domingo, 7 de outubro de 2012

O SONHO COMANDA A VIDA


Fui um dos mais de 4.000 subscritores do Congresso Democrático das Alternativas e um dos cerca de 2.000 participante no Congresso.
Como dizia o Poeta António Gedeão na sua Pedra Filosofal, o sonho comanda a vida, e temos de transformar o sonho em realidade. Reencontrei velhos camaradas e amigos de lutas passadas e presentes, todos mais velhos e de cabelos brancos, mas sempre com a mesma determinação de lutar por um Portugal melhor.Foi um congresso amplamente democrático em que todas as tendências políticas de esquerda estavam lá representadas, e mesmo a que recusou participar oficialmente (PCP), foi desobedecida por centenas de militantes que fizeram questão de estar presentes.
Foi um grande congresso, vibrante e patriótico, agora que temos o governo mais antipatriótico de sempre.
Sabíamos antes e sabemos agora que está comprovado e nos dá razão que este modelo económico está a destruir o país, a deixar os portugueses sem esperança e Portugal sem futuro.
O Congresso aprovou uma declaração importante após largo trabalho e debate, provando, caso ainda fosse necessário, que há alternativas, elas existem, é uma mentira criminosa do governo a insistência para negar outros caminhos e que só tem por objectivo convencer os portugueses a submeter-se aos interesses desumanizados dos "mercados".
Mas temos um problema sério e grave na nossa democracia, o qual não pode ser escamoteado, como é que se consegue alterar a situação se as esquerdas não alcançam o poder político? Desde 1976, há portanto 36 anos, e já vamos no 19º governo constitucional, só temos tido governos de direita ou com políticas de direita, com a excepção de alguns meses do governo da Maria de Lurdes Pintassilgo.
Se não houver no mínimo um entendimento ou convergência entre o PS, PCP e Bloco nunca haverá condições para dar voz ao clamor popular que se tem expresso nas grandes manifestações recentes a exigir mudança de governo e de política.
Foi notório neste congresso que sempre que um orador se referia e apelava às forças políticas mencionadas para se entenderem a sala vibrava com aplausos. O sentimento é que estamos em situação de urgência, e o sofrimento dos portugueses não pode ser ignorado para que os partidos continuem a fazer os seus cálculos eleitoralistas à espera que ainda se degrade mais a situação para dela beneficiarem  com o aumento de mais uns deputados em futuras eleições. E depois, para que servem mais deputados se continuarem a não convergirem? Voltaremos à mesma ou pior com os partidos a ficarem mais desacreditados e a democracia a degradar-se.
É preciso dizer BASTA!, e as conclusões do congresso expressam claramente "que a alternativa que precisamos tem de resultar da convergência das forças e movimentos políticos e sociais", e por isso o Congresso "decide manter-se activo enquanto as circunstâncias o justificarem".
Há dias, antes da jornada da CGTP de 29 de Setembro e do Congresso de 5 de Outubro, lançamos um Apelo para esse necessário e urgente entendimento, e a realidade está a comprovar a sua justeza e uma forte recolha de assinaturas é mais um contributo para se poder concretizar tal objectivo.
Ver, assinar e divulgar em    http://uniraesquerda.info

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