segunda-feira, 11 de agosto de 2014

NOTÍCIAS À ESQUERDA 7 (MÁS)

NOTÍCIAS À ESQUERDA  7

Estas são más notícias para a esquerda, as recentes sondagens não são nada animadoras. A direita, apesar da tragédia que fez desabar sobre o país, aguenta-se.

Socialistas e sociais- -democratas separados por dois pontos, numa sondagem em que toda a esquerda desce. Brancos e nulos ganham adeptos
Se as eleições legislativas acontecessem agora PS e PSD estariam numa situação próxima do empate, ainda que os socialistas levassem uma pequena vantagem. Desde que entrou em disputa interna, em Maio, o PS não pára de cair nas intenções de voto. De acordo com o barómetro i /Pitagórica deste mês, apesar de os ânimos estarem mais calmos no Largo do Rato, o pico de 38,7% de votos registado em Abril continua a ser uma miragem para os socialistas: em Julho as intenções de voto fixavam-se nos 30%, apenas 1,9% à frente do PSD.
A perda de votos do PS foi, ainda assim, menos expressiva entre Junho e Julho, período em que se registou um decréscimo de 0,6% nas intenções de voto. No barómetro anterior os socialistas tinham registado uma queda de quase nove pontos.
Com o PSD estagnado na casa dos 28%, a CDU e o Bloco de Esquerda a perder votos face aos resultados de Maio e o CDS com uma ligeira subida, as intenções de voto dos portugueses deslocam-se para outros partidos, votos brancos e nulos - que, somados, alcançaram os 14,6% em Julho. Nas europeias os votos brancos e nulos alcançaram uns expressivos 7,4%.
Num barómetro em que toda a esquerda desce, a CDU, que verificou uma marcada subida nos votos entre Abril e Maio - mais de 4% -, foi a força política que mais caiu nos últimos dois meses: está agora com 12,7%. Já o Bloco de Esquerda mantém uma prolongada tendência descendente. As divergências internas e a saída de alguns elementos - em Julho a ex-deputada Ana Drago deixou o partido, na sequência da saída da Fórum Manifesto, uma das correntes fundadoras do BE (herdeira da Política XXI de Miguel Portas) - estará a afectar a confiança dos portugueses. Só no último ano, o partido caiu da casa dos 8% nas intenções de voto para os 4,2% que regista neste barómetro.
O parceiro de coligação do PSD é que tem aproveitado estas quebras para crescer nas intenções de voto. Mas trata-se de uma subida com pouca expressão. O partido liderado por Paulo Portas subiu três décimas entre Maio e Julho, após ter estado dois meses em queda acentuada - os centristas desceram mais de 2% nas intenções durante esse período.
10/8/2014 

Coisas que se vão dizendo....


40 militantes pedem que Bloco aprenda com os erros
18/07/2014

Partido Livre, cujo principal rosto é o de Rui Tavares, vê sinais de "recomposição da esquerda" e pede "vocação governativa".
Quatro dezenas de militantes do BE subscrevem um documento no qual reconhecem que o partido atravessa um período difícil e pedem um debate aprofundado que permita corrigir erros. E que não se subestime a saída da Fórum Manifesto, corrente fundadora do partido.
“O BE atravessa um período difícil com repercussões públicas evidentes”, começam por assinalar para depois concluírem que a desvinculação da corrente Manifesto, fundadora do BE, coloca em risco o “contrato fundacional” do partido.
O comunicado, enviado à imprensa esta sexta-feira, é subscrito por 40 militantes, entre eles Carlos Cabrita, Helena Figueiredo, João Madeira, Sara Goulart, José Manuel Boavida, Albérico Afonso, Margarida Santos. A maioria destes militantes apresentou na última convenção do partido, há dois anos, a moção B.
Nessa altura, Daniel Oliveira integrou a moção e o resultado obtido foi de cerca de 20%, o melhor até então conseguido por uma lista não afecta à direcção.
Agora, estes militantes vêm sublinhar que a abstenção e o desprestígio que afectam os partidos são causas a ter em conta no debate, mas há “implicações preocupantes” que resultam da perda de influência do partido e dos abandonos individuais. Reflectem que “um partido não se constrói depurando-se”.
“O Bloco foi e tem de continuar a ser um motor de transformação, para tal deve procurar apresentar-se como uma alternativa política credível e agregadora, que aprenda com os erros”, diz o comunicado.
Livre com vocação governativa
Quem também decidiu reagir à polémica foi o partido Livre, cujo principal rosto é o do ex-eurodeputado Rui Tavares. Vislumbrando "sinais de recomposição da esquerda", os livres afirmam que "se é necessário que as esquerdas construam uma vocação governativa, é necessário então que se entendam, que dêem finalmente prioridade àquilo que as une em vez de insistirem no que as separa".


"Debate" é a palavra-chave das esquerdas nos próximos meses
19/07/2014
Partido Livre apela à "vocação governativa" das esquerdas. Com o "refrão" que seja mais forte aquilo que as une do que aquilo que as separa.
Há uma palavra que une todas as divisões à esquerda a que se tem assistido na última semana. “Debate” podia ser o lema político do BE, Livre e Associação Manifesto nos próximos meses. Já na próxima semana, os dois partidos e o movimento político preparam o contra-ataque às polémicas internas e públicas com ciclos de debates. Disponibilidade para o diálogo, em suma. Haverá frutos? Ninguém arrisca responder.
Numa semana particularmente penosa para o BE, no rescaldo da demissão de Ana Drago, antecedida pela desvinculação da Manifesto, corrente fundadora do partido, a direcção resolveu iniciar um ciclo de mesas redondas “Diálogos à esquerda” com individualidades independentes capazes de reflectirem sobre a actualidade política portuguesa e europeia. 20 pessoas em cada reunião é o objectivo da direcção bloquista, que já dirigiu os convites e deu o primeiro passo esta semana, com a realização de um primeiro encontro num hotel em Lisboa, que durou cerca de cinco horas.
Estes encontros tentam consumar um contra-ataque, dando corpo àquilo que os líderes pediram esta semana: juntar forças à esquerda e não contribuir para a dispersão. Participaram Isabel do Carmo, Pezarat Correia, José Vítor Malheiros, Nunes da Silva, entre outros. A próxima reunião deverá ocorrer só em Setembro.
João Semedo, coordenador do Bloco, confirmou ao PÚBLICO que o guião passa por “responder à evolução das políticas de austeridade e anti-sociais, depois da troika e no quadro da aplicação do Tratado Orçamental, e perspectivar a construção de uma maioria social e política de ruptura e alternativa”.
Porém, no interior do próprio Bloco a agitação permanece. Ontem, quatro dezenas de militantes do BE subscreveram um documento no qual reconhecem que o partido atravessa um período difícil e pedem um debate aprofundado que permita corrigir erros.
O comunicado é subscrito por 40 militantes, entre eles Carlos Cabrita, Helena Figueiredo, João Madeira, Sara Goulart, José Manuel Boavida, Albérico Afonso, Margarida Santos. A maioria destes militantes apresentou na última convenção do partido, há dois anos, a moção B. Nessa altura, Daniel Oliveira integrou a moção e o resultado obtido foi de cerca de 20%, o melhor até então conseguido por uma lista não afecta à direcção.
Agora, avisam que não se deve subestimar a saída da Associação Fórum Manifesto e que um “um partido não se constrói depurando-se”. A conclusão que retiram é a de que a desvinculação da Manifesto coloca em risco o “contrato fundacional” do partido.
A Manifesto, que integra nomes como os dos ex-bloquistas Ana Drago e Daniel Oliveira, também não parece querer perder tempo e já depois da reunião de sábado passado, tem agora agendada para a próxima quarta-feira uma “sessão pública para uma governação decente”.
Com Drago e Oliveira estarão, nomeadamente, os economistas e académicos José Reis e Ricardo Paes Mamede, que participaram no Manifesto 3D, criado no ano passado com o objectivo de convergências à esquerda. “Um momento de urgência como o actual exige a construção de um programa que impeça o desmantelamento do Estado Social e de uma plataforma política disposta a participar na governação” - é este o desafio deixado aos participantes.
Face a todas estas movimentações, o Livre, cujo principal rosto é o do ex-eurodeputado Rui Tavares, vislumbra “sinais de recomposição da esquerda”. E faz o quê? Apela a que construam uma “vocação governativa”, "que se entendam e dêem finalmente prioridade ao que as une em vez de insistirem no que as separa".

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