, o histórico Estaleiro do Alfeite fundado em 1928, legado à nossa Marinha de Guerra, onde foram construídos vários dos nossos barcos de guerra, reparados e reequipados muitos outros. Assim se perde toda uma história de de desenvolvimento e conhecimento naval.
Revelador da mentalidade destes senhores junta-se mais um artigo do Vítor Malheiros que se recomenda a leitura.