segunda-feira, 10 de agosto de 2015

PÁRA-QUEDISTAS NA CAÇA AO VOTO.

O Postal divulgou a composição da lista da coligação reacionária algarvia do PSD/CDS. Constata-se que quatro dos nove deputados elegíveis pelo Algarve (o Algarve elege 9 deputados à AR) não são naturais da região. Mais, nos quatro primeiros só um é algarvio.
É uma lista fraca, ainda bem, e por agora não faço comentários sobre o perfil de tais figuras. O momento oportuno virá.
Coloco aqui a informação do Postal e um texto meu escrito há semanas e publicado no facebook do Tempo de Avançar. Acertei em cheio, mas não sou bruxo, conheço é  a mentalidade de certa direita e o desprezo que o Algarve lhes merece.










Ao correr da pena!

                                                                                                                                                                 Daqui a pouco iremos assistir às propostas eleitorais para o Algarve dos partidos ditos do "arco da governação".
Regressarão velhas e requentadas promessas nunca cumpridas e que também não terão intenção desta vez de as implementar.
Irão pedir o voto neles, partidos responsáveis, e alertar os eleitores para o perigo de votar nos irresponsáveis do Livre/Tempo de Avançar ou nas esquerdas, sempre perigosas, sabe-se lá o que pode acontecer se eles ganharem, até dar de caras com o Belzebu a passear em Vilamoura.
Não nos esqueçamos que várias vezes o "arco da governação" colocou, como cabeças de lista pelo Algarve, uns sobas que vieram recolher os votos dos vassalos e depois perderam a bússola e nunca mais encontraram o caminho do Sul.
Outros, nados por cá, uma vez eleitos e instalados em Lisboa, acharam que não valia a pena regressarem para ouvir as lamúrias dos moiros.
O Algarve tem sofrido de falta de "punch" político, não pesa dentro das cúpulas partidárias do tal "arco" e dos governos, daí andar constantemente KO e ficar deitado no tapete. Suspeito que 2015 vai ser mais do mesmo.
Falso rico, segundo estatísticas e critérios duvidosos da UE, recebemos menos guita dos fundos estruturais, e as empresas que actuam na região enviam os lucros para Lisboa ou o Oeiras, mais pobrezinhas, coitadinhas, merecem a nossa solidariedade. Abusamos da nossa generosidade e não ficamos com uns míseros 5% ou 10% para nós. E os nossos deputados negam-se a propor qualquer medida ou lei que obrigue aos lucros gerados na zona cá fique ao menos uma parte. Somos assim, mãos rotas.
As nossas câmaras estão endividadas e algumas mesmo falidas, mas tudo bem, aumentam-se taxas municipais, e até dão ao rabo para receberem mais responsabilidades na saúde e educação, aumenta o poder do cacique.
Há mais casa do que pessoas, sobre falésias, áreas ambientais e agrícolas, mas o IMI é necessário para fazer rotundas e lançar foguetes. A promessa, sim, a promessa de os orçamentos camarários começarem a ser participados, o amor à democracia é grande.
A 125 iria ser requalificada, uma maravilha, com 70 rotundas ou mais, coisa para almarear qualquer um. A linha férrea seria toda electrificada entre Vila Real de Stº António e Lagos, com ramal para o Aeroporto, um autêntico metro a céu aberto.
O Hospital Central, ah!, iria começar agora, agora não mas mais logo, o dinheiro já existia, umas centenas de milhões, afinal já não existe, a crise comeu a massa. Será uma casa nova com métodos velhos e o SNS a degradar-se, tanto jeito davam esses milhões. Mas há futuro, o nicho da saúde para reformados estrageiros promete bons negócios aos privados.
E a agricultura, iria ser jovem, cheia de oportunidades, acabaria a vergonha de ser o Algarve a região com maior índice de terras desocupadas. E os portos, seriam melhorados, permitindo a cabotagem, os cruzeiros, não aqueles de pedras à beira das estradas, coisas de mau agoiro, mas com grandes barcos repletos de camones com bolsa cheia. Depois, não foi por mal, lá levaram para Sines a Administração dos Portos do Algarve.
E o desemprego aumenta e a emigração jovem é uma enxurrada.
E a cultura seria com C grande, teríamos um evento, como agora se diz, de nível internacional, uma âncora para acabar com o turismo terceiro mundista de sol e praia.
Os museus em rede, o património histórico reabilitado e valorizado. O problema é termos as famílias algarvias  a serem as que gastam menos em cultura no país.
E o desporto iria no mesmo sentido, desenvolvimento da náutica, automobilismo etc.E a serra a desertificar-se, concelhos a perderem população, mas o governo está atento, serão tomadas medidas atempadas.
E os campos de golfe iriam passar a ser regados com águas recicladas pelas "etares". E o mar, sim o mar, bom, para já serve para tomar banho.
E a regionalização, que chatice, foram colocar isso na Constituição, mas vamos ver se arranjamos umas parlapatices para fingir que é regionalização mas não é.
Tanta coisa que não recordo e outras que propositadamente esqueço. Mas a Via do Infante e as portagens, e o silêncio dos presidentes camarários que vêm a malfeitoria mas calam. Nem sequer uma medida que poderia ser reduzirem em 50% as portagens e teriam mais tráfego e receitas, mas o eu quero, posso e mando não está para aí virado. Decidi, agora amocha!
Ah!, apetece partir de corcel, espada ao alto (é mais cinéfilo e o cavalo não paga portagem), gritando : Algarve ou Morte!, Já!
Martins Coelho




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