segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

QUEM ESPERA MUITAS VEZES DESESPERA


                                                                                                                                Estação dos Correios de VRSA, 15h15, entro e tiro a senha A 212, olho para o  ecrã e vejo que a senha 175 está a ser atendida.
Tenho 37 pessoas à minha frente e só dois balcões atendem, calculando 5 minutos por pessoa tenho, no mínimo, 3 horas de espera caso ninguém desista.
Isso é o que fazem várias pessoas, em particular estrangeiros, entram, olham para o ecrã e dão meia volta.
Ao fim de 20 minutos chamam a senha 179, desisto, não posso esperar tanto tempo pois tenho uma consulta às 16h.
Vou ao balcão e pergunto qual a razão de só dois guichets estarem em serviço, e por resposta tenho um sorriso contrafeito e resignado, "pois, só são dois".
Olho à volta e tudo calado, nada de protestos, a resignação é geral, abdicamos de sermos gente e de ser atendidos com a dignidade que merecemos.
O chefe deve estar lá para dentro, no seu gabinete, e se tivesse o sentido do que é o serviço público estaria ali num balcão a atender o público e teria mobilizado mais alguém.
Assim vamos degradando os serviços públicos para justificar depois a sua ineficiência e os entregar ao privado.
Há funcionários públicos a mais afirmam, mas quando vamos a qualquer repartição penamos para sermos atendidos. Quantas horas são perdidas diariamente no espera desespera, quem quantifica os transtornos causados e os prejuízos que tais demoras causam à economia?

1 comentário:

  1. Tenho por hábito interpelar a razão da existência de filas de espera em variadissimos locais, e inclusivamente já me aconteceu questionar uma das funcionárias da razão de existir fila, por exemplo no supermercado, e sou surpreendido pelo apoio de outros clientes, que, espantosamente não protestam mas enaltecem quem o faz. A maioria está resignada, e acima de tudo anestesiada, como convém aos "espertalhões" cá do nosso rectângulo...

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