quinta-feira, 25 de abril de 2013

25 DE ABRIL SEMPRE!


Por razões de saúde de familiares este blogue tem andado um pouco abandonado. Estou em Lisboa e acabo de regressar da Manifestação do 25 de Abril, a qual decorreu entre a Praça Marquês de Pombal e o Rossio.
Foi um mar de gente que invadiu e tapou a Avª da Liberdade, os Restauradores e o Rossio, testemunhei que ainda a cauda da manif não saíra da Praça Marquês de Pombal e já tudo estava ocupado até ao Rossio à espera de ver passar e saudar a densa corrente humana que descia a Avenida com os seus cartazes, panos, música e palavras de ordem que não poupavam o governo, o PR, a troika e tudo e todos que têm contribuído de forma amoral e desumana para o drama que é hoje Portugal.
Não sei se foi a maior manif de sempre, não entro nessa contabilidade, mas foi uma enorme manifestação forte e esclarecida de protesto, luta e exigência que seja corrido do poder a quadrilha que foi eleita na base da mentira e da aldrabice.
O tempo passa de tal maneira que nos surpreende. Esta foto do Largo do Carmo no dia 25 de Abril de 1974 tem 39 anos, e as esperanças e sonhos que então nos dominavam foram sendo pouco a pouco eliminados pelos herdeiros dos que em 74 foram vencidos. Hoje, na manif., as Associações dos Militares e da PSP desfilavam ao lado do povo contra um governo, tal como em 25 de Abril estiveram juntos no derrube de um outro como esta foto demonstra. Hoje, os militares de Abril recusaram comparecer na AR dado considerarem que a actual maioria que está na AR nada tem a ver com o ideal de Abril, pelo contrário é deliberadamente o seu coveiro.
Há 39 anos vivi intensamente esses primeiros dias de Liberdade. Era membro da Comissão executiva da CDE de Lisboa, e membro clandestino do PCP. Pelas 05 horas da madrugada recebi do jornalista Armando Pereira da Silva a primeira informação e liguei o aparelho para o Rádio Clube Português, depois com um ouvido na rádio e outro no telefone no qual ia informando amigos e opositores do regime fascista do que se estava a passar íamos também combinando o que devíamos fazer.
Apesar da recomendação em contrário do MFA, para que as pessoas não saíssem à rua às 09 horas estava a CE da CDE a reunir em pleno na Avª Infante Santo, em Lisboa, na casa da filha de um militar de Abril que se encontrava em Moçambique. Depois foram horas e dias de vertigem e só no dia 30 de Abril, após regressar do aereoporto onde esperara o Álvaro Cunhal integrado na comitiva de recepção fui dormir.

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