segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

1 DE DEZEMBRO FOI O DIA INTERNACIONAL CONTRA A CORRUPÇÃO

De vez em quando lá se diz qualquer coisita sobre a corrupção, a fingir que se está preocupado com esse cancro social.
A data foi aproveitada para umas entrevistazinhas com os do costume e pouco mais, é assunto que não convém mexer muito.
Apesar disso sempre se vai sabendo alguma coisa, talvez por descuido, de que aqui damos nota.
Todos os entrevistados foram concordantes em que não há uma gestão global no país de combate à corrupção, e não há nem nunca houve uma estratégia de combate à corrupção.
Faltam meios, pessoal especializado e tribunais próprios para o chamado crime de colarinho branco. Por exemplo, o DIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal) tem só 13 magistrados procuradores coadjuvados por 12 procuradores adjuntos. Há nos ministérios mais gabinetes cheios de boys e bem pagos do que neste serviço fundamental de combate à corrupção.
Diz João Cravinho o que todos nós sabemos :"há falta de meios, mas é deliberado". Acrescenta Luís de Sousa, Presidente do TIAC (Transparência e Integridade Associação Cívica), "há uma estratégia, que é a de minar os instrumentos legislativos e judiciais, para que não sejam eficazes", "é uma estratégia sim, mas de minar o combate à corrupção".
Mais claro não se pode ser, e citando de novo João Cravinho, ex-ministro, "se não houvesse corrupção no financiamento dos partidos, tinha de ser inventada. A política hoje em dia é muito cara."
Não admira pois que se venha falando há dezenas de anos no fenómeno e em lugar de diminuir aumente. A verdade é que existe na dimensão conhecida por que se quer e convém ao poder politico, quer seja nacional quer seja local.Hoje, 5 de Dezembro, a CGD, banco nacional, transferiu a sua representação do off-shore da Zona Franca da Madeira para a sua sucursal na ilha Cayman.
Vivam os off-shores!
Viva a fraude fiscal!
Viva o tráfico de influências!
Viva o abuso do poder político e económico!
Com a corrupção sempre, a corrupção vencerá!

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