segunda-feira, 11 de junho de 2012

GUERRA CIVIL


Os números são impressionantes, o país afunda-se, empobrece, recua em todos os parâmetros sociais e a democracia degrada-se.
Este governo é o mais à direita de sempre e está integrado num trio PR/Governo/AR tudo à direita. Os alertas feitos tantas vezes do perigo que seria vir a ter estes três órgãos fundamentais da República nas mãos da direita  tinham  razão de ser, a realidade está a comprovar a profecia.
Assistimos a uma guerra civil política e ideológica contra os portugueses, feita pelo seu próprio  governo e apoiada na maioria  que tem na AR, com a conivência do PR, que visa destruir o Estado democrático, entregar todos os bens públicos aos especuladores a quem chamam "investidores". Chega-se ao ponto do governo gabar-se publicamente pelos sofrimentos infligidos, afirmando que foi mais além do que  foi "acordado" (eu digo imposto) pela Troika.
Tudo está à venda e barato, a TAP, bancos, energia, transportes, terras, comunicação social etc. e, o mais preocupante, a saúde e a educação. Amanhã, se conseguirem os seus objectivos e transformar tudo em mercadoria para lucros dos "mercados", as pessoas e a sua dignidade nada valerão. O futuro das pessoas será privatizado, e quando estiveres doente quem te tratará se não houver sistema público de saúde? Desaparecido o Estado ou dele ficar uma tabuleta, terás assistência se tiveres dinheiro, caso contrário a tua morte será antecipada. E em que escola estudarão os teus filhos? Que justiça terás, pois ela se hoje já é cara depois será inacessível. E que direitos terás no trabalho? Sem protecção da lei serás despedido quando quiserem, ganharás o necessário para sobreviveres e comprar caras as mercadorias que produzes baratas.
E para quem achar que o que aqui se diz é fantasia basta espevitar a memória, e recordar que tudo o que é necessário para a tua vida está a mudar e a desaparecer. Fecharam escolas, maternidades, centros de saúde, tribunais, postos de correio, linhas de comboios e estações, esquadras de polícia e da GNR etc.
Agora as pessoas entregam as casas (mais de 12 mil executadas pela banca),os carros (554 penhoras mensais), mais de 400 mil desempregados, dos quais 115 mil são licenciados, destruídos mais de meio milhão de empregos, emigração em massa, 1milhão e 300 mil ganham menos de 600 euros por mês, 330 mil na reinserção social. Este ano já vão em mais de 1.500 empresas em insolvência, o crédito mal parado é já superior a 13 mil milhões de euros, destes são considerados incobráveis mais de 6 mil milhões ; neste primeiro trimestre 29 mil famílias deixaram de pagar empréstimos  e sobe a 700 mil famílias as com crédito vencido.
Para pagares os impostos precisa em média cada português de trabalhar 155 dias no ano.
Só no Algarve registaram-se 74 suicídios, mas há quem afirme que são 241 no total.
Estes números pecam por defeito, a realidade está em permanente mudança e para pior, e ficaram de fora muitos sectores que não foram mencionados.
Dizem os coveiros do país que a destruição sistemática a que assistimos nos vai curar, e voltaremos aos mercados em ... Voltar aos mercados!? Então todo este sacrifício pedido para pagar a dívida contraída irresponsavelmente pela banca para emprestar dinheiro para casas, carros, férias etc., incitando as pessoas com baixos salários a recorrer ao crédito para satisfazer apetites causados propositadamente pela publicidade tem por objectivo voltar aos mercados para nos endividar outra vez?

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