quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


"Governo põe Portugal à venda" é o título que o jornal El País dá a uma peça acerca do ano que passou em Portugal. O diário espanhol relembra a venda da TAP, da ANA ou dos estaleiros de Viana.
"Em poucos dias, o Governo português vai-se desfazer da companhia aérea nacional, a TAP; dos aeroportos portugueses; decidirá a sorte da sua televisão pública e venderá os estaleiros de Viana do Castelo", começa o El País. "Enquanto os cidadãos, sobrecarregados por cortes de serviços públicos e subidas de impostos equivalentes a um mês de salário, assistem estupefactos e deprimidos a esta cerimónia de despojamento que começou há um ano.
Hoje abrir e ler um jornal é levar um murro no estômago. As notícias na rádio ou TV passam a correr e saltitam rapidamente entre assuntos sérios, o futebol e a publicidade deixando por vezes tudo anestesiado. O ler permite pensar, voltar atrás caso necessário, interromper e regressar, reler e repensar. Esta manhã, infelizmente, mais notícias de como este governo está a destruir Portugal de tal forma que, muitos anos depois de ser corrido ainda andaremos a colar os cacos que deixará. Uma série de artigos de opinião comentavam com angústia a forma como o ensino e a cultura são desprezados, como o Estado Social de forma brutal e insensível está a massacrar os portugueses, ou de como se estão já a sentir os efeitos negativos no sector energético com a liberalização do mesmo.
A ONU, informa o jornal, alerta que a política de austeridade vai agravar a crise, mas o Gaspar é que sabe, pois o que pretendem é isso mesmo, agravar a vida dos portugueses para melhor serem explorados. O comércio queixa-se, o número de compras diminui. A fome alastra e as cantinas vão abrir nas férias de Natal para muitas crianças poderem terem ao menos uma refeição diária ( que consequências na saúde pública isto não terá no futuro?). Noticía-se mais um PIN, desta vez na foz do Rio Mira, o último "não intervencionado da Europa". Que interessa que a área faça parte da rede natura, que seja um local onde não é permitido edificações e zona de protecção especial para as aves? O que conta são os lucros que privados irão tirar da natureza.Ficamos também a saber que a crise faz aumentar a violência sobre os idosos e que ex-gerente do BPN burlou clientes. Que emigrantes que tinham regressado ao país já há anos voltam a sair pois a austeridade rebentou com os investimentos feitos e as suas poupanças. E, para terminar esta lista (há muito mais desgraças no jornal), fica-se a saber que a Newshold, a tal empresa situada no off shore do Panamá e que quer comprar a RTP, é de capitais angolanos mas não se sabe de quem (lá terão as suas razões para esconderem o nome, mas só isso já representa uma condenação pois quem não deve não teme com diz a sabedoria popular). Mais, espanto, os testas de ferro deste negócio suspeito, "gerem" cerca de 12.000 empresas. E é a este bando que o governo quer vender um bem nacional tão importante como a RTP?
Socorro!

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