quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tive oportunidade de conhecer bem o Jardim antes de ser o Presidente Regional.
Pertence a uma família que se deu bem com o regime salazarista, o tio, o Agostinho Cardoso, médico e deputado à Assembleia Nacional entre mais 5 ou 6 outros "trabalhos", era um dos manda-chuva da Madeira.
O menino foi sempre estroina e bon vivant, protegido pelo Bispo do Funchal, Santana de seu nome e de muita má memória, mais um dos bétinhos irresponsavelmente convertidos à política e que meteram este país no fundo.
Quando das bombas no Funchal, e foram várias dezenas postas pelos independentistas da Flama, destruindo carros e causando estragos, alguns operacionais mencionaram o seu nome como um simpatizante que estava a par dos acontecimentos.
Cheguei a ter um debate com a criatura na RTP Madeira.
Só se admira com a situação quem quer, desde os anos noventa que o Tribunal de Contas vem alertando para as falcatruas sem qualquer resultado, e a irresponsabilidade do sujeito, gozando ainda por cima dos PR e dos governos continuou até agora.
E continuaria se não fosse a Troika, a qual ao cruzar os dados dos empréstimos bancários ao governo do Jardim com as contas apresentadas por ele deu com a manobra e exigiu que a aldrabice acabasse.
Estranho que fosse necessário vir alguém de fora para "descobrir" o que toda a gente sabia.
Igualmente estranho que ao fim de 37 anos de democracia, sabendo nós o que se passa no país e a nível autárquico, ainda não tenhamos uma lei a sério de combate à corrupção e continuam impunes os titulares de cargos públicos que cometeram crimes contra o património lesando as populações. Só agora a AR parece finalmente que irá discutir uma lei contra o "enriquecimento injustificado", resta saber no que será o seu conteúdo final.
Significativo é o que se passou agora na Inspecção-Geral da Administração Local, com a exoneração do juiz desembargador Orlando dos Santos Nascimento, que comentou a sua exoneração afirmando que "a corrupção ganhou", e ela é devida a "uma poderosa associação de autarcas".
Quantos outros "jardins" não há por aí, quem não os conhece?
É por estas e por outras que o FMI afirma que Portugal vai ser um dos países que mais fraco crescimento vai ter no Mundo, pior que nós só a Grécia, o Iémene e a Costa do Marfim.

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