quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

NÚMEROS QUE FAZEM PENSAR II

Nos últimos seis anos a área de cultivo do milho minguou 40%. O nosso défice alimentar aumenta todos os anos, cada vez mais importamos o que comemos.
Nos anos 70 importávamos 30% do que consumíamos, hoje ronda os 80%.
A nossa agricultura foi abandonada, o país interior desertifica-se e não temos nenhum projecto estratégico para a agricultura. Estamos dependentes do exterior para nos alimentarmos e sujeitos a uma crise caso haja uma rotura mundial de alimentos, provocada por catástrofes climáticas ou outras, por exemplo açambarcamento e especulação dos "mercados".
A Barragem do Alqueva foi pensada e proposta como grande projecto para o desenvolvimento do regadio no Alentejo, entretanto passaram dezenas de anos para a sua concretização.
Quando foi concluída tudo tinha mudado, quer a sociedade para que fora pensada quer a própria agricultura da zona. De regadio pouco ou nada há, só cerca de 30% dos agricultores da zona aderiram ao projecto. Não há experiência de culturas de regadio na zona, só de sequeiro, e as pessoas não foram preparadas para a nova situação nem se procurou interessar a juventude no projecto.
Hoje a água do Alqueva irriga o olival intensivo dos espanhóis e campos de golfe de empreendimentos turísticos.
O problema é que nós não comemos PIN`s.
Nos últimos 20 anos o número de passageiros transportados nos comboios diminuiu 43%, caso único na UE. Aqui ao lado, no mesmo período, aumentou de 182 milhões para 467 milhões anuais.
Quando por toda a Europa se procura aumentar o transporte ferroviário, quer de passageiros quer de mercadorias, nós continuamos a encerrar linhas, desertificando criminosamente o país e sem ter em conta os custos sociais, ambientais e económicos das opções tomadas.
Um inquérito realizado a nível europeu revela que só 9% dos portugueses confiam no Governo. Em Espanha são 43% a confiar e na UE a média é de 46% de confiança nos respectivos governos.
Nem os próprios militantes e votantes PS confiam em quem votaram.
Palavras para quê?

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