sexta-feira, 4 de novembro de 2011

AS NOSSAS BOLSAS VAZIAS E AS BOLSAS DELES CHEIAS

Neste mundo em que a especulação financeira impõe a sua ditadura aos "mercados", apoderando-se da economia por todos os meios fraudulentos, deixando sem esperança centenas de milhões de pobres e desempregados, destruindo a democracia, diariamente ouvimos dizer que as bolsas perderam valor, que as acções baixaram de cotação etc.
As pessoas pouco comentam estas transferências colossais de dinheiro, aturdidas pelos números, quando no seu dia a dia contam os poucos euros que lhes restam.
E lá vem nova notícia, as bolsas perderam tantos milhões, Londres desceu x, Madrid y etc. Mas ninguém ganhou? Essa parte nunca é mencionada nos noticiários e nos jornais, pois se alguém perde esse dinheiro não se evaporou, foi é parar a outras mãos e bolsos. Esse mistério de que só se perde nunca é propositadamente explicado, e poucos se interrogam para onde vai esse dinheiro.
Dois ou três exemplos para se perceber: nos últimos 12 meses as fortunas dos mais ricos aumentou e foi superior duas vezes ao aumento da riqueza mundial como um todo. Os milionários que representam 1% da população mundial  controlam 38,5% da riqueza total.
Nos offshores em 2009 estavam depositados 65 mil milhões de euros portugueses, dados do FMI.
Dinheiro de actividades especulativas em fuga aos impostos, e caso fosse investido em actividades criadoras de riqueza e trabalho alteravam este país para melhor.
Mas isso dá trabalho e é um risco, especular é melhor e ganha-se mais. É caso para perguntar - qual a justificação para que essas transferências para os paraísos fiscais não são taxadas?; ou melhor - qual é o factor que impede o encerramento dos offshores?
Creio não ser complicado perceber a razão.

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