terça-feira, 27 de dezembro de 2011

MURALHAS ANTIGAS E TAXAS NOVAS

Já poucos se recordam dos restos da antiga fortaleza que em tempos existiu na foz do Guadiana. O que restava das muralhas foi ruindo com o tempo e hoje podem ser vistos vestígios que a areia ainda não tapou. Quando era puto dava a nado com outros a volta às "três rochas", e era uma aventura.
A propósito de água lembrei-me agora da Taxa Municipal de Protecção Civil aprovada há dias na Câmara e na Assembleia Municipal.
Declaração de princípios : sou sócio dos bombeiros e estes merecem todo o apoio à sua acção insubstituível.
O problema não é esse, mas a taxa de 1 euro que passará a ser cobrada nos recibos do consuma da água, mais uma, resulta do incumprimento da autarquia nos compromissos que tem com a Associação dos Bombeiros, e o pessoal é que é sacrificado. A Câmara de Castro Marim que os bombeiros de VRSA também servem está em dia para com eles e não vai taxar a população.
Segundo reza a decisão camarária que inventou mais esta taxa (é só um euro dizem, pouca coisa, mas grão a grão a galinha enche o papo), esta reverterá na totalidade para a protecção civil e bombeiros.
Esta linguagem merece alguns comentários. O primeiro, era o que faltava, imporem a taxa e depois não ser aplicada na totalidade para o fim que foi criada. O segundo é quem me garante que será mesmo assim, foi criada alguma comissão para acompanhar se a Câmara dá o dinheiro na totalidade?
Estou a lembrar-me do Jardim da Madeira que desviou verbas que foram dadas para auxílio às vítimas dos temporais para outros fins.
O terceiro é quanto é que a Câmara vai obter com esta taxa?, temos o direito de saber. Segundo consta existem no concelho cerca de 20.000 contadores de água, o que me surpreende tendo em conta que a população do concelho ronda os vinte mil, logo um contador para cada um?, ou então há mais casas do que pessoas a viver no concelho. Mas, dando de barato que são vinte mil, a 1 euro por contador, a autarquia recolherá com esta taxa vinte mil euros mensais.
O quarto comentário que me ocorre é o seguinte: é com esta quantia que se conseguirá garantir aos bombeiros ordenados e actividade além de ir algum para a protecção civil?
Recordo-me que em Março deste ano, com pompa e circunstância, era anunciado que a autarquia iria baixar as taxas no concelho para dinamizar a actividade económica. Promessas que ruíram mais rapidamente que as velhas paredes da fortaleza, essas duraram séculos.

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